Capítulo 2

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Eram mais ou menos 10 da manhã quando Lucy acorda e vê que Olivia não está ao seu lado na cama, fica preocupada e pergunta-se se foi para casa, mas depois vê a mala dela ao pé do seu tocador branco. Desce as longas escadas de madeira e vai à cozinha ver se ela está lá, mas quando passa pelo o seu sofá cizento, fica pasmada com o que encontra. Olivia a dormir por cima do peito de Nathan e Nathan com a mão na cintura dela. O que será que ela deve fazer? Acordá-los? Ou ir para o quarto e não dizer nada? Depois tem uma brilhante ideia. Vai para a rua, fechando a porta indo na direção do correio, feito em madeira com uns ornamentos pequenos de uns anjos, depois toca no botão dourado da campainha. Aparece Nathan com uma cara de sono e fica confuso do porquê estar a abrir a porta a dona da casa.

- Hey desculpa ter-te acordado mas... ah .... fui ver o correio e a ... ah ... porta fechou-se e não trouxe as chaves comigo. – diz Lucy a tentar arranjar uma desculpa, mas fracassando.

Quando Lucy entra olha discretamente para o sofá e repara que Olivia já não lá está. Sorri e vai a correr para o quarto. Abre a porta e vê Olivia na cama, muito sossegada, fingindo que está a dormir. Lucy pergunta-se se deve comentar alguma coisa ou não. Mas conhecendo-se bem, saberia que não iria resistir nem mais um segundo estar na mesma divisão que a amiga e não lhe perguntar o que aconteceu, por isso tenta perguntar discretamente.

- Então onde estavas? Acordei e não estavas na cama. –tentando ver a cara da amiga, sem sucesso porque esta estava de costas para si, por isso mesmo, para a sua cara não a denunciar, visto que Olivia não era muito boa a mentir.

- Aaaah fui... aaaah a casa de banho, sim foi isso tava na casa de banho quando acordas-te provavelmente. – diz Olivia muito apressadamente tentando desviar a conversa.

Nathan e Olivia quando ouviram a campainha levantaram-se muito rapidamente e ficaram a olhar um para o outro mas não disseram nada, Olivia simplesmente foi a correr para o quarto. Ela não queria que ninguém soubesse o que se passou ontem à noite, por um lado porque tinha acabado de ser traída e já estava nos braços de outro, o que não bate nada certo com o que ela costuma ser, não sou dessas raparigas, pensaria ela. Mas encontrava-se num momento tão vulnerável que só queria alguém que a fizesse sentir melhor, mas era Nathan com quem tinha passado a noite e não queria ser considerada mais uma da sua lista de conquistas, apesar de ter sabido tão bem ontem à noite adormecer nos seus longos e fortes braços, mas não ela não podia gostar dele não podia mesmo. Nathan definitivamente não fazia parte do seu género.

Conhecendo bem a sua amiga, Olivia sabia que Lucy não iria deixar para trás e definitivamente não iria acreditar na sua história, mas não poderia contar a Lucy o que tinha sucessido, pois sabia bem a sua opinião para com Nathan e não era muito diferente de Olivia, pelo menos até à noite anterior.

- Hum ok, é essa a história que queres contar? – diz Lucy tentando não dizer que os tinha acabado de ver a dormir juntos, mas ao mesmo tempo, tentando descobrir mais alguma coisa. Lucy era assim atraída para a coscuvilhice e por mais que tenta-se não o conseguia evitar.

Nesse instante Olivia apercebe-se que ela sabe o que aconteceu, mas mesmo assim prefere não o dizer, pois dizê-lo em voz alta era como se estivesse admitir que tinha gostado, o que não era um afirmação errada, mas não podia. – Sim é esta a história que quero contar e não contes nada disto a ninguém nem à Allison.

Lucy deu-se por vencida pois Olivia mandou um olhar de suplica, igualzinho ao gato do Sherk, e ninguém consegue dizer que não aqueles olhos cor de avelã, arranjaram o cabelo e vestiram as suas roupas de dia-a-dia, neste caso para Olivia era a roupa que trazia ontem. Desceram as escadas e quando foram tomar o pequeno-almoço Nathan já se tinha ido embora para casa. Olivia ficou um pouco desapontada pois esperava vê-lo e tentar falar com ele sobre ontem a noite, mas se calhar foi pelo melhor, pois era muito provável que o momento fosse se tronar estranho e constrangedor. Após comerem, decidiu ir para casa pois tinha a certeza de que iria ouvir um raspanete da mãe, por não a ter informado que iria dormir fora de casa. Natalie era uma mãe bastante cordial e Olivia sabia que ela estaria sempre disponível para ouvir os seus problemas e ajuda-la para tudo e até aos dias de hoje, sempre contara tudo à mãe, mas agora com os seus 16 anos, algumas coisas já parecia estranhas e embaraçantes ter que compartilhar com a sua mãe.

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