Capitolo Quindici

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" Losing it all in the blink of an eye
I'm not ready to say goodbye "

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Eu realmente não tinha a menor ideia para onde ir. Não poderia ir para casa. Na verdade, até podia, mas estava extremamente assustada e com medo. Medo de ver meu pai, depois de quase três meses. Medo de encarar minha mãe, e ela estar machucada... Não tinha a mínima ideia do que tinha acontecido nesse tempo que fiquei fora. Não sabia se queria ter ideia, também. Respiro fundo. Era melhor eu ir comer em uma lanchonete qualquer, e depois ir para um hotel. Mas tinha um problema: eu não tinha dinheiro. A única quantia que eu tinha estava na casa dos meus pais. É, de qualquer modo eu tinha que entrar em contato com eles, então. Mordisco meu lábio inferior, eu só tinha um carro, nem celular eu tinha!

Tomo a decisão de ir até a casa de meus pais, correndo novamente pelas ruas de Milão. Eu sentia falta disso, mas sentia mais falta ainda do que eu tinha deixado naquela casa. Mal faziam 2 horas que eu tinha saído de lá, e eu queria voltar. Nunca, Charlotte. Você não vai voltar para aquele inferno. Você prometeu. Volto a respirar fundo, e a cantar na minha cabeça. Eu me recuso a fazer qualquer coisa que signifique voltar para aquela casa. Para ele... E quando menos esperei, estava a porta da casa de meus pais. Eu não queria entrar. Eu não queria vê-los. Rezo Para que só minha mãe estivesse em casa. Saio do carro contrariada, e bato na porta, esperando pacientemente. Quando a porta é aberta, minha mãe me olha como se tivesse visto uma miragem. Seus olhos estavam tristes, para baixo, como eu nunca a tinha visto antes. Antes de eu dizer qualquer coisa ou o observá-la, sou presa em um abraço de urso, quase sufocante, mas que me deixa feliz e um pouco menos vazia do que eu me sentia naquele carro.

— Mia ragazza! — chora em meu pescoço.

Eu jurava que minha mãe ia cair naquele momento, então só a seguro firme, sem falar nada, simplesmente contemplando minha mãe me abraçando daquele modo. Como eu sentia sua falta! Mas estava preocupada que ela estivesse machucada. Ainda não a tinha observado. Então esperaria para fazer isso no momento certo, que não era agora. Respiro fundo, e a afasto um pouco com dificuldade. Parecia que ela estava encarando uma miragem, e não queria soltar.

— Mama, sou eu! Eu estou bem, hm? E você, como está? Eu senti tanto sua falta. — passo a mão em seu rosto.

Ela só me olhava com uma cara triste, de dor, e os olhos marejados. Mas consegui ver em seu olhar preocupação e felicidade por eu estar ali em sua frente.

— E-Eu estou bem! O que você está fazendo aqui essa hora da madrugada, bambina? Você sabe que não é seguro. Lorenzo deve estar louco. — fala nervosa.

Algo não estava certo. Meu pai. Ele provavelmente não tinha chegado e minha mãe não me queria ali quando ele o fizesse. Não iria falar nada para ela. Ela não merecia preocupação nem nada.

— Calma, mama! Eu só vim pegar meu dinheiro...

— Como assim? — me olha intrigada.

— Depois eu te explico.

A abraço mais uma vez e adentro a casa. Olho ao redor. Estava tudo exatamente igual. Que saudades daquele lugar. Encaro a sala de jantar, e memórias péssimas vem a minha mente. Suspiro. Aquela não era mais a minha casa. Não me sentia mais confortável ali. Subo as escadas entrando no quarto que por tanto tempo foi meu, e olho ao redor: estava tudo limpo e cheiroso. Sem nenhuma bagunça. Nenhum vidro no chão. Sinto meus olhos marejarem, mas deixo isso de lado. Pego o dinheiro que eu deixava escondido, somente para emergências, e os cartões que havia feito não Estados Unidos. Eu poderia usá-los aqui. Não. Eu não pretendia mudar de país, já que seria muito óbvio e eles me procurariam.

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