XV. Selo

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- Azeneth, esse rubi está com Magia Vermelha. Onde conseguiu isso?

- É uma longa história, pai...

Azeneth contou tudo o que aconteceu para seu pai e o faraó, que disseram desconhecer o tal Raizel, ao menos nesta vida. Mago Negro destruiu o rubi e cuidou de, junto com a garota, preparar a magia de selamento tanto de mentes quanto de corpos, pois era mais do que evidente que o rapaz de olhos avermelhados tentaria alguma coisa com essa habilidade. Esperaram os amigos de Yugi chegarem para começar, e Maga Negra colaborou com o que podia. 

Quando o Mago foi fazer o ritual em sua filha, seus poderes foram bloqueados por uma barreira escarlate que emitiu uma luz praticamente cegante. 

- Se ele acha que esse selo vai ficar impune, está muito enganado.

- Um selo?

- Sim. Ele fez um selamento de magia, que impede qualquer feitiço de te afetar que não seja de Magia Vermelha.

- E você pode desfazê-lo, não é?

- Não tenho certeza. É algo estranho até mesmo para mim. Mas vou resolver isso o mais breve possível, prometo. Está sentindo alguma coisa estranha?

- Por enquanto, não.

- Vou começar minhas pesquisas. A qualquer pequeno sintoma, me avise.

- Eu vou ficar bem, pai.

- É o que eu espero...

Ela seguiu o olhar do pai para sua mão esquerda e viu um pentagrama vermelho. Aquilo não estava ali antes. No entanto, não lhe fazia mal de forma alguma, pelo menos até agora. Mesmo assim, Azeneth não deixou de rosnar pela frustração de não ter percebido isso antes.

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Estava no meio de um sonho qualquer quando ouviu alguém chamando-a. Olhou ao redor, mas não viu ninguém. Sentou-se, se dando conta de que adormecera no telhado outra vez. 

"Então seu nome é Azeneth? 'Aquela que pertence ao pai'... Por que não estou surpreso?"

- Esse selo é para se conectar comigo, então.

"Sim, mas precisei reforçar para que seu papai não o tirasse antes do momento certo. É claro que ele vai descobrir o segredo em breve, afinal estamos falando do Mago Negro... A conversa está boa, mas te chamei para um pequeno trabalhinho".

- E o que te faz pensar que vou te obedecer ou prestar atenção em você?

"Por isso".

O corpo dela sofreu com uma pequena descarga elétrica.

"E então? Agradeça por eu ter sido bonzinho".

- Maldito.

"Acho que vou superar sua demonstração de afeto algum dia... Bem, quero que dê uma pequena olhada no seu amado Sacerdote Seto".

- E por que eu faria isso?

"Porque ele está muito quieto ultimamente e preciso saber se ele ainda está dentro daquele empresariozinho arrogante".

Azeneth rosnou ao ouvir o modo como Seto Kaiba foi mencionado, o que fez Raizel se divertir por um instante.

"Basta uma pessoa se chamar 'Seto' para você se apaixonar? Eu nem falei mal do amor da sua vida propriamente dito".

- Continue me provocando e não vou precisar sequer sair do lugar para te deixar esperto.

"Acredito nisso, mas tenho como controlar sua obediência enquanto me for conveniente. O que está esperando? Mexa-se!"

Azeneth voltou a se deitar, mesmo com a descarga elétrica que recebeu. Apesar de ter sofrido um pouco com a dor, nem de longe aquilo seria pouco para fazê-la sucumbir às ordens de uma pessoa como aquela.

"Nunca vi uma insubordinada tão masoquista. Mas pensando bem, para quem tentou cometer suicídio, acho que isso não é nada, afinal de contas... Acho que vou ter que fazer isso da maneira mais difícil, então".



Herdeira da Magia NegraOnde histórias criam vida. Descubra agora