3. Melly

12 2 0
                                    

-Estão todos a falar da reportagem da GOW! -Sorriu Francy.
Acenti com a cabeça enquanto fechava o cacifo.
-Tudo o que envolva o 'esquadrão da popularidade' é sucesso.
Encolhi os ombros não dando grande importância ao assunto e caminhámos para os balneários.
-Essa tal de repórter fantasma vai ter das boas!- Escutei atrás de mim.
Jennifer estava furiosa. Depois de Clark ler o jornal e saber da traição dela terminou tudo entre eles. Senti pena dele, era uma ótima pessoa e sem dúvida conseguiria melhor do que uma idiota sem cérebro.
-Estragou a minha vida!- Continuou a reclamar virada para os seus paus mandados Audry e Dara.- Tenho de reconquistar Clark novamente.
-Para quê?- Intrometeu-se a minha amiga assim que passou a T-shirt pela cabeça.- Para manter o teu status social ou porque sabes que Dave só estava contigo porque sabia que eras namorada de Clark?
Jennifer surpreendeu-me quando, em vez de responder a Frac e vingar-se dela, apenas semicerrou os olhos e saiu com as suas "amigas" para o pavilhão desportivo da escola.
Eu e Franc (que a propósito poderia facilmente estar a deitar fumo pelo nariz dada a raiva que tinha no olhar) saímos a seguir.
Os rapazes já estavam todos a correr e nós seguimo-los até ouvir o apito do professor de educação física.

Os rapazes já estavam todos a correr e nós seguimo-los até ouvir o apito do professor de educação física

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Em meio dos meus devaneios e apontamentos de biologia o meu smartphone tocou.
-Fala, Francy.
-Não imaginas quem pediu informações sobre ti na redação do jornal!
-Sobre mim?
-Bem, sobre a G.O.W..
Franc é a chefe e monitora do jornal e rádio da escola, então qualquer dúvida os alunos tiravam com ela.
-Quem?
-Duas palavras: Joshua Edwin.
Dei um riso sonoro antes da minha expressão séria reaparecer.
-E o que lhe disseste, Francysca?
-Bem... Nada. Queria falar contigo primeiro. O que fazemos?
-Nada! Ele provavelmente não gostou da reportagem por ter falado dele.
-Mas...
-Mas nada.– Apressei-me a interrompê-la.– Rapazes como ele só querem duas coisas: Lutas e vadias.
O silêncio reinou do outro lado da linha.
-O que é que fizeste, Franc Dayne?
-Bem... Talvez lhe tenha dado o teu número de telefone?
Coloquei a mão na testa e levantei-me.
-Tu fizeste o quê?! Fogo, Franc! Quando foi isso?
- cerca de meia hora, sei .
Pensei um pouco. Se ainda não me tinha mandado nem uma mensagem talvez se tivesse esquecido do assunto. Foi o que disse à minha melhor amiga. 
-Talvez. –O seu tom entusiasmado voltou.– Ou apenas não teve tempo. Tenho de ir, a minha mãe está a chamar-me. Fui!
Desligou e eu voltei a pousar o telefone na escrivaninha.
Não pude evitar sorrir com a ideia do rapaz mais popular e lindo da escola querer encontrar a rapariga por trás daquelas palavras anónimas.
Revirei os olhos.
Não comeces a imaginar coisas!
Voltei a focar-me nos estudos até a minha mãe chegar e bater na porta do meu quarto.
-Está na hora da aula de canto... O que aconteceu aqui, Mellysa? Passou um furacão no teu quarto? E porque é que estás deitada no chão?!
-Mais espaço para estudar.– Respondi com um encolher de ombros.– E não está assim tão mau, mãe! Só algumas roupas em cima da cama e na escrivaninha... E perto da porta.

A dona Hilary colocou os dedos nas têmporas e apenas disse, apontando para o seu relógio de ouro

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

A dona Hilary colocou os dedos nas têmporas e apenas disse, apontando para o seu relógio de ouro.
-Aula de canto.
Suspirei sussurrando um "não quero". Não era suposto ela ouvir mas a senhora Smith tem os sentidos muito apurados.
-Vais sim! Já te deixo usar essas roupas e ter o cabelo assim. Nem maquilhagem usas. Mas pelo menos vai às aulas.
-O que há de errado com o meu cabelo?– Protestei.
A minha mãe lançou-me um olhar de "Não me faças falar nisso" antes de sair.
Típico, Hilary Smith tinha de ter controlo sobre tudo e todos.  A designer mais conceituada do país. Amigável com os clientes mais do que com a própria família.
Penso que foi por isso que o meu pai saiu de casa. Sempre habituado a ser independente e a minha mãe sempre a tentar tirar-lha...
Respirei fundo e levantei-me do chão. Antes de calçar o segundo ténis o meu Huawei vibrou, indicando uma mensagem.
O meu queixo caiu.

Hey, Gow, não é?
Encontras-te comigo?
Joshua Edwin.

Ri. Era uma piada? Aposto que era uma partida qualquer.
Pensei em responder, mas a minha mãe chamou-me, fazendo-me esquecer isso.
A professora de canto, Camille, parecia mais mal humorada que o normal. Piorou quando, a meio da escala do dó, o meu telemóvel não parava de vibrar.
-Ahm, desculpe Sra. Camille.
Ia desligá-lo, mas esqueci-me que o ia fazer quando descobri que todas as mensagens eram de Joshua, coisa que percebi pelo número que, graças à minha ótima memória, já tinha memorizado.
A professora tossiu falsamente fazendo-me voltar à realidade.
Com o telemóvel na mão, sorri e apontei para o corredor.
-Preciso de ir ao quarto de banho.
Ela acenou e eu saí do seu alcance. Não sabia sequer onde ficava o banheiro mas precisava de sair da sua zona de visão.

967 888 456: Hey, e boa educação?
967 888 456: Ignorar as mensagens de um leitor?
967 888 456: Que falta de profissionalismo.

O que queres?
Tenho vida, não posso responder a qualquer hora.

Não precisei esperar para ele responder.

967 888 456: Ah, sim. Ocupada a ver o que os alunos populares armaram agora?
967 888 456: Quem foi suspenso?
967 888 456: O que fez o rapaz-problema desta vez?

Ficaste ofendido? ;)
Desembucha. O que queres de mim?

967 888 456: saber quem és.
967 888 456: Quem é a aluna por trás da repórter fantasma.
967 888 456: Furo com sucesso garantido, não?

Aeeee, Capítulo 3 prontinho para vocês!
Comentem o que acharam, interajam
Ah, e deixem a estrelinha que muita sorte.
See you no próximo capítulo 💝🎶

Anonymous Words || Palavras AnónimasOnde histórias criam vida. Descubra agora