Whale's Tale

Baleia 7

OLHA QUEM VOLTOU!!!
Amem as baleias 🐳

Seul, primavera de  2013.

O rapaz loiro que minutos atrás Kihyun pulara em cima apenas ria, sentado na cadeira desconfortável do quarto de hospital.
Kihyun, mesmo meio atordoado, reparara que suas roupas estavam delicadamente dobradas em cima do criado-mudo, mas não lembrava de como chegara ali. Quem era aquele rapaz (lindo) sentado ali? O que acontecera? Onde estavam seus amigos? Quanto mais forçava, menos Kihyun lembrava...

Minhyuk observava o rapaz de cabelos acinzentados colocar as mãos nos cabelos e uma expressão de desespero tomar conta de seu belo rosto. Minhyuk não pode deixar de admirar seu lindo perfil quando o estranho levantou a cabeça, tentando conter as lágrimas. Aquela cena era quase uma pintura. Minhyuk queria saber o que afligia aquele rapaz.

- Está tudo bem, Kihyun?
- COMO SABE MEU NOME? O QUE ACONTECEU? QUEM É VOCÊ? ONDE ESTÃO MEUS AMIGOS? - Kihyun berrava enquanto cobria seu corpo com o lençol do hospital. As lágrimas que ele estava segurando vieram com força total, embaçando sua vista. Mal conseguiu ver a enfermeira que entrava às pressas em seu quarto.

- Está tudo bem, meu querido! Se acalme! Está tudo bem...

A expressão divertida que Minhyuk tinha no rosto sumira ao ver o desespero no qual o pobre Kihyun havia entrado. Ele chorava e soluçava, seu corpo tremendo como se estivesse com muito frio... Não sabia o que o assustara, mas queria esclarecer as coisas com ele antes de ir embora.

- Está tudo bem, senhora. Ele só acordou um pouco atordoado... - Minhyuk falava tão docemente e com um sorriso tão acolhedor que a enfermeira concordava com tudo que ele dizia... - Pode nos deixar a sós por alguns instante, sim? Preciso conversar com meu... Ãh... Amigo.
- Claro, meu querido! Fique à vontade. Qualquer coisa, estarei perambulando por este andar!

Assim que a enfermeira saiu, Minhyuk se aproximou da cama de Kihyun. Deitado e com os olhos fechados, parecia uma escultura de alguém dormindo um calmo sono. A única coisa que destoava eram as trilhas molhadas de lágrimas que desciam de seu rosto. Minhyuk queria ficar ali, admirando...

- Sobre o que você quer falar comigo?
A voz, menos aguda do que instantes atrás, pegou Minhyuk de surpresa. Kihyun continuava com os olhos fechados.
- Sente-se bem pra conversar? Queria apenas dizer meu nome e entregar suas coisas antes de ir embora.

Kihyun abriu os olhos lentamente e sentou na cama. Era umas das pessoas mais bonitas que Minhyuk já vira. Cortava seu coração lembrar do estado em que o encontrara: Estirado em baixo de uma mesa de uma loja de conveniência qualquer, com as roupas sujas de vômito, os joelhos das calças manchados e rasgados, garrafas de soju espalhadas em volta de si... Parecia... morto. O médico que o atendera, em uma conversa com Minhyuk, queria entender como Kihyun chegara aquele estado. Ele consumira tanto álcool que era um milagre estar vivo.

- Pode falar agora. Me desculpe por ter te... Ãh. Agarrado. Eu estava confuso. E desculpe pela gritaria.
- Está tudo bem, Kihyun. - Minhyuk reparara que o semblante do acinzentado mudara ao ouvir seu próprio nome. - Me chamo Minhyuk. Lee Minhyuk. Eu o encontrei em uma loja de conveniência próxima à estação de Hongik. O dono da loja estava tentando te acordar, mas você não estava bem... Chamamos uma ambulância e resolvi te acompanhar.

- Eu estava... Sozinho? - A dúvida na voz de Kihyun fazia Minhyuk sentir-se mal.
- Estava sim. Você estava quase morto, Kihyun. Entrando em coma alcóolico.