Dolorosamente Perfeito

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Naquela manhã de quarta-feira, Carla Jaeger havia acordado os filhos mais cedo. Ela não poderia focar nos afazeres da cozinha, por que teria que atender a uma grande encomenda de lírios brancos. A morena havia recebido a ligação há alguns dias e estava realmente empolgada. O valor pago sério o suficiente para pagar mais uma das consultas de Mikasa, que não eram nem um pouco baratas.

— Tão cedo e já colhendo flores Carla? — a viúva não precisou se virar para saber quem a questionava, essa não era a primeira vez e não seria a última que a morena seria visitada por seu vizinho Michael Hannes. Ele era um homem alto e forte, de cabelos loiros curtos, um fino bigode escuro e olhos castanhos dourados. O homem, assim como ela, era viúvo e vivia sozinho em uma pequena casa ao lado da casa dos Jaeger.

— Essas flores vão  ornamentar um casamento daqui a algumas horas, preciso colhê-las e prepará-las devidamente para que o decorador venha buscá-las. Nem pude ajudar Eren e Mikasa com o café da manhã.

— Não se preocupe tanto Carla. Eren está devidamente arrumado e servindo a Mikasa o café da manhã. Seu filho é um homem honrado e responsável. Grisha se orgulharia. Agora beba isso, foi Eren quem mandou. Ele me disse que você não comeu nada ainda. — Hannes ergueu uma xícara de leite quente com achocolatado para a mulher de cabelos castanhos, que tomou um gole e relaxou um pouco enquanto saboreava o líquido quente deslizando por sua garganta.

— Obrigada. Eu não o esperava aqui tão cedo — falou bebendo mais uma vez o leite preparado pelo filho.

— Eren me ligou ontem quando chegou do trabalho e perguntou se eu poderia lhe ajudar. Eu não estava ocupado e por isso vim. — o loiro sorria alegremente para a bela mulher diante de si.

Hannes era o melhor amigo de Grisha Jaeger, e após a morte do médico, Eren passou a confiar no homem sempre que ele não podia auxiliar a mãe com os afazeres da floricultura. E o loiro que amava a família como se fosse sua, sempre se dispunha a ajudar.

— Ele não devia lhe incomodar. Você tem sua própria vida. Eu dou conta sozinha. — Carla depositou a xícara sobre uma pequena mesa em sua estufa e voltou a colher os lírios. Hannes decidiu auxiliá-la e ela não recusou sua ajuda, pois sabia que era inútil recusar.

— Sabe a que não é incômodo, mas deixemos isso de lado. Diga-me, como foi o primeiro dia dos garotos. Soube que Eren e a pequena tiveram mudanças significativas. — o homem sorria enquanto recebia as flores de Carla e depositava em um recipiente com água fresca.

— Mikasa estava nervosa, mas fez alguns amigos. A que ela mais menciona é a Annie, uma garotinha que apesar de ser bem calada me pareceu muito prestativa. Os pais a criaram muito bem. Eles também são adoráveis. Quanto a Eren ele não me disse muito sobre o trabalho, ele chega em casa e adormece em seguida, não sei sequer se ele tem tido tempo para fazer as atividades da faculdade. Mesmo sendo ensino a distância ele precisa ter responsabilidade. — um suspiro cansado deixou os lábios da mulher que sentia sob as costas o peso de ver o próprio filho tão preso a uma obrigação que não lhe pertencia.

— Não se culpe! Eren é um bom homem, se sente feliz em ajudar.

— Ele não faz nada para si mesmo Hannes, ele vive por mim e Mikasa. Eu nunca o vi namorando ou saindo com os amigos. Ele só tem dezenove anos! Precisa viver! — Carla disse a última frase mais alto do que gostaria, mas isto não assustou seu amigo. Ele já estava acostumado às preocupações da morena.

— Eu entendo você. — foi tudo que ele disse antes de Mikasa chegar e parar próximo a porta da enorme estufa. A pequena não se arriscava em meio às flores da mãe, mesmo sendo guiada por Alexander ela preferia evitar o local.

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