Blank Expression

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Phichit e Seung Gil
( ABO )

Animado, não havia outra palavra para descrever Chulanont.

Quando saíra do hotel para comer algo, Seung Gil sabia que havia a grande possibilidade de ele encontrar outros patinadores, o que não esperava era que um deles grudasse em si e começasse a tagarelar sobre qualquer coisa que existisse no universo palpável.

E ali estava ele em uma rua cheia de bares e restaurantes, sendo arrastado por um tailandês excessivamente energético e que parecia ter a necessidade de tirar selfies a cada cinco minutos. Suspirou, estava confuso com o próprio comportamento, normalmente não deixaria que alguém ficasse tão perto e o importunasse, muito menos que uma mão cálida agarrasse seu pulso levando-o de um lado para o outro.

Sentiu a mão em seu pulso escorregar e entrelaçar os dedos com os seus, encarou a mão unida a sua, sabia que naquele momento não conseguia manter sua expressão em branco, não se surpreenderia se estivesse com os olhos arregalados.

Respirou fundo, deixando-se distrair pelos feromônios daquele alfa baixinho, combinavam com ele, se tivesse que descrever o cheiro diria que lhe lembrava dias de verão e parques de diversão e algo cítrico que não tinha certeza do que era. Aos poucos relaxava e baixava a guarda, sabia que isso era causado pelos feromônios de Chulanont, o que lhe era ainda mais estranho, pois como beta nunca fora particularmente afetado por alfas ou ômegas.

Estava mais do que satisfeito por pertencer ao sub-gênero mais controlado.

Mas ainda assim seus instintos lhe diziam que devia se sentir orgulhoso por um alfa estar lhe dando atenção, por tê-lo escolhido ao invés de um ômega.

— O que você quer comer?– perguntou Phichit fazendo-o sair dos próprios devaneios.

Seu interior se agitou ao notar o olhar preocupado e a vontade de agradar evidente na expressão de Phichit.

— Qualquer coisa está bom.

Continuou em silencio enquanto o olhava, o alfa parecia hesitar, mordiscando o lábio inferior enquanto o olhar passeava por alguns food trucks, então pareceu se decidir, arrastando o coreano novamente pela mão em direção a um que parecia vender comida vegetariana. Phichit ria da expressão suspeita que Seung Gil fazia, entretanto o beta não se importou em ser o motivo das risadas, gostava daquele som.

Caminharam lentamente em direção ao hotel, cada um entretido demais com o próprio lanche para se darem ao trabalho de falar. Escutou uma risadinha novamente e olhou curioso para Chulanont, que detinha uma expressão divertida no rosto, por um momento pensou que estava com o rosto sujo, até que para sua surpresa foi alvo do flash de um celular.

— Por que voc...?

Se interrompeu ao notar a aproximação repentina e então Phichit parecia tirar algo de seu cabelo.

— Uma joaninha – disse o rapaz lhe mostrando a mão onde repousava o pequeno inseto.

Viu-o se afastar alguns passos e deixar a joaninha sobre a casca de uma árvore, foi um gesto tão simples, mas que aos olhos de Seung Gil mostrava um respeito raro de se ver. Perguntou-se por que nunca havia dispensado mais do que um olhar a distancia a Phichit.

Retomaram a caminhada, mantendo um silencio confortável entre eles, a chegada ao hotel pareceu rápida demais, Seung Gil queria aproveitar mais da companhia do alfa, mas se julgava inepto socialmente para conseguir manter uma conversa minimamente agradável.

Phichit lhe dirigiu um sorriso menos radiante.

— Boa noite.

Viu o tailandês se virar em direção aos elevadores como se não esperasse uma resposta, em um ato impensado segurou a manga do casaco dele.

— Espera!– a voz soava fraca aos próprios ouvidos.

— Seung Gil?– indagou Chulanont.

Encarou uma parede, não tinha coragem de olhar naqueles olhos brilhantes.

— Vo-você nãogostariadesaircomigo?– perguntou atropelando as palavras.

Ergueu os olhos para a expressão confusa de Phichit.

— Desculpe, mas eu não entendi o que você disse.

Lee estremeceu.

— Você gostaria de sair comigo?– perguntou pausadamente dessa vez.

O sorriso animado voltou com força total, Phichit acariciou os cabelos negros de Seung Gil e então depositou um beijo na bochecha cada vez mais corada.

— Eu vou adorar ter um encontro com você – disse.

— Ok.

— Você é mais expressivo do que deixa as pessoas perceberem – disse Chulanont, Lee franziu o cenho ante aquele comentário.— Depois te mando uma mensagem para combinarmos o encontro e não se preocupe, já tenho o seu número.

Viu o tailandês finalmente começar a se afastar, gostaria de saber quem andava distribuindo seu numero, a Crispino já o havia importunado diversas vezes e até mesmo aquele tcheco maluco havia lhe mandado mensagens, isso que nunca havia cogitado a hipótese de dar seu numero a alguém.

Decidiu ir para o próprio quarto, se perguntou silenciosamente como tivera coragem de convidar Phichit Chulanont para sair.

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