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Calista empunhou a espada e entrou na Fortaleza, não havia nenhum guarda, nenhum arqueiro, nem mesmo um servo qualquer, a Imperatriz lhe esperava.

A Sétima Herdeira manteve a guarda alta e avançou, a respiração descompassada. A fortaleza era de pedra negra e tinha detalhes esculpidos a mão por toda sua extensão, era magnifico e aterrorizante ao mesmo tempo. No fim do salão, sentada em um trono, sua oponente a esperava.

Elentári se levantou do trono à espera da menina, e quando a viu, supôs que ela fosse três anos mais jovem. Tinha uma beleza ímpar, e o cheiro de um receptáculo, como açúcar queimado, Elentári teve a certeza que a menina sugara energia antes de vir ao castelo.

A Imperatriz também deveria ter o feito. Mas não sugaria sem consentimento do portador da alma.

— Qual seu nome, criança? – Elentári se pronunciou.

— Sou Calista, a Sétima Herdeira. E estou perante você, Imperatriz Elentári, para trazer-lhe seu fim.

— Que assim seja. – Elentári avançou com a arma em punho e golpeou Calista.

As armas se chocaram e elas ficaram cara a cara. Tentando não sair em desvantagem em força, a mais jovem tentou acertar uma cotovelada em Elentári que se distanciou, se safando da investida.

Mais golpes se sucederam e o barulho das lâminas ecoava pelo castelo. Elentári achou falhas na performance de Calista e a atacou, cortando seu rosto, da bochecha aos lábios, sangue carmim escorreu. Calista urrou e foi para cima com o dobro de intensidade, seu coração pulsando, a morte estava à espreita.

O suor começou a escorrer de ambas, mas Calista não conseguia superar Elentári, nem em força, experiência ou esperteza, ela iria perder.

Calista se defendeu de um golpe e rodou a espada de Elentári tentando tirá-la, mas quando não terminou o movimento, propositalmente ensaiado, achou uma brecha na defesa e enfiou a espada, Elentári saltou para trás, mas a espada fizera um corte profundo em sua pele.

— Porque insistir nessa luta? – Calista se pronunciou confiante. – Me entregue a coroa negra e eu lhe deixo viver.

— A coroa jamais poderá sair do meu poder. – Elentári desferiu um golpe mortal em Calista, mas errou por centímetros.

— Então morrerá como a tola que é.

— Não precisamos lutar. – Elentári se afastou para tomar um ar e deixar Calista se recuperar. – Desista do meu título e da minha coroa e volte para seu Vale.

— E deixar um mostro vivo como você? – Calista riu.

— Eu não sou um monstro! – Calista a atacou, mas a raiva acumulada em Elentári foi tamanha que três golpes foram necessários para atirar a espada da menina para longe.

Quando estava prestes a dar o golpe mortal, Calista se ajoelhou e Elentári hesitou escutando as palavras que saiam da boca da garota:

— Dia após dia eu escutava essas palavras: mate a Imperatriz e você trará a prosperidade e segurança ao nosso povo, mate-a e a luz voltará a brilhar novamente, você precisa derrotar todo o mal que assola nosso Reino. – Calista sorriu diabolicamente. – Mal sabem eles que eu sou o verdadeiro mostro.

Compaixão floresceu no coração de Elentári.

— Ser um receptáculo não a torna um monstro. – Elentári estendeu a mão para a menina largando a espada. – Eu posso ajudá-la a controlar o que você é.

Calista enfiou a mão nas vestes.

— Eu não quero controlar o que eu sou. – e em um gesto rápido, tirou o bracelete de ouro escondido e o colocou no pulso de Elentári. – Eu gosto de ser o mostro. Não sou fraca igual a você, eu não absorvo a luz das almas, eu absorvo a escuridão.

Elentári não teve tempo de revidar e sentiu seu corpo se transformar em pedra, não pode fazer nada.

Calista riu vitoriosa. Agarrou a espada de Elentári do chão e a ergueu dizendo.

— Eu sou Calista, a Sétima Herdeira, Portadora das Sombras, e condeno você Elentári, Imperatriz de todo o Reino, Portadora da Luz, a morrer pela própria espada.

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Confundi vocês? Espero que só um pouquinho ;)

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A Portadora da Luz [concluído]Onde histórias criam vida. Descubra agora