HOPE POV
Estar de de volta em casa era algo incrível e sufocante ao mesmo tempo. As paredes da mansão Mikaelson estavam pesadas de lembranças e as ruas de Nova Orleans gritavam de dor, alegria, sofrimento e pesar. E novamente, eu estava fugindo da escuridão e encontrara ali o meu refúgio.
Quantas vezes aquela casa viu a dor? Quantas vezes aquela casa presenciou a morte? Quantas lágrimas não derramei sobre aquele chão? Em todo lugar eu via o meu pai, minha mãe e meu tio Elijah, e, no antigo escritório do temido e lendário Klaus Mikaelson havia uma grande pintura, uma representação feita por ele sobre as pessoas que mais amava no mundo: a sua família.
Eu sinto tanto a falta de vocês.
Tia Freya não parecia ter envelhecido nenhum dia sequer. Ela, Keelin e o filho delas com Vincent, James, viviam na casa da nossa família. Tia Rebeka também havia se mudado de volta para a cidade, mas vivia na luxuosa cobertura do rei de Nova Orleans Marcel Gerard com a filha adotiva deles, Hayley, em homenagem a minha mãe. Já meu tio Kol e sua esposa Davina só apareciam em ocasiões especiais e datas comemorativas, eles foram os únicos a deixar a cidade realmente para trás.
Estava de pé, diante do quadro da minha família, posto vangloriosamente no alto daquela parede, pensando sobre o que eu faria agora. O mundo estava em perigo, todas as criaturas mágicas corriam risco e Josie estava em algum lugar deste vasto mundo, sem humanidade e sem dar a mínima para tudo o que estava acontecendo.
Senti o toque suave de Penelope no meu ombro e me virei para encontrar o seu abraço. Eu não podia me dar o luxo de ceder a dor nesse momento, mas Penelope era a minha fortaleza nessas últimas semanas, era ela quem me trazia de volta toda vez que eu me deixava levar e quem me cedia um ombro para chorar.
Caminhamos lado a lado para o grande salão da mansão e encontramos minha tia Freya na escada, com um olhar caído e as mãos na cintura. Keelin estava logo atrás, no topo da escada, levando o dorminhoco pequeno James nos braços.
- Alguma novidade? - questionou Penelope ainda com o braço jogado sobre o meu ombro.
- Ainda não consegui nenhuma localização de Malivore, ele simplesmente desapareceu, mas eu vou continuar procurando... - Freya desceu o restante dos degraus e caminhamos juntas em direção a entrada da casa - Caroline e Kaleb estão chegando com mais algumas criaturas que estão fugindo do radar dele.
- Algo sobre a Josie? - Perguntei apreensiva, sem ter realmente certeza se queria saber a resposta.
- A última vez que consegui localiza-la ela estava em Nova Iorque... - Penelope baixou os olhos - Eu sinto muito... Mas Marcel colocou pessoas atrás dela, vamos encontra-la em breve.
Josie ainda estava desaparecida e sem sua humanidade até onde sabíamos. Ela não fez nenhum contato conosco desde tudo o que aconteceu, ela simplesmente pegou um carro e saiu sem rumo, sem se importar com nada ou ninguém. Mas, mesmo com ela estando longe, mesmo sem ter notícias suas, eu me sentia aliviada pois outras pessoas ainda se lembravam dela, isso significava que Malivore não a havia encontrado.
- Eu vou... vou subir um pouco - disse, parando no meio do caminho - Vem comigo, Pe?
- Claro, meu amor - respondeu Penelope.
- Eu vou encontrar com a Caroline. Kaleb e os outros e ajuda-los a se acomodar aqui ou no prédio do Marcel. - falou Freya com um sorriso tímido no rosto.
- Muito obrigada, tia, por tudo.
Algumas coisas boas haviam saído de toda essa situação, felizmente. Eu havia voltado para casa, que mesmo contendo uma presença tão grande dos meus pais e do tio Elijah, era o meu lar, estava podendo passar mais tempo com as minhas tias e eu e Penelope havíamos nos aproximado bastante.
