Capítulo 39

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Mia

- E o que estavas a ver? – pergunta ele pegando no meu telemóvel e metendo-o na mesa de apoio que encontrava-se entre o sofá e a televisão.

- Fotos do ano novo das outras pessoas. – acabo por dizer sentido uma pontada de vergonha, contudo não demonstro a minha emoção e faço uma cara séria.

- Hum. – diz Ben sentando-se ao meu lado. – Desculpa se arruínei a tua noite, apenas fiquei chateado com a reação do meu irmão na festa e não queria nada estragar este nosso encontro és uma rapariga fantástica Mia e adorava que me desses uma segunda oportunidade para conhecer-te melhor, deixa-me redimir e que tal bebermos qualquer coisa? – pergunta-me e fico a ponderar durante algum tempo se devo ou não aceitar a sua proposta, pois não me esqueci que a bocado estava com uns amigos muito suspeitos. Será que ele também se drogava?

- Não sei se devo, não gostei muito como senti há bocado na casa do teu amigo. – digo levantando-me do sofá. Tinha que me afastar de si, a sua presença era bastante forte.

- Eu sei, desculpa por isso e desculpa-me também se a Rebecca tentou fazer alguma coisa que não querias, ela consegue ser bem persuasiva e já nem me lembrava do porquê de ninguém levar raparigas para ali, mas não posso bem confirmar que eles sejam meus amigos, são mais conhecidos e quando preciso de alguma coisa eles ajudam-me. – diz levantando-se e indo ter comigo, agarrando na minha cintura, engulo em seco e começo a respirar pela boca. Como é que ele conseguia-me deixar nervosa e com os corações aos saltos?

- Alguma coisa? Como drogas? – deixo escapar. Ben olha para mim e fica-me a analisar inclinando a cabeça ligeiramente para o lado.

- Isso, ou outras coisas. – diz Ben sério, faz uma grande pausa, provavelmente a espera de uma resposta minha, mas não tenho nada. – Mas não é isso que vou lá buscar prometo. – e vai buscar uma coisa ao armário atrás de mim. – Isto é o que vou lá buscar. – e mostrava-me alguns vinis que tinha visto a bocado, contorço um pouco a cara pois estava confusa, porque não os comprava numa loja própria para isso? – São vinis raros e não há a venda em lojas, pronto é isso, descobriste a minha obsessão. – diz rindo e parecia embaraçado, como fui tão estupida a pensar que ele podia ser um drogado qualquer. Fico mais descontraída e acabo por aceitar a bebida ele agradece pela segunda oportunidade e sobe até a cozinha tirando uns copos altos e champanhe sento-me outra vez no sofá e passado um bocado ele traz as bebidas. – Feliz ano novo. – diz ele fazendo um brindo, levantado o copo acabo por fazer o mesmo e batemos um contra o outro suavemente ouvindo o tilintar dos copos. Finalmente dou um gole no champanhe, nunca tinha provado champanhe antes. Contudo pensei que tivesse outro sabor, não era bom, mas também não era mau, parecia que estava a beber uma bebida com gás com um trago forte. Acabei por fazer um esforço e beber o copo todo não queria parecer inexperiente. – É bom? – pergunta-me ele e assinto que sim. – Queres mais? – faço que não com a cabeça e começo a sentir uma pequena tontura.

- Não obrigada, não estou acostumada a beber e acho que um copo é o suficiente. – digo rindo, Ben aproxima-se de mim e pega no meu copo metendo na mesa junto com o dele que ainda encontrava-se cheio. – Não vais beber o resto? – pergunto fazendo um esforço para estar acordada, afinal quão forte é um copo de champanhe? Ben aproxima-se mais um pouco e leva uma das suas mãos a minha cara acariciando-me gentilmente, fecho os olhos ao sentir o seu toque e aproximo-me um pouco mais para a frente dando-lhe permissão de me beijar, ao que ele não hesita e espeta-me um beijo longo e agressivo. Sinto a sua língua na minha boca a procura da minha e acabo por lhe dar o que procura, ficamos assim até ele me empurrar gentilmente para trás, desviando o meu cabelo para trás. Começo a sentir-me um pouco enjoada e pergunto-me se a bebida não tinha algo mais e interrompo o nosso beijo. – Não me estou a sentir bem Ben, podemos fazer uma pausa. – ele continua a beijar-me o pescoço e começa a descer mais até chegar ao meu peito. – Ben por favor. – tento afasta-lo mas parece que perdi as forças todas nos braços, ele continua a beijar-me e depois tira-me o seu casaco uma das suas mãos percorre-me a minha perna até chegar as minhas cuecas e começa a puxa-las para baixo. – Ben para. – digo finalmente conseguindo reunir algumas forças para o empurra. Ele continua a olhar para mim, como se me estivesse a despir visualmente, fico incomodada e recolho-me para trás chegando a outra ponta do sofá. Ele olha para mim muito chateado, provavelmente por estar a interromper a sua diversão, tento-me recompor, mas sinto-me cada vez mais fraca e a minha visão fica meio turva, o que me estaria a acontecer? – O que é que me deste? Não foi só champanhe pois não seu desgraçado. – digo ficando aflita por saber que posso não conseguir sair daqui sozinha. Levo a mão a cabeça numa tentativa de reconciliar os meus pensamentos, mas está tudo enevoado.

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