Capitulo 4
Uma Musica boba.
Quando você quer esquecer alguma coisa, e se deita em seu travesseiro, imaginando que dormir possa ser a única forma de esquecer tal sentimento, por que nos sonhos somos livres, podemos voar, ou apenas correr nu pela rua de Nova York e ninguém vai se importar. Mas o que me levava a querer sonhar era uma liberdade diferente, era um sentimento conflitante e tão intenso que mesmo com os olhos fechados e ignorando a respiração que vinha a alguns metros de onde eu me encontrava, nada fazia sua face ir embora da minha mente.
Meus olhos estão fechados, mas infelizmente meu coração, minha boca, meu corpo todo, estava aberto a sentir ele em cada célula. Um vicio eu conclui, mas não sei dizer se essa palavra chula, definia o que eu sentia pelo príncipe/comprometido/futuropai/amorimpossivel."Quando você acha que devo voltar?" ele pergunta com um sorriso sacana no rosto.
"E se você não fosse? Assim não precisaria voltar..." concluo seria. Eu amo estar ao lado do Bernardo, não amar já é pouco para descrever nossa relação, somos como unha e carne, clichê eu sei, mas ainda assim, é o que somos. Ele é tudo pra mim. E sei disso toda vez que tenho que me despedir, é uma dor cortante e infinita. Comendo os fragmentos de felicidade que crescem no tempo que ficamos juntos, e deixando um rastro de vazio inesperado. Como se sem ele, eu nem mesmo existisse.
"Fato!" conclui ele alisando meu cabelo, eu permaneço imóvel eu seu colo, deitada encarando as estrelas que tanto queríamos ver, nos afastar de todos e fujir para nosso refugio, foi a melhor ideia que tivemos, pena que Milla parece cada dia mais irritada, como se soubesse de tudo, mas não quisesse nos acusar de nada, tramando algo, foi o que disse a Bernardo, ele balançou a cabeça argumentando que ela não era tão inteligente. Discordei, mas odiava brigar com ele, e tentava evitar ao máximo, mesmo que no nosso caso, fosse quase impossível, estávamos sempre brigando, discutindo por algo, mas acredito que isso é a melhor parte do nosso relacionamento... as reconciliações.
Uma vez minha mãe disse que, quando um casal para de brigar, é que as coisas estão ruins, pois enquanto existe coisas a serem discutidas significa que ainda existe amor, ainda existe vontade de melhorar, de fazer dar certo.
"Mas... Milla esta me vigiando te disse... ela colocou aquelas seguidoras dela atrás de mim o tempo todo, pra vir hoje aqui tive que entrar no grande salão branco... aquele de curar as pessoas..."
"Enfermaria?" pergunto rindo.
"Besta, para de rir dos meus modos... arcaicos... como você diz, não posso fazer nada se sou de outro lugar." Me informa Bernardo bravo, ou fingindo estar, e dando tapinhas em meu ombro.
Eu levanto, me sentando de frente pra ele, fico admirando a perfeição de seus traços, a conformidade de seus olhos com suas sobrancelhas, o encanto de sua boca, e me desfaleço, quando penso que tudo isso é meu... ele é meu. Esse anjo ogro, meu ogro, é apenas e inegavelmente meu.
"Arcaico, antigo ou de outro mundo... ainda quero beijar essa sua boca pra sempre..." resmungo entre os lábios meio abertos.
"Ah é... e como exatamente você quer eles hoje senhorita?" me indaga. Puxando-me a seu encontro, colado ao seu corpo, caio sobre ele, o cobrindo com o meu. Estamos juntos deitado sobre a grama orvalhada, embaixo de um cobertor de estrelas em meio ao breu da noite.
"Oh senhor, quero eles molhados, doces e bem passado.." digo rindo.
"Não sou uma carne... não desse tipo."
"Pra mim você é, meu mais suculento pedaço de carne."
Não foi muito romântico, mas ambos ficamos satisfeito com a explicação e nos beijamos, encaixando nossas bocas, e saboreando cada saliva, cada sabor adocicado de morango - que havíamos comido- minha língua foi de encontro a sua, enquanto minha mao procurava com desespero sua barriga, subia em seu tórax, as dele dançavam em minhas costas, e mais alem, e não me importei, não liguei, por que eu o desejava tanto que doía, e podia sentir o quanto o corpo dele desejava o meu.
Quando seus braços ficaram frouxos, e ate mesmo tenso. Eu parei dando espaço a ele.
"O que foi?" perguntei, procurando em seu rosto uma explicação para sua parada súbita.
"Só acho que... estamos correndo riscos demais... não quero te fazer sofrer nunca mais." Me informa Bernardo enquanto me enfrenta com sutileza.
"Então não faça!" peço, sentindo que é um pedido em vão. Por que ninguém pode prometer algo assim.
VOCÊ ESTÁ LENDO
LIVRO 2: Te amo, te amo... Mas ainda te odeio.
FantasyMuitas coisas aconteceram com Cristal em Ayna, muitas dessas envolveram seu precioso Bernardo, mas então ela sempre achou que quando chegasse a Terra as coisas ficariam calmas novamente, e que tudo seria como antes. Mas não foi isso que aconteceu. E...