Baleia 1

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Olá Monbebelândia!
Curtam as baleias
Beeeeiju

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O vento gelado castigava a pele do soldado. A sensação o lembrava de tapas, tapas gelados em seu rosto. Isso sempre o revigorava antes das intervenções. O aço da proa congelava seus dedos, mas a vista do mar sem fim era tão mágica e tão assustadora, que fazia a dor do frio parecer nada. A neblina ajudava a completar o cenário que tanto distraía Minhyuk. A espuma branca do mar parecia ter vida própria, conversando, tentando contar seus segredos...

- Lee! Está pronto? - A voz firme de David arrancou Minhyuk de seus devaneios.
- Sim, sunbae!
- Não precisa se dirigir a mim tão formalmente, Lee. - David sorriu enquanto bagunçava os cabelos do loiro. - Já disse que pode me chamar só de David.

- Combinado, David! Mas ainda é difícil...
- Vocês coreanos, são engraçados. Demorei tanto para aprender esse monte de formalidades que vocês usam... - David sacudiu a cabeça e entrou na cabine do barco.
Minhyuk riu. O americano era engraçado. Mesmo depois de tanto tempo morando na Coréia do Sul, ele ainda não se acostumara com os costumes dos sul-coreanos.

O coreano seguiu para dentro da cabine, para acompanhar os próximos passos da intervenção. Assim que entrou, uma fina garoa se precipitou na área onde estava o pequeno barco. Isso não parecia um bom sinal para Minhyuk, mas não houve tempo para pensar sobre isso.

Um grande navio baleeiro surgiu no horizonte, cortando a neblina. Era gigantesco e fantasmagórico. Minhyuk podia sentir o sofrimento de todas as inocentes criaturas que pereceram a bordo daquele inferno.

Enquanto David iniciava os procedimentos padrões para contato, Minhyuk descia para preparar os equipamentos para a invasão, caso fosse necessária.

Ouvia a voz de David tentando a rendição do navio, mas sem resposta. O pequeno barco aproximava-se mais e mais do enorme navio: Davi contra Golias.

Minhyuk preferia quando os baleeiros entregavam-se sem resistência. Odiava o confronto. Mas odiava mais ainda as barbaridades que encontravam à bordo desses máquinas de morte: pobres criaturas marinhas, algumas vivas, alguns dilaceradas. Isso fazia uma raiva animalesca tomar conta de sua mente.

- Equipe Monsta. Eles não respondem. Preparem-se para a tomada da embarcação! A operação The Clan iniciará em breve! - A voz de David se fez ouvir pelos auto-falantes do barco. - Autorização para abate em caso de resistência concedida.

Minhyuk detestava matar. Principalmente os pescadores famintos que compunham a maior parte dos navios baleeiros que tomavam o sul da Ásia. Mas aprendera que, em campo, era matar ou morrer.

- Pronto, princesa? - A voz de Kihyun, um dos membros da equipe chegou aos ouvidos de Minhyuk num estrondo.

- Prontíssimo, anão! - Minhyuk riu e bagunçou o cabelo do menor. - Nada de moleza pra você hoje, ouviu?

- Nada de moleza para nenhum de nós, Minhyuk. - Lee Hoseok, líder da equipe Delta, descia as escadas. Minhyuk ainda se impressionava pelo físico do líder. A roupa de combate azul escuro com a insígnia da equipe - um buquê de delfínios azuis presos por um "X"- deixava Hoseok imponente, letal. - As leituras térmicas indicam, pelo menos, quinze homens à bordo da embarcação. - O líder já estava totalmente equipado. Os olhos doces contrastavam com a aparência mortal que ele tinha. - Nada de moleza.

- Mas já invadimos navios muito mais cheios, hyung. - Im Changkyun, o membro coreano que David conhecera nos EUA tinha razão. Ele montava o rifle e já estava quase pronto, com a roupa de combate quase toda afivelada. - O navio perto de Osaka tinha quase quarenta homens! E dominamos fácil fácil! Quarenta homens! - Ele sorria, presunçoso.

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