TENTANDO SEGUIR EM FRENTE

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                                                                                               LUNA

Agora não tem mais jeito, chegou a hora de partir. Despedida é uma coisa horrível, ainda mais para quem tem uma irmã chorona como eu. Lis já me beijou e abraçou centenas de vezes e quando meu voo é anunciado está ela chorando e me beijando em seu abraço apertado mais uma vez.

– Jura que vai me ligar todos os dias?

– Juro, meu anjinho, não precisa ficar assim, eu vou ficar bem.

– Eu queria tanto cuidar de vocês – ela coloca a mão em minha barriga.

– Nós vamos ficar bem, não precisa se preocupar tanto.

– Mila, por favor, não tira os olhos dela. Ela precisa se alimentar muito bem todos os dias. Precisa se hidratar também, então faça sucos naturais sempre e a faça beber, tá?

Camila acente sorrindo e lhe dá a sua palavra que será a minha sombra.Depois de várias recomendações e muitas lágrimas, Lis nos deixa partir.

No avião sento entre Mila e Isadora e ambas se preocupam tanto comigo que chega a irritar, mas não digo nada, apenas coloco os fones no ouvido e finjo estar dormindo. Eu adiei ao máximo essa viagem, acho que na verdade tinha esperança da Ally voltar átras e aceitar o meu bebê. Até a serenata que Manu iria fazer para aquele gatinho do Jonas foi motivo de eu adiar essa viagem. Aqueles dois ficam muito lindo juntos e pensar neles se beijando depois da serenata me faz sorrir e Isadora pega em minha mão.

– Está acordada ou sonhando? – ela fala tão proxima ao meu rosto que sinto seus lábios e a temperatura de sua respiração.

– Sonhando acordada – ainda sorrindo abro os olhos.

Ela também sorri e diz que meu sorriso é lindo. Olho para Camila e ela me olha de volta com aquela cara de alerta. Ela vive falando para eu tomar cuidado com a Isadora. Não sei por que, mas minha amiga não foi com a cara dela de jeito nenhum.

Assim que desembacamos sinto que há algo de errado comigo. É uma especie de vertigem e uma falta de ar. Mas para não preocupar ninguém insisto em andar quando na verdade eu precisava era me sentar. Forço alguns passos e tudo escurece e meu corpo parece pesar uma tonelada.

Abro os olhos e acho que estou sonhando.

– Pode ficar tranquila que você vai ficar bem – um gato está falando português, mas tem um sotaque carregatissimo, com certeza é francês e estranho nossos rostos estarem tão perto.

– Lua, – é a voz da Mila – você acordou. O que você está sentindo?

Meio confusa tento entender o que está acontecendo e percebo que estou sendo levada para algum lugar nos braços desse homem lindo de cabelos e olhos castanho escuros, a barba rala por fazer, boca vermelha e pele clara. Que gracinha! Seu perfume é amadeirado e ele deve ser bem forte, pois me carrega como se eu fosse um travesseiro. Ele me coloca em uma cadeira e fala:

– Suas amigas me disseram que você está grávida. Deve ser por isso que desmaiou. Vou pegar um suco para você, acho que sua pressão abaixou.

– Será que não seria melhor chamar um médico? – pergunta Mila.

– Acho que não, minha irmã quando estava grávida não podia viajar de avião que ficava assim. Era a pressão que caia, ela bebia um suco e relaxava e tudo voltava ao normal.

Ele some de minhas vistas e Camila se senta ao meu lado e Isadora a minha frente.

– Diz alguma coisa, mulher, você está me deixando louca de preocupação – Camila e seu drama.

A FORÇA DO DESTINOOnde histórias criam vida. Descubra agora