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Calista caminhava calmamente ao lado do seu noivo pelos jardins verdes. Era um dia agradável, mas havia um clima pesado na Fortaleza Branca, e ela sabia o porquê, em breve ela teria que partir para a batalha mais importante de sua vida.

— Quando você partirá? – Edmundo parara no meio do percurso encarando sua noiva.

— Amanhã à noite. – a voz da jovem saiu contida e o futuro Lorde do Vale dos Ventos acariciou seus cabelos dourados e brilhantes.

— E se você não voltar?

— Eu voltarei. – Calista sentia isso há anos, ela derrotaria a Imperatriz regente, e sairia viva da batalha, pois sem ela, o trono do Vale da Luz ficaria sem herdeiros. – E trarei a minha coroa.

— Mas todas as outras Herdeiras morreram tentando derrotá-la. – ele sentiu-se triste. – Minha irmã se foi há três anos. Só não quero perder mais alguém importante para mim de novo.

Calista o abraçou, pensando no casamento arranjado. Há anos seus ancestrais queriam unir os dois Vales, e dessa vez conseguirão, se ela ao menos estiver viva para o casamento.

— Vai ficar tudo bem. – ela soltou uma lágrima sem perder a postura e se afastou quando viu uma empregada.

— Princesa?

— Sim?

— Seu pai, Lorde Kardec, pede para falar com a senhorita. – a criada olhou para baixo mantendo o respeito.

Todos o mantinham, ela era muito querida entre seu povo e aos olhos dos demais Vales, ela era a última esperança deles, pois se ela não matasse Lady Elentári, ninguém mais o faria.

Desde o nascimento da Herdeira do Vale das Sombras o Reino de Idálion temeu por sua maldade. A Batalha das Sete, como ficou conhecido os combates entre as Herdeiras, que tinham o objetivo de depor e matar Lady Elentári, tinha data para acabar, pois Calista era a última Herdeira, a única forte o suficiente para derrotá-la, pelo menos, era o que todos lhe diziam.

Calista caminhou pelos corredores brancos da Fortaleza até a sala do trono, o ar fresco das flores de primavera acalmavam-na. Talvez fosse a última conversa que teria com seu pai.

— Mandou me chamar, meu Lorde? – ela perguntou em sinal de respeito assim que avistou seu pai com o aro da coroa sobre os cabelos brancos e as vestes pomposas, sentado em um trono de marfim.

— Sim, minha querida. – Calista se aproximou. – Como você está?

— Muito bem, Senhor.

— Ótimo. – o velho suspirou e foi direto ao assunto: – Você está ciente do seu dever?

— Sim, senhor. É meu dever eliminar o mal que assola nossa terra. Eliminar Lady Elentári e tomar a Coroa Negra para ser a nova Imperatriz do nosso Reino.

O Lorde sorriu vendo a determinação da filha.

— As pessoas lhe apoiam.

— E como a nova Imperatriz, assumirei o papel principal do posto, proteger nosso povo.

— Você conseguirá derrotá-la minha filha, as estrelas nos contaram quando você nasceu, foi nossa maior alegria. – ele se referiu a esposa já falecida e a tristeza lhe dominou.

— Eu sou a número Sete, e Elentári morrerá amanhã à noite, meu pai.

Concordando com a cabeça o lorde relaxou e disse:

— Todos temeram aquele monstro durante anos, e está na hora de você entregar a paz ao nosso povo.

Calista saiu da sala do trono após as últimas palavras do pai e sorriu, estava na hora de se alimentar.

A Portadora da Luz [concluído]Onde histórias criam vida. Descubra agora