Prisão

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Abri os olhos vagarosamente, a luz acima de mim impedia a avaliação do local onde me encontrava, pisquei várias vezes. Senti a presença de alguém por perto, ao tentar me mexer vi que estava preso por grossas correntes, me remexi com força, sem sucesso. Olhei ao redor, o local era como um galpão abandonado. Caixas acumulavam-se ali próximo e a área tinha um intenso cheiro de morfo. Meu rosto e abdômen doiam, não lembrava nada do como havia parado ali.
- Ora, ora. Já estava na hora de acordar mesmo- disse uma voz estranha. Uma mulher de meia-idade se pôs em minha frente, com uma aparência asquerosa, cabelos negros e desgrenhados, sorria sacarticamente.
Ao olhar em seus olhos lembrei do porquê estava preso.
- Quem é você?- perguntei.
- Como pode não lembrar de mim?- tocou em meu rosto com suas enormes unhas - Oh, como cresceu. Está tão bonito. Marie está totalmente em você, nesses olhos, nesses cabelos- De novo ela havia mencionado o nome de minha mãe.
- Como sabe o nome da minha mãe?
- Como não saberia o nome de minha melhor amiga? Ou ao menos eu pensava que era- disse puxando uma cadeira e sentando-se de frente para mim. Imaginei mil coisas em minha mente, primeiro no porquê minha mãe seria amiga dessa criatura. Só podia estar blefando.
- Não acredita em mim John?- como ela sabia meu nome? Fiquei tenso e rígido, ela poderia saber bem mais de mim do que imaginava.
- Por que eu deveria acreditar em você?
- Nasceu dia 6 de Junho, seu pai se chama Benjamin...
- Ok- a interrompi - Agora, me explique por que me prendeu ao invés de me matar?- abriu-se um sorrisinho no canto da boca da bruxa.
- Por que mataria meu afilhado?- as palavras da bruxa só me deixavam ainda mais confuso. Nunca pude imaginar minha mãe tendo algum laço afetivo com nenhum de nossos inimigos.
- Nunca seria afilhado seu, nunca meu pai me contou de você- ela deu uma gargalhada.
- Oh, meu querido. Ele nunca contaria. Ele me odeia. E bom, ao menos eu e ele temos algo em comum.
- E por que se odeiam?
- Bom, isso é uma longa história.
- Gosto de longas histórias e pelo que vejo tenho tempo para ouvi-lá- disse com ironia me balançando na cadeira. Ela apenas sorriu e se ajeitou.

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⏰ Última atualização: Jun 13, 2015 ⏰

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