Eu tinha decidido. Hoje eu ia descobrir o nome do menino da kombi amarela. Ou pelo menos da irmã dele. Ok, eu não fazia ideia de como fazer isso sem levantar grandes suspeitas, afinal eu não ia chegar na menina e simplesmente perguntar seu nome. Eu era esquisita, mas nem tanto. Mas eu definitivamente precisava avançar uma etapa. Não dava pra ficar pra sempre correndo só pra vê - lo. Não que eu achasse ruim, mas ia ser bem melhor se eu tivesse algum contato e não precisasse agir feito uma louca.
Sina concordava comigo, mas não dava nenhuma ideia de como eu poderia fazer isso. Nenhumazinha. Então, pro plano dar certo, eu precisava ter um até a hora do almoço. E faltava exatos 20 minutos.
A aula era de física, minha preferida. Mas nem isso conseguia atrair minha atenção o suficiente. Minha mente traçava planos e mais planos que mesmo antes de executar, eu sabia que daria errado. Em todos eles eu estava parecendo uma maluca obcecada. E eu definitivamente não queria essa fama.
A menina era um ano mais nova que eu, então, eu precisaria de uma desculpa pra falar com ela. Jesus, tanta coisa pra fazer. Acho que tentar stalkear sem saber o nome era mais fácil.
Enquanto eu estava totalmente imersa nos meus planos infalíveis (que iam falhar mais do que os planos do cebolinha) a aula estava acontecendo. E quando voltei um pouco pra realidade, os alunos já estavam guardando as coisas.
Comecei a juntar as minhas. Estava nervosa ao perceber que os 20 minutos tinham passado e eu não estava nem perto de ter um plano decente.- Sina, eu não pensei em nada que preste. Eu preciso da sua ajuda.
- Ai, amiga. Pra que ficar pensando em um monte de coisa? Chega nela e manda a real, ué.Resmungo, impaciente. Até parece que Sina não me conhecia o suficiente pra saber que eu nunca seria direta.
Saio andando em sua frente, a cabeça totalmente focada em achar algum motivo pra falar com a menina.Escuto Sina chamar meu nome e viro para trás. ainda andando, para olha - la. Dois segundos, sinto meu corpo colidir com outro, indo com tudo ao chão.
- Ouch! - Levanto sentido meu corpo todo doer. Olho ao redor e vejo todo mundo olhando para mim e para a outra pessoa. Faço uma careta, segundo mico da semana.
- Ai, me desculpa. Eu não te vi, desculpa. - Viro para o projeto de gente que está falando comigo (como se eu fosse tão mais alta) e me surpreendo ao ver a menina loira, irmã do menino que tô querendo.
Procuro Sina desesperadamente com os olhos e quando a encontro ela está com os dois polegares levantados. A danada tinha planejado, ou quase, isso tudo.
- Imagina... - Seguro, esperando que ela me diga seu nome. A encaro ansiosamente.
-Sofya. E você? - YEAH! Minha maior vontade era dar alguns pulinhos em comemoração.
- Any, prazer. - Agarro seus ombros, dando dois beijos em suas bochechas. Sinto seu corpo ficar tenso e me lembro que nos EUA as pessoas não tinham esse costume. - Hm, desculpa. É que no Brasil, de onde eu sou, a gente se cumprimenta assim.
- Ahhh, que demais! Você é do Brasil? - Seus olhos brilham e eu tenho certeza que os meus também. Primeiro, eu amo falar sobre meu país. E segundo, a cunhadinha já estava quase conquistada.
Antes que eu possa responder, escutamos o nome de Sofya ser chamado de maneira alta, mas ainda assim, suave.
Ela vira com um imenso sorriso no rosto e eu quase reproduzo - o ao perceber que a voz era de seu irmão.
Sina, que até agora estava um pouco atrás, se aproxima pra me dar algum suporte caso desse alguma coisa errado. E convenhamos, tratando - se de mim, as chances são enormes.
O menino está cada vez mais próximo e eu tenho certeza que logo meu coração entrará em colapso. A única coisa que eu pensava era pedir a Deus pra que eu não desse nenhuma bola fora.
Ele então chega até nós, abraçando sua irmã carinhosamente. Sinto um pouquinho mais de amor ao ver a cena.
Ele se vira para nós com um sorriso nos lábios, que eu começo a ter impressão que nunca saia dali.
Sofya então, nos apresenta.
- Essas são Any e....- Ela olha para Sina esperando a mesma dizer - ... e Sina. Meninas, esse é meu irmão mais velho, Noah.
- ISSO! - Tampo a boca, sentindo minhas bochechas esquentaram absurdamente rápido. Sofya alarga seu sorriso e eu prefiro não olhar pro rosto de Noah. Sina está olhando para mim com um olhar de desgosto. Como eu sou burra, meu Deus.
Noah e Sofya troca mais algumas palavras e Sofya, surpreeendentemente, pede nossos números. Após a troca, os dois vão embora.
- Meu Deus do céu, Any Gabrielly! Não foi assim que eu te ensinei!
- Ai Sina, nem fala tá? Nunca senti tanta vergonha na vida.Me despeço de Sina, e vou embora com um sorriso de rasgar a cara. Não importa se paguei mico ou não, agora eu sabia o nome do meu futuro marido.
Bom, ele só precisava saber disso.
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O Garoto da Kombi Amarela
Novela JuvenilO garoto da kombi amarela sempre chamara a atenção de Any. Com seu estilo indie/rock e suas músicas de letras bonitas, ele era um ponto curioso no pacato dia escolar. Quando o menino chegava para buscar a irmã no colégio de Any, ela sentia como se...