Capítulo 2

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P.O.V lucas

Lucas – bom dia, meu nome é Lucas Tenório, tenho 23 anos e estou no 8 período de química industrial, faz quatro meses que meus pais morreram e eu preciso muito desse trabalho pra me manter.

Entrevistador – vi que o senhor mora no Vidigal, enfim senhor Lucas não podemos dar a vaga ao senhor com essa afirmação de que seus pais morreram precisamos de profissionais formados, e não estamos fazendo a seleção levando em conta a historia triste de nossos candidatos.

Lucas – Não falei sobre a morte dos meus pais pra conseguir essa vaga, apenas estou explicando o motivo de eu querer a vaga mesmo sem estar ainda formado e o lugar onde moro não estar em palta aqui senhor nunes, infelizmente tem muitos bandidos no Vidigal mais existem muitas pessoas honestas e honradas vivendo lá, com relação a não ter diploma ainda isso seria resolvido dentro de três meses assim que eu concluir o ultimo período.

Entrevistador – entendo senhor Lucas agora o senhor pode se retirar e no mais tardar amanhã ligaremos se o senhor for o escolhido.

Levanto e deixo a sala, ele nunca vai ligar, vi como me olhou com desdém desde que eu entrei na sala, já é a sexta empresa essa semana e nada o dinheiro já esta acabando e eu não vou ter como me manter se não aceitar a proposta do vs e do ph.

Meu currículo é muito melhor do que o de muitos dentro daquela sala, infelizmente o fato de eu morar em uma favela conta mais do que meu histórico curricular, subo na moto e saio de lá paro na orla e fico tentando encontrar uma maneira de não entrar pra o trafico, gosto muito do Vs o dono do morro é meu amigo desde sempre e Ph sempre esteve presente na nossa infância mesmo desde novo trabalhando no trafico primeiro pra o pai do vs e agora pra ele como sub dono do morro.

O negocio é que eles são meus amigos e de certa maneira estão tentando me ajudar, já fazem três anos que eu me viro como posso já vende carro, moto, joias da minha mãe só restou um anel e eu não quero me livrar dele.

Essa semana faz 3 anos que de uma maneira ridícula meus pais morreram, estava chovendo e meu pai perdeu o controle do carro, algumas pessoas que viram falaram que o carro girou na pista e caiu do viaduto matando minha mãe na hora, meu pai ficou por 3 meses em estado de coma mais infelizmente não voltou, os médicos falaram que foi morte cerebral, perdi dois períodos na universidade depois disso eu não conseguia sair nem do meu quarto, eu estava sozinho mais uma vez sozinho.

Eu fui adotado aos seis anos, nunca conheci meus pais biológicos, vivi a primeira infância em um abrigo, minha mãe chegou em um dia bem ruim pra mim, eu tinha apanhado muito dos meninos mais velhos e as cuidadoras não fizeram nada pra me ajudar, eu estava triste, machucado e com fome e ela se sentou do meu lado e apenas me abraçou e eu chorei como nunca no colo de alguém, depois desse dia ela ia todos os dias ficava conversando e brincando comigo, depois meu pai passou a ir também no começo eu senti medo, insegurança, mais com o tempo ele me fez ver que ele era minha segurança, meu porto seguro dai fui embora pra sempre daquele lugar horrível, e finalmente tive o que toda criança precisa, eu tive amor.

Saio atordoado dali infelizmente farei o que minha mãe tanto temia serei mais um jovem envolvido no trafico, paro em frente a boca, eu tentei tanto, coloquei curriculo em tudo que era lugar pra todo tipo de vaga mais ninguém quer me contratar, agora tenho que entrega a moto do ph e falar a eles que aceito a proposta deles, entro e eles param de falar na mesma hora sento sem falar nada suspiro cansado de mais um fracasso.

Vs  – conseguiu? – pergunta sentando na minha frente.

Ph – claro que não, olha a cara de derrota dele?

Lt – valeu mano. - refiro os olhos pra sinceridade do meu amigo.

Ph – pode contar comigo sempre, fala ai por que ta com essa cara de enterro?

Lt – aquele filho da puta não me contratou e ainda falou que é porque eu moro aqui.

Vs – quer que eu dê um jeito nele?

Lt- não mano sem violência.

Vs- beleza mais se mudar de ideia nós ta aqui.

Lt – eu sei, agora eu quero saber se ainda tem vaga pra mim aqui.

Ph – mais é claro, né chefe?

Vs – se não tivesse a gente arrumava agora.

Uma semana trabalhando pra o vs, nem acredito que me meti nisso mais até que ta sendo fácil e não me meti com a policia nem sai do morro com nada ilegal até agora, fico apenas fazendo cobranças pelo morro e entregando a mercadoria aos vapor pra vender pelo morro e no asfalto, as vezes fico na proteção da entrada, verificando quem entra e quem sai infelizmente não é só a policia que o vs teme mas também os morros rivais.

Vs – hoje tu vai pra entrada, vou te dar uma fuzil a partir de agora tu é meu braço esquerdo aqui, eu to ligado que tu não ta muito a vontade em trabalhar no trafico mais nos é parceiro e qualquer momento tu pode sair entendeu? Tu não ta preso aqui não lucas nos ta só te ajudando a viver até tu decidir.

Lt – eu sei vs e valeu mesmo mano eu não sei o que faria sem vocês.

Vs – bora para de viadagem, aqui ela é tua. – ele entrega uma fuzil muito massa.

Lt –  caralho, valeu mano.

Vs – agora vai, antes que ph chegue e comece a encher meu saco.

Coloco a fuzil nas costas e saio da sala dele, braço esquerdo é muita coisa pra mim, já era respeitado apenas por ser amigo do vs agora vou ser temido, me posiciono perto de mais três vapor que fazem a segurança, a manhã passa tranquila, a tarde começa chuvosa e é quase um milagre, dois vapor chegam com bolsas e rindo muito, escuto que fizeram um assalto a um ônibus  não aprovo e fico apenas calado, quem tem que ver essas coisas é o vs mais acho ridículo assaltar a linha que passa justamente por aqui.

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Olá pessoinhas, votem e comentem eu preciso saber o que vocês estão achando.
Beijos da juuh

Minha salvação está no morro. ( Pausada ) Onde histórias criam vida. Descubra agora