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Calista despertou de um sono leve sentindo frio, e sabia que era magia, pois no Vale da Luz nunca fazia frio.

Alguém sussurrou seu nome, uma voz masculina e cheia de mistério. A princesa então levantou-se arrastando o vestido vermelho pelo chão claro e saiu em busca da voz. Já havia escurecido, e ela supôs que todos já haviam se retirado para seus aposentos, pois os corredores estavam todos vazios. Escutou novamente seu nome e avistou um vulto no jardim.

— Quem é você? E o que queres de mim?

— Vejo que é corajosa, jovem princesa. – o homem se pronunciou e sorrindo revelou seu rosto, antes oculto por um capuz, os traços eram firmes e a mandíbula cerrada, não trazia nenhuma arma consigo. Uma característica chamou a atenção de Calista, pois um dos olhos, o direito, era metade negro e metade dourado.

Calista se manteve calada esperando o homem falar, ainda bem que ela sempre trazia consigo uma adaga, escondida nas vestes.

— Venho lhe oferecer um presente.

— Quem é você?

— Insistente também. – o homem se aproximou e tomou a mão de Calista dando-lhe um beijo. – Sou conhecido como Guerra entre meus irmãos, mas quando caminho pela terra sou Cedrick.

Calista se espantou e deu alguns passos para trás.

— Você é um dos Criadores do nosso mundo.

O homem sorriu confirmando.

— E trago-lhe um presente, jovem receptáculo, para que possa derrotar sua inimiga na batalha que se aproxima.

— Do que se trata? – Calista tentou manter a voz firme.

— Apenas um bracelete de ouro. – o homem sorriu diabolicamente. – Quando a batalha se aproximar do final e você perceber que sairá dali morta, coloque isto na Imperatriz.

Cedrick estendeu um aro fino de ouro com a circunferência perfeita para o pulso.

— Quanto isso irá me custar?

— É um presente.

— E porque estaria me entregando isso?

— Tenho meus motivos. – o olhar de Cedrick se intensificou ficando mais negro. – Ela é perigosa demais.

Calista analisou Cedrick sem entender suas palavras, Elentári era perigosa para quem? Para o povo? Para o Reino? Ou para ele?

— Nos veremos em breve. – Guerra voltou a sorrir e cobriu os cabelos castanhos com o capuz, dando as costas para Calista assim que a menina segurou o bracelete.

Intrigada com o acontecimento, ela voltou para os aposentos e escondeu a joia nas vestes da batalha, não seria tola de ignorar um presente de um Criador. Pois assim eram conhecidos os quatro cavaleiros que criaram o mundo. Guerra, Paz, Vida e Morte, juntos formaram extensões de terras e seres vivos que habitavam o Reino de Idálion.

Deitou-se na cama e adormeceu com sede da batalha que se aproximava, iria derrotar a Imperatriz e tomar sua coroa. Assim era e assim seria.

A Portadora da Luz [concluído]Onde histórias criam vida. Descubra agora