2.2 - me chute na cara

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"Caralho."

"Eu sei."

"É tão grande, Luke. Ai meu Deus. Como você achou algo grande o suficiente pra caber tudo isso?"

"Não foi fácil, eu vou te falar. Eu precisei da ajuda do Calum."

Michael olhou para baixo em espanto antes de respirar e olhar para Luke.

"Estou pronto."

"Tem certeza que consegue aguentar tudo isso?" Ele questionou.

"Tenho." Michael respirou fundo, estalando os dedos.

E com isso, Michael colocou-o em sua boca antes de soltar um gemido satisfeito, fazendo Luke sorrir.

"Como você só me traz doces quando eu estou em uma cama de hospital?" Michael disse com a boca cheia de chocolate.

Luke franziu os lábios e se sentou de volta na cadeira desconfortável que ele conseguiu colocar perto da cama de Michael. Como uma "oferta de paz", Luke comprou uma cesta cheia de chocolate e doces para seu amigo de cabelos verdes, na qual Michael insistiu que ele conseguia aguentar sem entrar em um coma.

"Não coma muito, Michael. Você vai ficar com dor de barriga." Luke avisou.

Michael revirou os olhos para si mesmo antes de terminar a barra de chocolate e jogar o papel em Luke, que respondeu pegando-o de sua barriga e jogando de volta, errando por alguns metros.

"Você errou por poucos metros, meu amigo." Michael riu, ganhando um baixo 'cala a porra da boca' de Luke.

Alguns momentos se passaram, o único som no quarto sendo a mastigação irritante de Michael e o intravenoso apitando. De repente, ele teve uma ideia.

"Caralho."

"O quê?"

"Por quanto tempo eu tenho que ficar no buraco do inferno?" Michael perguntou.

"Uh, eu acho que você vai receber alta amanhã. Por quê?"

"Eu preciso te mostrar uma coisa." Michael começou, se sentando direito na cama.

"Michael, eu juro por Deus que se você me mostrar seu pinto--"

"Talvez mais tarde." Ele se apressou, um sorriso animado em seu rosto. "Mas depois que eu sair daqui, eu vou te levar pra um lugar que você vai amar. Okay? Me prometa que você vai vir."

"Claro. É. Eu prometo."

Ele sorriu para si mesmo enquanto admirava Luke. Aqui estava luke, o belo desastre e ali estava ele, um fracassado que só teve a sorte de conhecê-lo. Com toda a honestidade, Michael ficava feliz que Luke era cego às vezes, porque, bem, se ele não fosse, ele sequer olharia para Michael. Ele era um cara comum, que sempre dizia a coisa errada. Ele não merecia Luke.

"Eu acabei de perceber uma coisa, Michael." Luke falou de repente.

"O quê?"

"Eu gosto de você, muito mais do que eu achava que gostava. Tipo, você poderia literalmente me dar um chute na cara e eu ia achar que você é a melhor pessoa no mundo."

Michael não conseguia não sorrir enquanto assistia as bochechas de Luke ficarem vermelhas timidamente.

Ele abriu sua boca para responder, mas foi interrompido pela porta se fechando. Ele olhou na direção do barulho para se deparar com sua enfermeira, Jessica.

"Chegou a hora, Michael." Ela disse suavemente, dando um sorriso suave ao garoto.

O sorriso de Michael se desfez antes de olhar para Luke e agarrar sua mão e puxá-lo para um abraço apertado.

"Eu tenho que tomar meus remédios, mas amanhã, tudo bem?" Ele murmurou na curva do pescoço de Luke antes de deixar um pequeno beijo lá.

O contato súbito fez com que as bochechas de Luke esquentassem, mas ele conseguiu assentir levemente antes de se soltar de Michael e sorrir levemente para ele.

A enfermeira deu um pequeno sorriso a Michael e ajudou Luke a chegar na porta sem dizer nada.

Michael sorriu gentilmente antes de descansar sua cabeça de volta no travesseiro e fechar os olhos.

Luke era a única coisa constante em sua vida, e ele não podia perdê-lo. Se ele o perdesse, ele perderia a si mesmo. Luke era a única coisa boa na sua vida.

Mas, de novo, tudo tem um fim.

-x-

Tô de volta <3

Desculpem a demora, sério.

Avisinho básico: faltam dois capítulos da tradução pra eu acabar Blind. </3

MAAAAAAS *drums roll* vai ter continuação!!

Não editei esse [como sempre né tiemi] e vou postar os outros dois aos poucos :-)

até a próxima o/

blind ∥ muke (Portuguese version)Onde histórias criam vida. Descubra agora