-Estão todos a falar da reportagem da GOW! -Sorriu Francy.
Acenti com a cabeça enquanto fechava o cacifo.
-Tudo o que envolva o 'esquadrão da popularidade' é sucesso.
Encolhi os ombros não dando grande importância ao assunto e caminhámos para os balneários.
-Essa tal de repórter fantasma vai ter das boas!- Escutei atrás de mim.
Jennifer estava furiosa. Depois de Clark ler o jornal e saber da traição dela terminou tudo entre eles. Senti pena dele, era uma ótima pessoa e sem dúvida conseguiria melhor do que uma idiota sem cérebro.
-Estragou a minha vida!- Continuou a reclamar virada para os seus paus mandados Audry e Dara.- Tenho de reconquistar Clark novamente.
-Para quê?- Intrometeu-se a minha amiga assim que passou a T-shirt pela cabeça.- Para manter o teu status social ou porque sabes que Dave só estava contigo porque sabia que eras namorada de Clark?
Jennifer surpreendeu-me quando, em vez de responder a Frac e vingar-se dela, apenas semicerrou os olhos e saiu com as suas "amigas" para o pavilhão desportivo da escola.
Eu e Franc (que a propósito poderia facilmente estar a deitar fumo pelo nariz dada a raiva que tinha no olhar) saímos a seguir.
Os rapazes já estavam todos a correr e nós seguimo-los até ouvir o apito do professor de educação física.Em meio dos meus devaneios e apontamentos de biologia o meu smartphone tocou.
-Fala, Francy.
-Não imaginas quem pediu informações sobre ti na redação do jornal!
-Sobre mim?
-Bem, sobre a G.O.W..
Franc é a chefe e monitora do jornal e rádio da escola, então qualquer dúvida os alunos tiravam com ela.
-Quem?
-Duas palavras: Joshua Edwin.
Dei um riso sonoro antes da minha expressão séria reaparecer.
-E o que lhe disseste, Francysca?
-Bem... Nada. Queria falar contigo primeiro. O que fazemos?
-Nada! Ele provavelmente não gostou da reportagem por ter falado dele.
-Mas...
-Mas nada.– Apressei-me a interrompê-la.– Rapazes como ele só querem duas coisas: Lutas e vadias.
O silêncio reinou do outro lado da linha.
-O que é que fizeste, Franc Dayne?
-Bem... Talvez lhe tenha dado o teu número de telefone?
Coloquei a mão na testa e levantei-me.
-Tu fizeste o quê?! Fogo, Franc! Quando foi isso?
-Há cerca de meia hora, sei lá.
Pensei um pouco. Se ainda não me tinha mandado nem uma mensagem talvez se tivesse esquecido do assunto. Foi o que disse à minha melhor amiga.
-Talvez. –O seu tom entusiasmado voltou.– Ou apenas não teve tempo. Tenho de ir, a minha mãe está a chamar-me. Fui!
Desligou e eu voltei a pousar o telefone na escrivaninha.
Não pude evitar sorrir com a ideia do rapaz mais popular e lindo da escola querer encontrar a rapariga por trás daquelas palavras anónimas.
Revirei os olhos.
Não comeces a imaginar coisas!
Voltei a focar-me nos estudos até a minha mãe chegar e bater na porta do meu quarto.
-Está na hora da aula de canto... O que aconteceu aqui, Mellysa? Passou um furacão no teu quarto? E porque é que estás deitada no chão?!
-Mais espaço para estudar.– Respondi com um encolher de ombros.– E não está assim tão mau, mãe! Só algumas roupas em cima da cama e na escrivaninha... E perto da porta.A dona Hilary colocou os dedos nas têmporas e apenas disse, apontando para o seu relógio de ouro.
-Aula de canto.
Suspirei sussurrando um "não quero". Não era suposto ela ouvir mas a senhora Smith tem os sentidos muito apurados.
-Vais sim! Já te deixo usar essas roupas e ter o cabelo assim. Nem maquilhagem usas. Mas pelo menos vai às aulas.
-O que há de errado com o meu cabelo?– Protestei.
A minha mãe lançou-me um olhar de "Não me faças falar nisso" antes de sair.
Típico, Hilary Smith tinha de ter controlo sobre tudo e todos. A designer mais conceituada do país. Amigável com os clientes mais do que com a própria família.
Penso que foi por isso que o meu pai saiu de casa. Sempre habituado a ser independente e a minha mãe sempre a tentar tirar-lha...
Respirei fundo e levantei-me do chão. Antes de calçar o segundo ténis o meu Huawei vibrou, indicando uma mensagem.
O meu queixo caiu.Hey, Gow, não é?
Encontras-te comigo?
Joshua Edwin.Ri. Era uma piada? Aposto que era uma partida qualquer.
Pensei em responder, mas a minha mãe chamou-me, fazendo-me esquecer isso.
A professora de canto, Camille, parecia mais mal humorada que o normal. Piorou quando, a meio da escala do dó, o meu telemóvel não parava de vibrar.
-Ahm, desculpe Sra. Camille.
Ia desligá-lo, mas esqueci-me que o ia fazer quando descobri que todas as mensagens eram de Joshua, coisa que percebi pelo número que, graças à minha ótima memória, já tinha memorizado.
A professora tossiu falsamente fazendo-me voltar à realidade.
Com o telemóvel na mão, sorri e apontei para o corredor.
-Preciso de ir ao quarto de banho.
Ela acenou e eu saí do seu alcance. Não sabia sequer onde ficava o banheiro mas precisava de sair da sua zona de visão.967 888 456: Hey, e boa educação?
967 888 456: Ignorar as mensagens de um leitor?
967 888 456: Que falta de profissionalismo.O que queres?
Tenho vida, não posso responder a qualquer hora.Não precisei esperar para ele responder.
967 888 456: Ah, sim. Ocupada a ver o que os alunos populares armaram agora?
967 888 456: Quem foi suspenso?
967 888 456: O que fez o rapaz-problema desta vez?Ficaste ofendido? ;)
Desembucha. O que queres de mim?967 888 456: Só saber quem és.
967 888 456: Quem é a aluna por trás da repórter fantasma.
967 888 456: Furo com sucesso garantido, não?Aeeee, Capítulo 3 prontinho para vocês!
Comentem o que acharam, interajam
Ah, e deixem a estrelinha que dá muita sorte.
See you no próximo capítulo 💝🎶
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Anonymous Words || Palavras Anónimas
RomanceUma palavra que descrevesse Melly? Desajustada. Inadaptada. Mellysa não era diferente dos milhões de adolescentes da sua idade. Bem, talvez fosse. Os seus sábados eram passados entre manuais escolares e romances clichê. Tudo no lugar. Tudo sobre con...