CAPITOLO CINQUE

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LORENZO

Meus olhos deveriam estar focados em outra boca, ao invés do cortado lábio da mulher exasperada em minha frente. Assim que meus olhos caíram sobre ela horas atrás, presa e amordaçada, enquanto seu corpo curvilíneo era suspenso pelo teto, minha intuição tentou me avisar. Meu pau endureceu em segundos, e fui obrigado a aceitá-lo dentro da calça antes de tomar a decisão errônea de soltá-la. Essa mulher vai ser a sua morte.

Na minha linha de trabalho, sexto sentido era a única coisa que te daria a oportunidade de ficar vivo. E a minha nunca falhava. Mas porra.

Que caralhos ela estava fazendo ali?

Seu peito subia e descia rapidamente, deixando claro a corrida que ela foi obrigada a enfrentar, fazendo com que seus seios se movessem e roçassem os mamilos contra o fino tecido da camisa branca que agora estava suja. Meu olhar estreitou nos pingos de sangue ao redor de seu abdômen, mas não tive tempo suficiente para computar de quem seria.

Os lábios estavam vermelhos como se ela tivesse fincado aqueles dentes na boca voluptuosa, fazendo com que o corte decorrente do acidente se abrisse novamente e sangue escorresse pelo queixo dela. Os cachos pretos agora estavam completamente desgrenhados, formando um halo ao redor da mulher, e enquanto alguns pedaços grudaram na testa suada dela dava a impressão que ela tinha sido muito bem fodida. Minha destra apertou meu pau que estava entre minha mão, pensando que era assim que ela ficaria se eu enfiasse todo meu comprimento garganta abaixo.

Ela deve ter visto algo passar pelos meus olhos, porque suas bochechas ficaram ainda mais rosadas do que já estavam, e ela entreabriu os lábios para puxar mais oxigênio aos pulmões. Achava que Charlotte seria mais inteligente do que aquilo, mas o modo com que os pés dela pareciam estar presos no chão fazia um grunhido querer escapar da minha máscara imóvel.

Cazzo. Quando entrei em acordo com Vincenzo Basile, seu pai, ele havia me prometido uma mulher silenciosa e obediente. Alguém que pudesse esquentar minha cama a noite, e mal falar comigo durante o dia.

A mulher parada na minha frente estava bem longe daquela descrição.

Por alguns minutos enquanto eu e aquela mulher enfurecida havíamos ficado em transe, praticamente me esqueci da loira aos meus pés. Meu senso logo voltou a mim quando ela tentativamente colocou a língua para fora, se apoiando em minhas pernas com suas unhas afiadas antes que eu desse alguns passos para trás, não ligando para a mulher que quase caiu de cara ao chão de madeira escura.

O som de revolta que escapou dos lábios da loira abaixo de mim parecia ter sido suficiente para tirar Charlotte do seu estupor. Suas sobrancelhas franziram e o ar ao redor de si foi modificado pela garota assustada, para uma leoa feroz.

Tsk. Fofo.

Fofo, Lorenzo? Fisicamente movi meu queixo para cima, como se tentasse jogar o pensamento intrusivo para de trás da minha mente, antes que enfiasse meu pau de volta a calça e fechasse o zíper. Charlotte encarou meus olhos mais uma vez antes de girar tão rapidamente, que a mesma quase foi de encontro ao chão. Mas ela se afirmou solidamente rápido demais, e em menos de um piscar voltou a correr em uma direção qualquer.

Meu peito murmurou com o que parecia uma risada. Não havia possibilidade nenhuma que ela conseguisse escapar dali. Estávamos em uma casa cercada dos meus mais confiáveis guardas; aqueles que eu havia trazido diretamente de Nápoles, sabendo que meu objetivo aqui não seria facilmente concluído.

Parecia que eu estava certo. A topolina correndo desesperada pelo meu jardim, era a prova daquilo. Como um bom predador, meu sangue se esquentou com o pensamento da caça, e não demorou muito para que eu estivesse caminhando atrás dela, com movimentos lânguidos.

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