O beijo da liberdade

9 0 0
                                    

Ei, garoto do black power! Kk Antigo black power né!? Acabei de vê-lo. Você acabou de me fazer recordar de um momento com essa foto de 2016. Voltei lá, há 4 anos quando te vi pela primeira vez. Lindos cabelos cacheados que formavam um lindo black-power. Dançava como se não houvesse amanhã, assim como eu também. O suor que molhava a sua camisa já queria se juntar ao da minha. Percebi isso na primeira troca de olhares. Nossos movimentos combinavam, era inevitável não notar a sintonia. Eu te queria. Queria sua boca pequena e seu corpo torneado e suado junto ao meu. Meu Deus! Para mim tudo aquilo era um sonho. Não somente você; mas era a primeira vez em que eu me sentia livre. Era uma mistura de incríveis sensações!
Eu cantava e dançava Beyoncé como se estivesse nu em meu banheiro, mas estava em meio à multidão! Porém não era qualquer multidão. Era a multidão que me aceitava, era a multidão que não me julgava. Eu estava realmente livre. Livre para dar o meu primeiro beijo gay em público! Livre para chegar em você, livre para dançar com você. Um homem, como eu, sem máscaras e sem nada a esconder. Estávamos livres como os nossos movimentos na pista.
E como um imã, nossos corpos se juntaram, os meus dedos nos seus cabelos se amarraram, nossos lábios se beijaram ao mesmo tempo que dançávamos. Foi assim que eu conheci um dos melhores beijos que já experimentei.
Nunca vou esquecer dessa sensação, mágica e transformadora.
Tentei senti-lá novamente com você! Lembra? Mais de uma vez, mas não deu... Você não quis, se mudou, eu me iludi, mas sobrevivi.
Como sempre, mais um aprendizado.
O nosso suado, gostoso e mágico beijo, serviu para que eu nunca pudesse esquecer, o quão bom é o sabor da liberdade.

Cartas para crushesOnde histórias criam vida. Descubra agora