Capítulo 4; Segredos

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(Será que quero saber)
Se esse sentimento é recíproco?
(Triste por te ver partir)
Eu meio que esperava que você ficasse
(Querida, nós dois sabemos)
Que as noites foram feitas principalmente
Para dizer coisas que não se pode dizer no dia seguinte.

— Arctic Monkeys, Do I Wanna Know?

— ✦ —

     Ele segura minha cintura, me coloca encima do balcão, e me beija com ferocidade como se aquele fosse o último beijo de nossas vidas, e que devesse valer apena até o último segundo, estava tomada pelo prazer e pela vontade de nunca terminar com aquilo, mas um voz distante começa a me chamar.

     — Miller! Hannah Miller! Acorde!

     Oi? O que aconteceu? — vou levantando minha cabeça lentamente e é quando percebo que estava em sala de aula. — Droga...

     — A senhorita poderia por gentileza se retirar da minha sala, já que não se interessa pela mesma. — a professora de artes, Sra. Jacobs, que estava ao meu lado deixava bem claro que não me queria mais na sala, já era a segunda vez que eu dormia em sua aula.

     — Ok. — pego minha mochila, coloco as coisas dentro e saio da sala.

     Normalmente eu diria que não me orgulho disso, porém eu não ando me importando.

     Entro na coordenação e vejo uma professora conversando com o coordenador.

     — Não me diga que a Senhorita dormiu novamente na aula. — ele diz logo ao me ver ali.

     — É... Pois então.

     — Hannah Miller é segunda vez essa semana, se isso ocorrer novamente serei obrigado a chamar sua mãe aqui.

     — Coordenador eu estou no terceiro ano, não precisamos chamar minha mãe.

     — Se você pensa assim, reveja seus atos. Você não acha que esse é o tipo de tratamento que eu devo dar para alguém que faz atos tão infantis? — eu estava sem argumento.

     — Você está certo, isso não irá se repetir.

     — Honre sua palavra, Senhorita Miller. Agora vá se organizar, falta menos de cinco minutos para o sinal do recreio tocar. — assenti e sai da coordenação.

     Após guardar minhas coisas no armário, e me direcionar ao lado externo da escola, o sinal do recreio toca, e todos os alunos saem desencadeados de dentro das salas, e eu sem perceber acabo me esbarrando com alguém.

     — Me desculpe, não foi minha intenção. — ajudo a mesma a pegar seus papéis que haviam caído.

     — Não tem problema, a culpa foi minha. — ao olhar para ela, percebo que era a professora que a pouco estava na sala do coordenador.

     — Mesmo assim, me desculpe, Sra?

     — Jones, Grace Jones, professora de história, cheguei faz duas semanas, por isso você não deve me conhecer. — ela sorria enquanto nos levantamos.

     — Prazer em conhecê-la, Sra. Jones. — ela assentiu e seguiu seu caminho em meio aquela multidão.

     Ela tem cabelos loiros e longos, olhos claros e um corpo jovial, deve ser seu primeiro ano em uma escola, já estava toda perdida. Bem, espero que ela consiga se acostumar logo.

O demônio Onde histórias criam vida. Descubra agora