Capítulo 4

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Sem Revisão

- Olha só, não temos nada definido, você vai lá e conversa com ele.

Reviro os olhos e respiro fundo. Meus dedos batem frenéticamente no volante.

- Além marcar um encontro com um assassino que possivelmente pode matar a gente, você ainda me manda ir lá sozinha? - pergunto.

- Eu até iria com você, mas tenho minha primeira consulta com o obstetra. - as lágrimas se acumulam em seus olhos castanhos. - Eu só quero meu homem de volta.

- Vamos fazer o possível para  ter o Luís de volta.

Ainda temos dez minutos para o horário marcado com o tal assassino.

- Como você conhece esse tipo de pessoa?

- Eu não conheço, nunca nem vi. Lembra do caso Ulisses Braga no ano passado? - confirmo e ela prossegue: - Então, o advogado de defesa dele é um amigo meu, ele tem alguns contatos com o mundo do crime e quando soube do Luís ele me disse que conhecia alguém que podia ajudar. Desesperada eu aceitei.

- Se você nunca viu o cara, como vamos saber quem é ele?

Sara começa a puxar os dedos. Merda! Ela está escondendo alguma coisa.

- Diga de uma vez!

- Ele liguei para o homem e ele pediu uma foto, para me reconhecer quando a gente fosse se encontrar. E eu enviei uma foto sua. Então particularmente foi você que contratou os serviços dele.

- Merda, Sara! Mil vezes merda! O que você estava pensando? Esse cara pode ser um psicopata e tem uma foto minha! Meu Deus...

- Eu sinto muito, ok? - ela  diz e começa a chorar. - Essa pode ser a única chance que temos para ter o Luís de volta.

Seguro a súbita vontade de arrancar meus cabelos e bater a cabeça no volante consecutivas vezes.

Porcaria.

Eu não quero ter qualquer tipo de relação com esse criminoso. Isso vai contra todos os meus princípios de advogada.

Mas olhando para Sara, com as mãos repousadas na barriga lisa, relembrando todo o sofrimento que passei, e principalmente, eu jamais deixaria meu irmão nas mãos daquele homem.

Então tomo a decisão que mudaria minha vida.

Pego minha bolsa. Amarro meu cabelo em um rabo de cavalo e ponho minha mão sobre as de Sara.

- Se eu não te ligar em uma hora quero que você ligue para a polícia.

- Toma cuidado. Eu amo você e me desculpa por te envolver nesse problema. - ela fala.

Sorrio e abraço ela.

- Vá no meu carro. Eu chamo um táxi quando tudo terminar.

Ela acena e saio do carro.

Passo pelo MASP e duas esquinas depois eu vejo a cafeteria. Eu já frequentei ela há alguns anos atrás. Conheço o dono, então não devo ficar com muito medo.

A passos hesitantes eu chego no local. Continua no mesmo estilo anos 60.

Escolho uma mesa mais no fundo. Peço um café normal e nada mais, não tenho estômago para comer nada. Estou uma pilha de nervos.

De segundo em segundo eu verifico meu celular. Não sei o porque disso.

O senhor Daniel me reconhece e vem até onde estou. Me pergunta como estou e conversamos um pouco.

 Perigo Extremo - Duologia Assassinos (IM) Perfeitos #1Onde histórias criam vida. Descubra agora