Chegada de Thor

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Demorei? sim! Voltei? CLARO QUE SIM PORQUE EU NÃO ABANDONARIA MEUS AMÔÔÔÔ

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LOGAN

Acordei no meio da noite sem sentir Leomord na cama e quando olhei para o lado, estava apenas Thomás dormindo ao meu lado. Levantei devagar para não fazer nenhum barulho que fizesse com que ele acordasse e saí a procura do Leo. O encontrei na cozinha tomando um copo de suco de manga que ele havia feito mais cedo, com um prato com cinco torradas de alho com ketchup.

Meu estomago embrulhou na hora quando o vi comendo aquilo, mas fiz de tudo para que ele não percebesse minha cara, já que ele ficava bem chateado com o nosso nojo pelas comidas que ele tinha vontade de comer.

- Desejo? – Perguntei enquanto me sentava a sua frente e o observei assentir, com a boca cheia e a bochecha suja do líquido vermelho.

- Eu não consegui dormir. Eu nunca mais quero ficar grávido outra vez na minha vida. Nunca mais. – Sorri com sua fala. Era realmente bem puxado para mim e Logan, que fazíamos apenas o que ele pedia, imagina ele, que está levando duas vidas dentro de si... – Eu não gosto de dormir sentado, mas não consigo dormir deitado porque minha barriga me atrapalha, além de eu não querer morrer.

- E como anda seus exercícios com a médica? – Ele revirou os olhos e colocou mais um pedaço da torrada para dentro de sua boca.

- Ela vive me perguntando sobre você e o Thom. Eu sinto vontade de matar ela! – Notei sua raiva em sua voz, mas não quis me atentar muito a esse fato, porque ele já era estressado, imagina agora que está sem dormir direito e os pés parecem duas bolas de tanto que estavam inchados.

- Hum... – Apoiei minha cabeça sobre a mesa e esperei que ele terminasse de comer. – Eu e o Thom já estamos quase terminando a faculdade, faltam mais ou menos duas semanas para que tudo termine, acha que os bebês vão nascer até lá?

- Não sei, realmente. Eu não sei, na verdade. Não é como se tivesse uma conta exata para saber quando eles nascerão. – Virou o resto de suco que tinha em seu copo. – O médico falou que eles podem nascer antes ou depois do previsto, porque têm fatores que podem retardar todo o processo.

- Mas de qualquer forma, faltam o que? Três semanas e meia para nascerem, certo? – Ele assentiu. – Então pode ser que dê tempo de nós apresentarmos o nosso trabalho de conclusão de curso e fazermos a festa, que vai ser depois de três dias, porque todo mundo já vai saber se conseguiu apresentar ou não.

- Agora aí já é algo bem... hum... como eu posso dizer? Incerto, não? – Assenti e ele sorriu e levantou devagar. – Vou tentar dormir.

Quando ele saiu da cozinha, eu levei seu prato e copo para a pia e subi alguns minutos depois. Aquele que estava junto conosco, não me lembrava em nada o meu Leomord, porque os bebês realmente estão tirando sua força, como a mãe dele disse que aconteceria. Entretanto, uma coisa que está fazendo com que ele tenha mais paciência, é saber que ele só precisa esperar seis meses para ter a criança, ao contrario das mulheres, mesmo as sobrenaturais, que passam até nove meses gravidas, inclusive algumas passam até mais tempo, dependendo da gestação.

Assim que cheguei no quarto, ele tinha feito quase uma montanha com os travesseiros, inclusive havia pego o do coitado do Thomás, para dormir sentado, um hábito que ele adquiriu na gravidez e que, segundo ele, é péssimo. Porque em suas palavras, ele falou que não consegue deitar, porque não consegue respirar direito e sentado é a maneira que ele encontra para ficar mais fácil a sua respiração.

Eu o acompanhei ao médico uma vez e ele havia me explicado que isso era muito normal em todas as pessoas gravidas, porque ao passo que o bebê ou os bebês, como era o nosso caso, começa a crescer, vai comprimindo todos os órgãos da pessoa que está com ele em seu ventre. Ou seja, os órgãos são empurrados para trás e ficam apertados na parte dorsal do corpo, já os órgãos superiores, têm seus funcionamentos alterados, porque como o bebê cresce, ele comprime o diafragma.

O diafragma é um musculo e é o músculo mais importante nos movimentos respiratórios, com uma criança abaixo dele, ele não consegue contrair para que o pulmão aumente o seu tamanho e isso faz com que ele não comporte mais tanto ar quanto o pulmão de uma pessoa que não está carregando uma criança. Depois de tudo o que eu passei ao lado de Leomord em sua gravidez, quando eu olho para uma pessoa que está grávida e a pessoa ao seu lado, eu valorizo bem mais os cuidados que eles têm consigo mesmos e com os bebês que estão carregando, porque não é fácil e eu aprendi isso da melhor/pior maneira possível.

Melhor, porque a sensação de você ver as vidas que você ajudou a gerar crescerem é um sentimento que eu não consigo descrever em palavras, a pessoa precisa ter essa experiencia para saber como é o sentimento e a vivencia de todas as fases da gravidez do seu parceiro. Pior, porque só quem já teve participação em alguma gravidez sabe que é um período muito difícil para ambos os lados, porque apesar da pessoa que carrega o feto estar mais carregada emocionalmente e fisicamente, a pessoa que está em seu lado sente tudo e aquilo dali reflete no relacionamento de todos ao seu redor. A preocupação com a pessoa fica cada vez mais evidente e algumas pessoas não sabem lidar com a paparicação ao extremo que recebem, Leomord é uma dessas, inclusive.

Acordei de manhã e já não havia mais ninguém no quarto, então desci para a sala depois de lavar o meu rosto, porque o barulho que vinha de lá parecia ser de uma festa e quando eu cheguei, notei o motivo. Thor havia chegado e conversava animadamente com Leomord sobre algum assunto que eu não me prendi. O cumprimentei com a cabeça e segui para a cozinha.

Só sei de uma coisa, essa visita dele tem alguma coisa por trás, porque ele não é de chegar desse jeito sem avisar e ainda mais com um sorriso daquele tamanho no rosto.

A mãe de Leomord, por outro lado, pareceu bem mais revigorada depois de ter saído de casa e voltado apenas no outro dia, deixando o filho possesso de ciúmes, mas como ela que é a mãe ele nem tentou dizer nada.

A sorte acaba para todos, e quando acaba, é porque a mãe chegou com o tamanco na mão. 

Enigma (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora