Baleia 2

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Até lá embaixo, pípols.

O cérebro de Minhyuk recusava a assimilar o que estava vendo. Não poderia ser David ali, com os olhos vidrados e sem vida.

- DAVID! DAVID!
Não! Não! Não podia ser! Aquele corpo inerte e sem vida não podia ser de seu capitão. Aquele sangue espalhado pelo convés não podia ser de David.

Minhyuk viu Kihyun atirar na cabeça do homem que matara David. Mas não podia acreditar. David se sacrificara para salvar Minhyuk e o estranho sem nome.

- Min! Levanta! A gente tem que sair daqui agora! - A voz de Kihyun parecia distante, sem sentido. Minhyuk ainda não entendia o que havia acontecido. Sabia que seu corpo estava reagindo automaticamente aos anos de treinamento. Dias após o ocorrido, ele não conseguiria explicar como conseguiu escapar do navio e resgatar uma vítima.
Ele só se lembraria de entrar no barco de operações.

Entregou o resgatado nas mãos da equipe médica. Queria que ele estive bem e saudável para explicar que merda havia acontecido ali.

Enquanto Chae Hyungwon, médico responsável pela equipe, prosseguia com o atendimento, Minhyuk foi para a cabine.
Changkyun também fora baleado e estava recebendo atendimento. Restavam Hoseok e Kihyun para explicar o porquê de David estar morto.

- O que aconteceu lá embaixo?
- Fomos emboscados. Não havia mais nenhuma baleia viva lá. Eles aqueceram as carcaças pra nos atrair. Aquele navio tinham mais de 50 homens armados. - Apesar da voz firme, Minhyuk pode perceber a frustração na voz de Hoseok. - Quando subimos para fugir, alguns dos homens te viram com o rapaz sem nome e tentaram atirar em vocês. Matamos alguns, um feriu Changkyun e, quando tentaram atirar novamente, David os protegeu.

- Agora precisamos que o rapaz sem nome fique bem pra nos dizer quem eram e como sabiam sobre nós.
- Não precisam mais chamá-lo de Rapaz sem nome, senhores. - Os três soldados se voltaram para a porta. Hyungwon aparentava cansaço. - Antes de desmaiar de novo, ele disse duas coisas. Disse que era coreano e que seu nome é Lee Jooheon.

 Disse que era coreano e que seu nome é Lee Jooheon

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Lee Jooheon. Uma incógnita que passara a maior parte da viagem de retorno à base de operações em Seul dormindo. Minhyuk era o encarregado pelo interrogatório, então teria que aguardar o rapaz de cabelos castanhos acordar.

Enquanto aguardava, Minhyuk pôs se a observar o rosto do rapaz. Mesmo visivelmente maltratado, com algumas cicatrizes e a pele funda na área dos olhos, Jooheon era um homem muito bonito. Minhyuk percebeu que, mesmo desidratado e subnutrido, Jooheon possuía uma estrutura corporal muito boa, com pernas fortes. Daria um ótimo soldado se não estivesse tão fraco.

- Admirando sua princesa resgatada, Min? - Kihyun estava encostado à porta e falava baixo para não acordar o Jooheon. - A Bela Adormecida só acorda depois do beijo, sabia?

- Cala a boca, seu anão! - Minhyuk tentava parecer irritado, mas o companheiro de equipe tinha um sorriso tão luminoso no rosto que era impossível ter qualquer sentimento ruim dentro de si.

- Kihyunnie. Deixamos David no navio. - Minhyuk não queria tocar naquele assunto. Não queria sentir a dor.
O sorriso do amigo se desfez.

Minhyuk o viu levantar a cabeça e tentar conter as lágrimas. Kihyun não admita fraqueza, sempre mostrando seu lado forte. Mas David era como um irmão mais velho para ele.

- Eu sei, Min. Mas não havia nada que pudéssemos fazer. Era fugir ou morrermos todos.
Minhyuk via como o amigo estava tentando ser forte. Os olhos já estavam brilhantes de lágrimas, mas Yoo Kihyun faria de tudo para não chorar.

Minhyuk levantou-se e foi até o menor.
- Não precisa ser forte sempre, Kihyunnie.
- Eu sei. Mas não posso sofrer agora. Temos coisas mais urgentes para resolver. Terei meu luto no tempo certo, Min. - O sorriso que Minhyuk recebeu era bem menos luminoso do que o anterior. - Agora vai lá conversar com sua princesa resgatada! Acho que ela acordou!

Minhyuk virou e viu que Jooheon abria os olhos.
- Kihyunnie! Vá chamar o Hyungwon!

Enquanto Kihyun saía à procura do médico, Minhyuk calmamente se aproximou do moreno. Apesar de assustado, Jooheon não gritou nem tentou fugir, o que já era um bom sinal.

Minhyuk puxou a cadeira para mais perto da cama e fitou o rosto magro.

- Olá. Podemos conversar?

Eita que Honey acordou!
E agora?!

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