LIXO

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                                                                                              LUNA

Não acredito que a Ally está fazendo isso comigo. Estou aqui em uma das salas desse sítio lindo chorando por uma mulher que só sabe pisar em meu coração e minha irmã me adulando. Kathrin aparece e pergunta se vimos sua irmã, eu sei onde ela está, mas não vou falar. Ela diz que a Cloé está pedindo para cantarmos logo os parabéns, por que os pais estão muito cansados. Pergunto se ela não se importa de eu ficar, pois não estou bem e ela responde que não e depois de me dar um beijo no alto da testa me aconselha ficar aqui um pouco. Lis vai com ela e eu me deito no sofá me sentindo um lixo.

– Luna?

Conheço esta voz, Isadora.

Sento-me e ela me vê, se aproxima e senta ao meu lado.

– Eu sinto muito, você estava tão feliz dançando e aí ela aparece.

– É sempre assim, Isadora, ela sempre aparece quando consigo tira-la um pouco da minha cabeça. Mas isso logo vai acabar se Deus quiser. Não vejo a hora de ir para a França e ficar bem longe dela.

Ela toca meu rosto e limpa minha maquiagem borrada com seu polegar.

– Devo estar um horror, não estou? – tento sorri, mas acho que fiz foi uma careta.

– Impossível, você é maravilhosa, sua beleza é incrível, única e mesmo toda borrada desse jeito continua charmosa.

Caio na gargalhada e vou me levantar dizendo que preciso de um espelho. Isadora segura meu pulso e me impede.

– Deixa que eu te limpo.

Ela tira da bolsa lenços umedecidos e passa levemente ao redor dos meus olhos, repassa o rímel e mais maquiagens e às vezes nossos olhos se encontram.

– Seus olhos são lindos demais! – seus olhos descem dos meus para a minha boca. – Sua boca é a coisa mais linda e sensual que já vi. Meu sonho é beija-la novamente.

Cansada, derrotada e louca para chegar o dia de arrancar a Ally de mim digo a mim mesma que agora é uma boa oportunidade de me sentir vingada.

– Então beija.

Pela sua cara, Isadora deve achar que escutou errado, mas não querendo correr o risco de realmente ter imaginado coisas trás seus lábios até os meus. Sugando meus lábios, geme, passando sua língua na minha, geme, quando chupo seu lábio, geme e com seus lábios entre os meus, diz:

– Oh, Lua, como eu te quero!

Beijo mais, dou o melhor de mim neste beijo a fim de sentir alguma coisa por ela, mas quem parece sentir cada vez mais é ela que se levanta e senta em meu colo de pernas abertas de frente a mim. Até que seu beijo é bom e tê-la tão próxima quero mais e minhas mãos vão dos cabelos dela até sua bunda.

– Cada dia te quero mais! – geme e fala ao meu ouvido e começo a sentir o tesão que luto para sentir. – Eu quero namorar você, quero cuidar de você e do seu bebê, quero tudo o que a Allyson está dispensando, por favor, me dê apenas uma chance.

– Que putaria é esta no meu sítio? – Ally quase me mata do coração.

Que diabos esta mulher está fazendo aqui?

Isadora sai do meu colo e se levanta e eu também e firmamos o olhar nela.

– Se fosse a Luz que tivesse entrado aqui? – Ally olha apenas para mim.

– Ela está muito ocupada cantando parabéns para a amiga dela e você deveria estar bem longe daqui – falo atrevida.

– Me queria bem longe para fazer sacanagens com esta aí?

– Não estávamos fazendo sacanagem nenhuma – fala Isadora. Você que é uma chata folgada, deixe a Lua seguir a sua vida em paz. Se não a quer, tem quem queira e eu quero muito!

Ally me olha e eu não sei o que ela está pensando calada desse jeito.

– Vocês estão namorando?

– Não! – quando vi já falei.

– Mas eu quero – fala Isadora – e se você fizer o favor de parar de encher o saco, talvez eu consiga e vou fazê-la muito feliz.

– Onde está a sua loira? – preciso deixar claro que foi ela que começou – Largou ela aonde para vir se intrometer em minha vida?

– Eu não vim intrometer em sua vida, eu vim ... Deixa para lá, não é da sua conta o que vim fazer aqui – ela sai da sala e eu sento me sentindo um lixo ainda maior.

– Não fique assim, Luna, ela não merece que você sofra mais. – Isadora se ajoelha no meio de minhas pernas – Diga para mim que você quer me dar uma chance, diz.

Vou até sua boca e a beijo querendo me esconder da minha realidade doída.

– Isso é um sim? – pergunta ela sem ar por conta do nosso longo beijo.

– Não, eu não estou preparada para seguir em frente ainda, desculpa.

– Ficar esperando este dia chegar sozinha pode ser bem pior. Pensa com carinho nestes beijos gostosos que dêmos e de todo o meu desejo de lhe fazer feliz, depois me fala.

– Está bem, eu vou pensar.

Ela sorri e volta a me beijar, depois voltamos para a festa e já estão todos comendo bolo e eu não fico para trás, pois minha boca até salivou por conta da calda de chocolate que escorre nas fatias do bolo. Mila que permaneceu sumida com o Héron boa parte da festa reaparece e repete três vezes como eu e diz que quando chegarmos em casa, ela irá me contar o porquê de tanta fome. Isadora fica sempre por perto, mas não força nada e até irmos embora não rola mais nenhum beijo. 

A FORÇA DO DESTINOOnde histórias criam vida. Descubra agora