A Portadora da Luz [concluído]

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Elentári embainhou a espada no cinto quando o treino terminou, enxugou as gotas de suor com as garras de ferro e se preparou para seus estudos na biblioteca.

Os sete Vales temiam a Fortaleza Negra do Vale das Sombras, e acima de tudo, sua soberana, Lady Elentári. O Vale recebeu esse nome quando foi descoberto por seus ancestrais, que observaram flores negras, banhadas em fios vermelhos, crescendo sobre os campos verdes e férteis da região, e assemelharam sua força às Sombras, e assim ficaram conhecidos.

Ela parou por um momento em uma das grandes janelas da Fortaleza e olhou alguns de seus guerreiros, eles treinavam arduamente lá fora, os demais com certeza estavam no acampamento militar que ficava a poucos minutos dali.

Paz era apenas um estado antes da guerra, e quando ela chegasse, estariam prontos para a batalha. Pois se todos a temiam, a Imperatriz lhes daria motivos para isso.

Satisfeita com o desempenho de seus homens, ela seguiu seu caminho até a grande biblioteca, onde sentou-se, abriu um livro e começou seus estudos.

Quem a observasse ficaria encantado, uma jovem com cabelos longos, uma pele branca e lábios vermelhos. Trajava sempre o preto, não importava a ocasião, era uma tradição familiar, mas o que mais gostava nas roupas eram as joias de ferro. Porém por trás da beleza havia poder. E as pessoas temiam o que não entendiam. Ela era um receptáculo, soube disso desde o momento em que nascera de uma fagulha de luz.

Elentári temia que a solidão a enlouquecesse, e talvez estivesse perto disso.

Criada pelo Lorde Denzel do Vale das Sombras e sua esposa, Lady Elora, seus dias se tornaram solitários quando assumiu o trono, logo após a morte de seus pais.

A cada ano que passava, uma Herdeira do trono dos demais Vales viajava até a Fortaleza Negra para enfrentá-la e assim derrotar todo o mal que temiam. Nenhuma das seis garotas obteve sucesso, mas Elentári sentia que a Sétima traria sua derrota, ela era seu oposto e sua pior inimiga. Nunca haviam se encontrado antes, nem em outras vidas e nem nesta ainda, pois elas eram os primeiros receptáculos que caminhavam sobre a terra.

E a batalha se aproximava.