[...] damos as boas vindas ao novo engenheiro civil, mestre Gabriel Tomaz Franz que assumirá a reforma para o novo estádio do time alemão Borussia Dortmund, baseado na sua defesa do mestrado, focado na sustentabilidade e diminuição dos gastos anuais [...]
Acabou.
O silêncio reinou em minha cabeça. Não conseguia assimilar mais nada da notícia, a não ser a falta do meu nome.
Fiquei longos minutos paralisada, com a chocolate quente virado no tapete, Stella na minha perna e meu pai tentando me chamar.
- Filha...
- Essa era a chance da minha vida – interrompi com os olhos lacrimejando.
Toda a defesa da minha graduação, especialização e mestrado foram jogados no lixo. O projeto da minha vida foi descartado, e quem ganhou foi o meu colega.
- Filha...
- O que tem de errado com o meu projeto? – perguntei baixo.
- Alex, presta a atenção...
- NO NOME DO GABRIEL? – explodi, levantando rapidamente fazendo a cadeira cair e Stella se assustar.
- Alexandria, abaixe o tom quando for falar comigo!
- É TÃO DIFÍCIL ME DEIXAR CINCO MINUTOS EM SILÊNCIO?
Meu pedido se realizou, quando fui rapidamente para o meu quarto tentar esvaziar a cabeça.
O que estava de errado com o meu trabalho? Com o meu currículo? Eu estudei com o Gabriel, ele era um ótimo aluno, mas o meu projeto era melhor.
Passei anos sendo uma das poucas da graduação querendo fazer a especialização em grandes construções, fazendo técnico em edificações e produzindo um projeto sustentável em estádios, enquanto o Gabriel produzia para prédios e escritórios...
Espera.
Calma.
Desde quando o Gabriel mudou o projeto dele para sustentabilidade?
Alex, respira fundo. Vamos reler a notícia.
Meu notebook está na sala.
Minhas pernas não conseguem sustentar o meu peso e acabo caindo.
Alexandria, LEVANTE!
Consigo ir para a sala, onde encontro meu pai limpando a sujeira da caneca. Stella vem rapidamente para o meu lado, querendo carinho e esfregando a cabeça na minha mão.
- Você está bem? – Roberto pergunta quando me vê parada no corredor.
- Eu preciso rever a notícia.
- Filha, você terá outras oportunidades...
- Eu acho que ele roubou o meu trabalho – interrompo sua fala, fazendo-o ficar parado me encarando.
Quando concluo que ele não vai se mexer, vou rapidamente ao notebook e termino de ler a notícia, sem a esperança inicial, apenas com raiva.
Sinto meu pai no meu ombro acompanhando a notícia, segurando a respiração quando chegamos no parágrafo que contava rapidamente do orientador, e nomeava o orientador do meu projeto.
- Vocês tinham o mesmo orientador?
- Não – respondo baixo – o dele era a Carla.
Não pode ser.
Juan era meu orientador desde a graduação.
Ele tinha me feito chorar, ralar por esse projeto e melhorar a cada etapa.
E agora o nome dele estava junto com o do Tomaz.
- Você não tem o telefone dele?
Rapidamente me levanto para buscar o meu celular e ligar para o meu orientador, ou ex. A chamada caiu na lista de espera na hora, estava ocupado ou bloqueado.
- Ele não chama – digo nervosa.
- Deixe eu tentar ligar pelo meu.
Enquanto ele digitava no céu celular, sentei-me no sofá com o rosto entre as mãos respirando fundo o máximo de vezes possível.
Sinto uma lambida na mão, vendo a filhotona choramingando do meu lado quando me vê soluçar. Abraço-a e enterro a cabeça no seu pêlo macio. Incrível como os animais sentem que você está triste e conseguem absorver parte desta energia.
A mesma não ofereceu resistência, apenas lambendo parte do meu braço que estava em torno do seu corpo.
- O número não chamou, pode estar desligado.
- Ou ele trocou de número – suspirei com as mãos nos olhos e baixei a cabeça.
- Talvez possamos entrar na justiça?
- Ele pode ter barrado os direitos autorais dele do meu trabalho, agora o autor é esse idiota.
Mais uma vez, o silêncio se instaurou no cômodo, onde eu procurava uma maneira de reverter isso e meu pai algo para me apoiar.
- Isso é comum, aconteceu porque tinha que acontecer.
- O que? – Levantei o rosto tão rápido que vi pontos pretos por alguns segundos, mas a raiva já estava me consumindo – Um homem pega meu trabalho de OITO ANOS, simplesmente coloca o nome dele, ganha a vaga dos meus sonhos, reconhecimento mundial E TINHA QUE ACONTECER?
- Toda vez que temos a chance de avançar, eles mudam a chegada – ri sem humor, citando uma fala de um filme que está resumindo o meu estado -. Até porque não seria possível uma mulher com menos de trinta anos desenvolver este projeto. O orientador teve que colocar um homem.
- E o que você vai fazer? Vai denunciar ele? Fazer uma postagem no twitter para viralizar? Assim você vai ter a fama que tanto queres - respondeu com desgosto, mesmo sabendo onde eu queria chegar.
- Fama? É isso que você acha que eu quero? – perguntei lentamente, para o homem que não parece me conhecer desde o dia que nasci – Eu não quero isso. Quero vingança que ele me pague por cada minuto que passar lá nas minhas custas.
- Então, o seu tio é advogado e podemos colocar ele na justiça, vou ligar para ele.
- Não quero o dinheiro deste verme – me senti enojada de pegar um dinheiro ou entrar na justiça para reconhecer o meu trabalho. Eu quero que ele passe vergonha, que o nome dele fique tão manchado que ele não consiga trabalhar como engenheiro nem como garçom. E eu vou estar lá assistindo cada degrau que ele cair.
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Oi gente, tudo bem?
Eu cheguei esgotada ontem e não consegui atualizar a Like Water, mas prometo que vou tentar atualizar hoje ou amanhã.
O que acharam?? O que pode acontecer daqui pra frente? Não esqueçam de comentar, dar a estrelinha e assistirem a vitória do Bayern amanhã. Beijinhos.
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like fire • marco reus
RomanceEntre os relatos históricos do mundo e os perigos de ser mulher no século XXI, Alexandria cresceu vendo grandes figuras femininas sendo apagadas por homens, sentia desde cedo o orgulho e a vontade de ser o melhor de si. Marco estava acomodado em su...