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E com um golpe certeiro desceu a espada, a arma se chocou contra e pedra e a lâmina quebrou ao meio.

— Não! – Calista gritou.

Perdida em seus pensamentos, procurando um método de matar Elentári, não percebeu quando um homem se aproximou:

— Você não conseguirá matá-la. – a voz masculina disse atrás de Calista.

Cedrick se aproximou com uma coroa na mão.

— O tempo não passará para você, e nem para Elentári enquanto uma de vocês não morrer pelas mãos da outra.

— Então porque não consigo matá-la? – Calista largou o cabo da espada no chão, que se juntou a outra metade.

— Imaginei tentadora a ideia de lhe oferecer a imortalidade.

Guerra lhe estendeu a coroa de Elentári e Calista a tomou de suas mãos.

— Acho que o mundo já está preparado para temer a nova Imperatriz. Eles conhecerão o verdadeiro terror. Foram tolos ao acreditar que Elentári era o verdadeiro mal que caminhava pela terra.

Ele apenas sorriu e deixou que Calista partisse, a verdadeira Portadora das Sombras, criada de uma fagulha de escuridão, estava pronta para iniciar seu reinado de terror.

Quando o tempo passou e ele percebeu que estava sozinho, caminhou até Elentári, acariciou seu rosto e sussurrou antes de partir:

— Ninguém jamais descobrirá o que você fez.

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Quando as festanças do dia que se seguiu haviam se acalmado, Calista retornou aos aposentos com a coroa de Imperatriz em mãos, sentou-se de frente para um grande espelho e se coroou. Sorriu com a visão e não desgrudou os olhos do espelho quando sua criada mais fiel entrou.

— Deseja mais alguma coisa, minha princesa? – o título ainda não havia mudado, isso só aconteceria quando ela fosse coroada e seu pai passasse o governo do Vale da Luz para ela.

— Sabe a criada que me serviu durante o jantar nesta noite? Pode chamá-la para mim? – os olhos da moça na porta se iluminaram de compreensão e ela saiu do quarto. – Ainda estou com fome. – Calista sussurrou para o espelho e massageou os fios dourados, tão doce era sua aparência, ninguém suspeitaria dela.

— Mandou me chamar, vossa alteza? – a criada de cabelos longos se prostrava diante da futura Imperatriz ao fechar a porta dos aposentos.

— Você me serviu muito bem essa noite. – Calista se aproximou dela e passou os dedos pela bochecha da jovem. – Sou grata pelo que pode me oferecer.

Seus dedos se enterraram na carne do pescoço da menina, e com uma força sobre humana, a levantou do chão e abriu a boca, sugando todas as sombras da menina. O receptáculo se deliciou quando o corpo da jovem caiu inerte no chão, cada alma tinha um gosto diferente, mas todas tinham o mesmo cheiro.

Olhou para a menina aos seus pés e refletiu sobre a possibilidade de a ter deixado viva, sabia controlar seus impulsos, mas assim era muito mais divertido.

Seu olhar se direcionou ao espelho e ela observou sua bochecha, totalmente restaurada e mais bonita, satisfeita com o conserto, se deitou e apagou as velas, mais tarde sua criada limparia a sujeira do chão.

A Portadora da Luz [concluído]Onde histórias criam vida. Descubra agora