Sabe quando você luta muito tempo por uma coisa mas sente que isso não vale mais a pena? Não importa o quanto está lutando, você nunca vê os resultados e isso acaba te desanimando com o passar do tempo. Para muitos, o desânimo seria considerado uma fraqueza, mas na verdade vejo como uma clareza. Quando você perde uma pessoa muito importante, sua vida perde todo o sentido, ela não é mais a mesma e nem sempre você consegue ter forças para seguir em frente, toda sua luz começa a sucumbir à escuridão do vazio. Foi essa energia fria e vazia que estava lá o tempo todo comigo, então nunca fiquei totalmente sozinho, até o dia em que um monstro bateu em minha porta. Agora a minha única companhia é um cara que está gritando meu nome e me mandando correr. Nunca imaginei que um dia teria que correr de lobos numa noite de chuva perdido em uma floresta:
— Não pare de correr ou eles irão nos pegar! — Henry estava nervoso e com medo dos monstros os alcançarem.
— Cara, não aguento mais correr! — Luciel estava exausto, seus passos pareciam mais atrapalhados do que o normal. Sua respiração ofegante e seu suor excessivo demonstravam que ele não praticava nenhum tipo de atividade física.
— Tudo bem, verei o que posso fazer, apenas continue me acompanhando!
As pernas de Luciel já estavam quase cedendo ao cansaço, após passar por uma grande árvore, afim de despistar os lobos, Henry puxou abruptamente o rapaz para perto de si e o encostou no tronco pedindo-o para fazer silêncio. Os dois lobos passaram batido, corriam com sede de sangue. Os rapazes não sabiam que havia um terceiro lobo e foram pegos de surpresa dando de cara com a criatura:
— Ah, mas só pode ser brincadeira! — Henry esbravejou, deu um passo para frente e segurou Luciel dizendo-lhe para ficar quieto.
Aquele lobo não era normal, era um monstro de pelos negros, sua aparência física emanava algum tipo aura sombria, tinha olhos vermelhos-sangue e possuía mandíbulas enormes por onde escorria muita baba. O olhar era como de um leão faminto. Henry sabia que a criatura iria saltar a qualquer momento, então puxou de seu pescoço uma espécie de cordão com formato de pena e recitou algum tipo de feitiço para que o cordão se transformasse em um artefato mágico, a arma era um tanto peculiar, parecia bastante com um arco, porém muito mais curvo quase formando um aro. Agora armado, só precisava prestar atenção no próximo movimento do seu inimigo para poder ter tempo de reagir. Foi dito e feito, a fera flexionou as patas traseiras e isso foi tempo suficiente para a conjuração de um feitiço:
— Pluma Sagitta! — Henry ergueu o braço esquerdo para frente e um arco de energia branco surgiu de seu punho, o arco continha detalhes de plumas em toda sua extensão, na outra mão que segurava a arma uma espécie de flecha mágica de luz foi criada e o disparo foi efetuado. Tudo aconteceu em apenas frações de segundos, mas a magnitude dos eventos foram extraordinários aos olhos de Luciel que apreciou tudo com bastante atenção. O golpe acertou o lobo ainda no ar parando imediatamente o seu salto, a força do impacto fez com que seu corpo caísse no meio do trajeto. A criatura agora no chão emitiu alguns gemidos que denunciaram onde os rapazes estavam.
Era apenas questão de segundos para que os outros lobos viessem atrás deles. Henry estava desesperado e não sabia o que fazer, sua mente pensava em mil coisas, o que mais lhe causava pavor era o fato de que dessa vez não estava sozinho, então sair correndo e fugir não era uma alternativa, ao seu lado havia uma alma que ele deveria proteger. Em poucos metros já era possível ouvir o som do mato sendo cortado pelas criaturas que viam correndo atrás de suas presas. Quando os selvagens alcançam a grande árvore não encontraram mais nada a não ser pegadas. Os rapazes se esforçaram e deram um jeito de subir na grande árvore. Os músculos de Luciel tremiam, ele não aguentava fazer mais nenhum tipo de esforço físico. Enquanto estivessem quietos andando por aqueles troncos estavam seguros, por causa da chuva o olfato das criaturas não estava no auge, na floresta também havia vários cheiros e a chuva atrapalhava o rastro das pegadas. Infelizmente o cheiro de medo que emanava de Luciel ainda estava bastante forte e isso fez com que as criaturas continuassem farejando o chão. Enquanto Luciel tentava encontrar uma posição para escorar suas costas em um galho, Henry observava a movimentação das criaturas lá embaixo. Depois de tanto esforço para subir naquela árvore a perna de Luciel falhou e seu corpo perdeu o equilíbrio levando-o a uma queda. Um lobo aproveitando essa chance pulou pra cima dele, nesse momento o reflexo de Henry foi quase que instantâneo e pulou na frente do lobo e conjurou um outro tipo de feitiço:
— Tutela Coloribus! — Imediatamente o lobo caiu no chão inconsciente, não estava morto, parecia mais que estava dormindo. Henry então se preparou para atacar o próximo alvo, criou novamente o arco de luz e executou o feitiço enquanto o segundo lobo corria em sua direção — Pluma Saggita! — A flecha de luz encontrou o alvo que não teve tempo de reação.
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Uma Nova Escuridão - As Crônicas dos Guardiões
FantasyCom o passar das eras, as Trevas começaram a ganhar força. Agora, com os poderes se restaurando ela tentará trazer uma nova escuridão. Pan Gu, o deus que criou o mundo ancestral profetizou que novos guardiões iriam surgir caso a escuridão despertas...