Capítulo 5

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- Eu tenho uma ideia! – Chris falou, pulando da murada da escola.

- O quê? – Ele me ajudou a descer e eu abaixei a saia do vestido.

- Um lugar que podemos conversar em particular e com bebidas melhores! – Ele disse, me fazendo rir.

- Acho que eu estou precisando, depois de toda aquela puxação de saco! – Falei, sentindo-o me puxar pela mão.

- Você está de carro? – Ele perguntou enquanto andávamos em direção ao estacionamento.

- Sim. – Tirei a chave do carro da bolsa, chacoalhando-a em sua direção.

- Se lembra de onde eu morava? – Ponderei com a cabeça.

- Acho que sim, por quê? – Perguntei.

- Meus pais se mudaram para a cidade depois de alguns anos, mas eu mantive a casa, deve estar ajeitada! – Ri fraco.

- A fim de me deixar doente por alergia a pó, senhor Evans? – Brinquei, seguindo para meu carro e ele riu.

- Podemos tentar algum hotel aqui na cidade, onde amanhã estaremos nas páginas do jornal local! – Ele brincou, me fazendo rir.

- Eu te sigo! – Falei, vendo-o confirmar com a cabeça alguns carros mais para frente.

Entrei no carro e saí da vaga, encontrando Chris me esperando fora do estacionamento. Segui poucos minutos com ele, lembrando-me de que era perto chegar em sua casa. Tinha ido uma vez antes do desastroso primeiro encontro. Parei atrás do seu carro na entrada da garagem e reconheci a casa, mas agora sentia que a pintura estava diferente. Desci do carro, ajeitando os sapatos nos pés e vi Chris sair do seu.

- Um Volvo? – Ele perguntou, me fazendo rir.

- Era o sonho do meu pai. Eu dei para ele de aniversário! – Ele riu. – Bom, eu dei um Volvo para ele em 2004, ele só foi trocando por outros ao longo do tempo. – O segui pela entrada da casa.

- Você se apega bem às datas. Eu mal lembro a data do meu primeiro filme! – Ri fraco, vendo-o procurar pela chave e abrir a porta, ligando a luz em seguida.

- Cada ponto da minha carreira foi importante para mim. Eu sempre anotava e comemorava de diversas formas. – Dei de ombros, entrando na casa.

Fisicamente a casa não tinha mudado nada, mas a organização dos móveis, até os móveis em si, estavam diferentes. O local não estava inteiro empoeirado, como eu imaginaria que estaria, Chris com certeza vinha com frequência para cá.

- Aqui é seu lugar feliz? – Perguntei.

- Por que pergunta? – Ele se virou, tirando a jaqueta e jogando-a em cima do sofá mais próximo.

- Aqui está muito limpo... – Ele deu de ombros.

- Venho aqui quando quero ficar sozinho! – Ele disse, se sentando no sofá. – Senta!

- Parece que quer ficar sozinho com frequência. – Falei, tirando os saltos antes de pisar no tapete felpudo e me sentei ao seu lado, do outro lado do sofá.

- Eu tenho... – Ele engoliu antes de dizer. – Ansiedade. – Ele passou a mão no rosto ao falar. - Por isso não me mantenho exposto na mídia, não faço mais que dois trabalhos ao ano, não passo férias em Bahamas ou Jamaica... – Ele deu de ombros.

- Quando isso começou? – Perguntei.

- Logo após Quarteto Fantástico 2, eu fiz muita divulgação, muitos filmes, eu estava ficando louco. – Ele suspirou.

- Eu tive uma colega que faleceu por isso. – Engoli em seco. – Ela se matou.

- Nossa! Como foi isso? – Suspirei.

(I Need a Man) You Gotta Not | Chris EvansOnde histórias criam vida. Descubra agora