Capítulo 16

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Sem Revisão

Os gritos de desespero daquelas mulheres atormentava meus ouvidos, os sons de lamentações e agonia. Meu Deus!

Trouxeram uma bandeja de comida ontem, uma tigela com sopa rala e um pedaço de pão duro. Continua onde eles deixaram, não tenho fome, não sinto nada. A única coisa que sinto e a dor na barriga, estou febril e o ferimento da bala está ficando escuro, temo que logo vai infeccionar e terei sérios problemas.

Olho pela pequena fresta na janela e noto que está chovendo. É difícil ver algo por aqui.

Frustrada eu sento no chão. Minha barriga reclama pela falta de alimento e não cedo a vontade de comer a comida que trouxeram. Meus pensamentos voam para a última vez que vi Alek, porque dói tanto? Uma parte em mim crê que ele ainda está vivo, mas o homem disse com tanta convicção que Alek está morto que fica difícil acreditar em algo.
Não tenho mais lágrimas para chorar, já estou aqui há três dias e sei que logo vou estar mas mãos de Carlos. Parece que esse é o meu fim.

Fecho os olhos e respiro fundo, as pontadas no ferimento doem muito e isso impossibilita que eu durma, pelo menos algo bom, todo cuidado é pouco nesse lugar.

Escuto vozes do lado de fora e a porta é aberta. Dois homens entram e me levam para fora. Mordi o lábio fortemente evitando gritar pela forma bruta como me pegaram. As gotas frias da chuva batem contra meu corpo enquanto sou levada até outra casinha. Esse deve ser o local onde eles mantém contato com Carlos.

Meu corpo treme só de pensar que ele possa estar lá dentro.

Um homem faz a vigia da casinha, segura contra si duas metralhadoras. Os dois acenam para ele e entramos no lugar. Não contenho o resquício de alívio ao ver que Carlos não está ali. Sou empurrada para um cadeira e o homem apóia o cano da arma na minha nuca. Um notebook é colocado no meu colo e a imagem de Carlos aparece. Engulo em seco, aperto minhas mãos nas laterais da cadeira.

"Finalmente eles conseguiram capturar a fugitiva."

Carlos é um homem bonito, foi fácil me apaixonar por ele, hoje vendo-o só sinto nojo. O amor é cego, agora entendo essa frase.

"Ainda hoje eu esperava sua presença, tivemos algumas mudanças de planos e adiei sua viagem. Dentro de quatro dias vou poder vê-lo novamente"

- Seu desgraçado! Eu odeio você.

Ele sorri e balança a cabeça negativamente.

"O sentimento é recíproco. Você é a pessoa que mais odeio nessa vida. Vou fazer você sofrer até que peça para eu parar, só então vou te fazer sofrer mais"

Carlos levanta o olhar para alguém que chegou na sala. Observo atentamente seu rosto mudar, o ódio que tinha agora virou amor. Ele chama a pessoa e sorri maléfico para mim. Todo o ar dos meus pulmões some quando vejo ele pegar a garotinha dos braços de uma mulher.

"Olha só querida, essa é uma velha amiga do papai"

A garotinha olha para a tela e sorri. O meu sorriso... Não!

Carlos nota o desespero no meu rosto e solta a bomba.

"Sua bela filha roubada está comigo, minha princesa que tanto amo. Não se preocupe, Stella. Ela é bem cuidada por mim.

Minha filha... Minha bebê. Tão parecida comigo. Meus olhos ardem pelas lágrimas não derramadas.

- Porque?! - pergunto.

"Você tirou tudo o que eu tinha, só fiz o mesmo."

Ele acaricia os cabelos da minha menina e olha para o homem que segura a arma.

" Podem usufruir do corpo dela, mas traga ela viva"

A conexão é encerrada.

- NÃO! NÃO!

Soco o notebook e jogo-o contra a parede. Os homens tentam me segura e debato-me. Um deles agarra meu cabelo e me segura pela cintura. O aperto dele contra a ferida faz minha visão ficar nublada.

Sou levada de volta para o quartinho onde eu ficava e me jogam lá. A porta é trancada e não consigo me mexer. Fico jogada no chão.

- Minha filha...

Em meio à tanta dor e sofrimento consigo dar um pequeno sorriso.

Minha filha...

Bom final de semana para todas ♥

 Perigo Extremo - Duologia Assassinos (IM) Perfeitos #1Onde histórias criam vida. Descubra agora