Capítulo 8

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LOGAN

- Você não devia ter feito toda aquela cena, Logan. Nós já vimos como ele funciona e como suas emoções ficam afloradas quando alguém tenta sujeita-lo a uma coisa que, em sua cabeça, é humilhante. – Escuto Thomás dizendo enquanto estamos indo em direção a minha casa, para que pudéssemos dormir e depois resolver como faríamos para que eu me desculpasse com Leomord.

- Mas você sabe que eu fiquei preocupado quando não o vi mais no mesmo lugar que nós o deixamos. – Vejo o mesmo assentindo e respirando fundo. – Eu não pensei muito bem na hora, além do que, eu senti o cheiro daqueles dois vampiros e os mesmos não me inspiram a mínima confiança, muito menos em relação ao Leomord. – Bufo impaciente. Não é possível que todos achem que eu fiz uma coisa errada!

Eu admito que eu não cheguei no mesmo e falei com ele de um modo amigável, sabe? Eu não sou uma pessoa que acha que sempre está certo e eu sei sim reconhecer todos os meus erros. Porém, eu sou errado em me preocupar com ele? Eu sou errado de tentar protege-lo? Eu estou errado por saber que eu gosto do mesmo e não fugir, como a maioria das pessoas que eu conheço fariam? A resposta é não para todas as perguntas, porém parece que eu fui pego para as pessoas descontarem em mim.

- O que você não está entendendo, meu querido, é o fator de maior peso nisso. – Paro o carro em uma encosta para que eu possa prestar atenção no que o mesmo está me falando e inclinei o meu pescoço para o outro lado, demonstrando toda a minha impaciência no que ele não falava. – Eu sei que você quer apenas o bem dele, eu sei que você não é agressivo, mesmo uma pessoa de fora achando isso, por todo o seu mau humor e aí está o problema... ele é uma dessas pessoas de fora. Ele não conhece você bem a ponto de saber dessas coisas, ele não conhece você a ponto de saber que você é apenas protetor e a impressão que você causou nele, não foi das melhores.

- Eu sei, eu entendo isso. – Baixo minha cabeça e sinto sua mão levantando o meu rosto, me fazendo olhar para ele, que estava com um sorriso no rosto.

- Não precisa ficar cabisbaixo, porque eu tenho total certeza de que ele entenderá o motivo pelo qual você fez aquilo e sua preocupação, pois eu tenho certeza de que ele não gosta dos irmãos, assim como você deve ter percebido. – Balanço minha cabeça afirmativamente e Thomás sorri. – Então você só precisa explicar a ele o motivo pelo qual você fez aquela coisa e tenho certeza de que não será tão julgado por ele.

- Tão julgado? Eu pensei que já seria perdoado. – Falo cruzando os braços em frente ao meu corpo e recebo um olhar de deboche vindo do meu namorado.

- Você sabe que eu sou filho de Deus, porém mesmo todos da minha família sendo bondosos, nós também somos muito debochados, meu amor. Pensei que já tinha entendido isso! – Sorri com ele, pois sempre que ele estava com muito sono, ficava carinhoso igual a um coice de um cavalo demoníaco.

Não é bom que vocês nem ao menos tentem entender um bicho daqueles, porque eu, que sempre fui criado junto deles e com meu pai os montando, sei como eles funcionam. Eles escolhem o seu próprio dono por saber a índole, o caráter e, obviamente, a maldade que os mesmos carregam junto de si. E dependendo da pessoa, eles ficam muito agressivos e eu fui, um dia, mexer com um que era do meu pai e que estava em uma parte do estábulo que tinha em minha casa e o mesmo me deu um coice que eu passei uma semana respirando mal e com todos os meus órgãos internos doendo. O que me serviu de lição para que eu nunca mais fosse mexer com algo que não estivesse quieto, ainda mais com um bicho desses...

- Vamos para casa e quando chegarmos lá, vamos dormir até que se passem dois meses. – Digo e seguimos em direção a minha casa e por já estarmos muito perto, rapidamente chegamos até o castelo do meu pai, até porque aquilo dali não é bem uma casa.

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