Não dava para negar que o meu relacionamento com a Penelope só existia por conta da Josie, e agora, mesmo sem esse vínculo que nos unia, achamos um jeito de criar um grande afeto uma pela outra, o início de um grande amor. Mas ainda assim, meu coração apertava toda vez que pensava na Josie, toda que imaginava o que estava acontecendo com ela e o que estava se passando pela sua cabeça.
Subimos para o segundo andar do casarão, mas seguimos para o quarto da Lizzie ao invés de irmos para o nosso. Lá, sentada na cama em meio a papéis, livros e pergaminhos, Lizzie aguardava ansiosamente pela nossa chegada.
- Pensei que não viessem nunca! - Disparou ao abrir a porta
- Desculpa - me apressei a dizer - Sua mãe está chegando com mais algumas pessoas e Tia Freya Foi ajuda-los...
- Estávamos lá em baixo fazendo uma média - completou Penelope.
- Tudo bem, mas vamos logo porque não temos muito tempo. - Lizzie se jogou novamente sobre a cama e começou a vasculhar os papéis e livros - Acho que sei como vamos acabar de uma vez com isso. Malivore está mais forte, seu poder é... Incontrolável, mas nós podemos criar uma prisão para ele, em outra dimensão.
- Ele pode muito bem sugar essa outra dimensão e retornar - Disse Penelope.
- Sim, mas não se essa-
Lizzie foi interrompida pelo telefone que tocou em meio a bagunça em sua cama. Ela o localizou e o atendeu, eufórica.
- Pai! Como está?! As meninas estão aqui, vou colocar no viva voz.
A voz de Alaric então soou abafada do outro lado da linha. Ouvi o coração de Penelope acelerar em apreensão.
- Como ela está? - perguntei.
- Ela está saindo de Nova Iorque, estou seguindo o carro, a uma distância segura, já vou avisando...
- Sabe para onde ela está indo? - questionou Lizzie.
- Ela sabe que você está aí? - Penelope soou apreensiva.
- Não faço ideia e não, pelo o que eu saiba ela não me viu... Dorian criou um feitiço para que ela não no localize eu tenho que ir, só liguei mesmo para atualizar vocês... E Penelope...
- Sim.
- Obrigada novamente.
Vou admitir que não gostei de ter ficado no escuro sobre o plano de Penelope e Ric. Ainda me recordava da sua morte e aquela cena me trazia dor todas as vezes pois ele podia ser mais um na minha lista de perdas, mas quando ele entrou pela mansão Mikaelson no dia seguinte após o ataque a escola eu fiquei sem entender o que havia acontecido.
Acontece que Penelope vem de uma longa linhagem de bruxas que possuem o dom da premonição, que ao atingirem uma certa idade começam a ter mais contato com esse poder e com seus ancestrais. Na noite anterior ao ataque, Penelope sonhou com a morte de Ric e viu em seu sonho um estranho anel, sabendo sobre o que seus sonhos poderiam lhe comunicar ela o avisou e ele retirou de uma gaveta de sua escrivaninha um anel prateado com uma pedra preta que ela logo reconheceu como aquele dos seus sonhos.
O Anel Gilbert, encantando por Emily Bennett a tantos anos atrás e que Ric guardava em segredo desde que Jeremy o havia lhe dado, o protegeu da morte e o trouxe de volta, e agora ele e Dorian seguiam atrás de Josie para se assegurar que ela estava bem.
Enquanto isso, Penelope, Caroline, Lizzie e eu nos refugiavamos na minha tão amada Nova Orleans, pensando em qual seria o nosso próximo passo e abrigando o máximo de pessoas que conseguíamos. Malivore estava solto e seu reinado era o mais sombrio que eu já havia ouvido falar.
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Último Recurso - Fic Phosie
Fanfiction1ª parte: Caroline Forbes passou boa parte da adolescência de suas filhas procurando uma solução para o destino que aguarda as gêmeas Saltzman quando atingirem 22 anos, viajando pelo mundo se mantendo longe delas e da escola que fundou ao lado de Al...