Capitolo venti

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" I don't know what road we're on I don't know what we're heading towards... "

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Não sei exatamente por quanto tempo fiquei dentro daquele quarto, tentando processar realmente as informações. Que porra acabou de acontecer? Eu nem tenho como explicar. Me deixei levar, novamente, por aqueles olhos azuis, e não falei nem metade do que tinha planejado por sete meses. CAZZO. Como eu sou idiota. Realmente volto a realidade ao ouvir gritos, e me levanto contrariada, respirando fundo. Mais uma vez, brigas. Eu senti falta das vozes daqueles bastardos, mas caralho, precisava disso tudo?

— VOCÊ NÃO VAI LEVÁ-LA, SEU MERDA! — escuto o grito ao abrir a porta do quarto.

Espera... Não era Domenico, muito menos Cristian... MEU DEUS! Fábio...

— ELA É A PORRA DA MINHA MULHER, CARALHO. — vejo empurrar Lorenzo empurrar Fábio. — M-I-N-H-A. — soletra a palavra.

Essa possessividade me enoja, principalmente por eu não der dele! Mas você queria casar Charlotte, não se engane. Subconsciente de merda. Eu querer ser dele, não significa que ele deve falar de mim como uma propriedade, certo? Na minha percepção sim. Ia finalmente entrar na minha sala,  onde toda aquela merda estava acontecendo, quando vejo Lorenzo partir para cima do outro moreno, e deferir socos em seu rosto. Fábio não fica para trás, e faz o mesmo, fazendo eles rolarem e mudarem de posição incontáveis vezes. Os três paspalhos a minha frente não faziam porra nenhuma, só se divertiam com o irmão acabando com meu amigo. Lorenzo era incrivelmente mais forte e hábil, mas não conseguiu fugir dos socos.

Eles não estavam se soltando, e toda aquela violência me deixa alarmada ao ver o estado de Fábio, então finalmente volto a mim e faço alguma coisa.

— QUE PORRA É ESSA? Liberalo ora, bastardo! — tento puxar Lorenzo de cima de Fábio.

Eu fui burra, tinha noção disso no mesmo momento que Lorenzo tenta se libertar, me fazendo cambalear para trás e cair de bunda no chão. Ele estava possesso, fora dele. Não era a pessoa que eu vi sorrir para mim a poucos minutos atrás. Não era o homem que prometeu me levar para casa. Era Lorenzo D'Angelo, Capo da Cosa Nostra. Não sei quando eles pararem de brigar, mas percebo a hora que Domenico e Cristian finalmente fazem algo. Soph já estava praticamente roxa de ódio, e eu estava ali, sentada no chão, apoiando minhas mãos atrás de mim, ainda em choque. Não me machucou, mas eu deveria me acostumar com ambos os lados dele.

Todos temos um lado sombrio, certo? Eu também tenho o meu, e não deveria julga-lo. Levanto calmamente, e só vejo todos eles me encarraram, quietos. Ah o silêncio... Tão ensurdecedor, como sempre, tão irônico. Me aproximo de Fábio, e o encaro seria.

— Você está bem? Por favor, venha, vou te ajudar. — falo calma.

Acho que minha calmaria estava assustando a todos. Nunca agi assim. E era algo a preocupar-se mesmo. Charlotte Basille em silêncio? Era melhor eu gritando. Meu ódio era muito, mas eu precisava assimilar tudo aquilo. Lorenzo estava espumando, e os três paspalhos só faltavam pular no pescoço de Fábio, mas o mesmo levanta com cuidado e me segue. Encaro os quatro que ficaram, e na mesma hora eles entendem e reviram os olhos... Como eles poderiam ser tão parecidos assim? O único que ainda espumava claramente era Lorenzo, mas depois teríamos uma conversa, pela décima terceira vez. Fábio coloca uma mão em minha cintura, e eu sinto arrepios por meu corpo, mas não era algo bom, então na mesma hora o afasto. Algo estava extremamente errado e estranho naquele momento.

— O que você veio fazer aqui? — falo direto ao ponto.

Enquanto o encarava com dúvidas em meus olhos, cuidava dos machucados que Lorenzo tinha feito dele... E porra, eram muitos. Os olhos avelãs me encaram de volta, e vejo nele algo que eu não consigo entender.

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