- CAPÍTULO QUATRO - Devoluções na Travessa do Tranco

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Draco acompanhava sua mãe em direção à Olivaras. Das coisas mais urgentes a se fazer naquele dia, a primeira delas definitivamente envolvia comprar uma varinha nova para si. Ele olhou para o lado e foi quando percebeu alguém os observando.

- Draco, Potter está vindo em nossa direção. Sugiro que seja cordial e coloque em prática tudo o que conversamos. O que acontecer agora será de vital importância para o nosso futuro – sussurrou Narcisa exasperada.

- Acho que não precisa repetir o óbvio, mãe – disse Draco secamente.

Harry aproximava-se lentamente da dupla. Percebeu duas coisas ao se encaminhar em direção aos Malfoy's: primeiro, que o conteúdo em seu bolso de repente pareceu pesar uma tonelada; segundo, que Narcisa não estampava em seu rosto o habitual desprezo e enrugamento de nariz. Estava visivelmente abatida, mais magra. A mulher segurava o braço de Draco como se estivesse prestes a cair, vestindo roupas negras como a noite, assim como o filho. Malfoy o olhava fixamente, esperando dizer alguma coisa.

- Ah, olá, Sra. Malfoy e Draco. Estão indo ao Olivaras? – disse Harry.

- Como sempre, constatando o que grandes mentes jamais conseguiriam, Potter. – Respondeu Draco.

- Sim, Harry, estamos. Você nos acompanha? – falou a Sra. Malfoy.

- Bom, primeiramente, tenho algo a dizer para ambos. Estou em posse de suas varinhas e não necessito delas. Gostaria de devolvê-las se assim quiserem – respondeu Harry, e eles ficaram surpresos com o que foi dito.

- Ah, claro que sim. Porém, acho que será de pouca serventia, já que as varinhas respondem a um novo dono, certo?

- Mãe, não recuse a generosidade de Potter tão cedo. Está em posse delas agora?

Harry demorou dois segundos para processar as palavras de Draco. Não via o garoto em boas condições havia algum tempo.

- Sim, estou.

- Então, Potter, espera um agradecimento antes ou?

- Draco, não fale dessa forma. Harry, acredito que se suas intenções forem verdadeiras, um simples feitiço desarmador resolve toda essa pequena confusão.

Harry quase esquecera que não tinha visto nem sinal de Lúcio Malfoy, quando percebe um senhor alto de cabelos loiros materializando-se em sua frente.

- Ora, Potter, quanta gentileza a sua em ser tão solicito. Perdoe os modos de Draco, essa coisa de ser gentil ainda é muito recente para todos nós, mas estamos treinando. Caso vocês não se importem, vamos para outro local realizar essa pequena transferência, já que conseguimos uma pequena plateia assistindo nossa reunião – disse Sr. Malfoy sem um pingo da conhecida malícia na voz.

- Claro que sim – respondeu rapidamente Harry, ainda tentando não transparecer a surpresa que sentia com o aparecimento repentino do homem.

- Então nos sigam.

Enquanto liderados pelo Sr. Malfoy e a Sra. Malfoy na apinhada rua cheia de bruxos, um silêncio desconfortável se instalava entre Draco e Harry. Draco certamente não sabia se deveria perguntar algo a Harry e muito menos como iniciar uma conversa. Havia uma ou duas coisas que poderiam ser ditas, mas o nervosismo o impediu. Harry percebeu muito a contragosto que estavam andando em direção à Travessa do Tranco, o lugar continuava escuro e sombrio.

- Sim, Borgin & Burkes. Potter, incomodado? Se me lembro bem, você costumava aparecer por aqui para estragar meus "planos malignos" – comentou Draco nervoso.

- "Planos malignos", Malfoy? Me pergunto se esse seria mais um deles.

- Ora, Potter, tenha um pouco de fé. Não ache que somos bruxos degenerados que atrairiam o "nosso" salvador para uma emboscada.

A Redenção da SerpenteOnde histórias criam vida. Descubra agora