Capítulo 1

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Pov. Bruna

Bruna - Amanhã eu faço quinze anos e o senhor falava que ia fazer uma festa pra mim, agora cada aniversário é um motivo de tristeza porque amanhã também é aniversario de morte, da sua morte.

Mais um ano sem você aqui papai, sinto tanto a sua falta, não sei mais o que fazer sozinha a mãe nunca fica em casa e depois que o senhor se foi a minha relação com ela ficou ainda pior, me ajuda pai, me dar forças pra conseguir suportar isso até eu ter idade suficiente e ir embora de lá.

Quando você estava vivo eu tinha força, segurança, amor, tudo que alguém pode querer pra ser feliz mesmo sem o amor da mãe, agora é tudo diferente eu só saiu pra ir a escola, não tenho amigos, a célia ( minha querida mãe) virou uma prostituta, e toda vez que ela sai pra se vender ela chega drogada e me bati, eu a odeio com todas as minhas forças, nunca consegui gostar dela e hoje depois que o senhor se foi é impossível sentir alguma coisa boa por aquela mulher, me perdoa ta? Eu sei que o senhor não gosta que eu fale essas coisas, mas é impossível gostar dela pai.

Eu te amo muito ta? Sempre vou te amar, agora eu tenho que ir e não da mais nenhum motivo pra ela me bater, Tchau papai eu amo o senhor.

Seco as lagrimas me levanto, limpo minhas roupas e arrumo a mochila nas costas, saio do cemitério me sentindo mais triste do que quando eu entrei,  já é noite e apresso meu passo aposto que quando eu chegar ela vai estar saindo, é sempre assim.

Célia -- pensei que tu fosse morar na rua agora. – ela fala antes mesmo de eu abrir a porta.

Bruna -- eu fui ao cemitério, amanhã faz 2 anos que o papai morreu e eu completo 15 anos.

Célia -- tu acha que eu não sei o dia que aconteceu as piores coisas da minha vida?

Bruna -- Porque você me teve se não me queria? – todo ano faço a mesma pergunta, sou muito idiota mesmo.

Célia -- Ele queria! – a vejo ficar triste por um segundo, mais logo passa e o ar indiferente volta à cara dela.

Vou para o quarto, tomo um banho e visto um baby doo, como um miojo e termino as atividades da escola, passa das onze quando termino uma atividade de matemática que é pra entregar a manhã.

Organizo a mochila e me deito adormeço na mesma hora, acordo com sede olho o despertador e são três horas da madrugada, levanto ainda sonolenta e vou em direção a cozinha ainda com as luzes apagadas eu abro a geladeira e pego uma garrafa de agua bebo direto dela e volto a colocar na geladeira quando chego no meio do caminho paro ao ouvir a porta abrir e minha mãe entrar sendo amparada por um homem grande e forte, um arrepio percorri meu corpo e fico parada no mesmo lugar.

XX - o chefe já cansou de esperar célia, quando tu vai entregar..

Célia—logo, logo delicia, espero que depois disso ele esqueça a minha divida.

XX - observei ela esses dias a piralha ta ficando bem gostosinha, vai render muito dinheiro pra o chefe.

Célia – ele podia me dar uma boa quantia por ela, já que vai pagar mais que o que eu devo.

XX - nem se atreva a pedir isso ele já acha que esta sendo muito caridoso fazendo isso.

Célia—trouxe o que eu pedir?

XX - claro, quero seu corpo no meu antes disso, porque tu fica muito loucona. – eles riem e saem em direção ao quarto dela.

Deito-me depois de trancar meu quarto com a chave, a conversa fica martelando na minha cabeça, de quem será que eles estavam falando?  Cubro minha cabeça com o travesseiro tentando não ouvir os gemidos da minha mãe, em meios aos gritos que ela dar, não sei se é por prazer ou se ela quer apenas me irritar com isso, consigo dormir depois que o barulho termina, acordo assustada com alguém gritando e esmurrando a minha porta, me sento atordoada passo a mão no rosto e tento identificar alguma coisa.

Minha salvação está no morro. ( Pausada ) Onde histórias criam vida. Descubra agora