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Camila gritou quando elas decolaram. Fez força para se agarrar ao corpo esguio de Lauren, esperneando em pleno ar. Lauren a beijou na testa e o terror a abandonou, a tranquilidade se espalhou pelo seu corpo a partir do local do beijo. Ela bateu as asas e elas subiram, pegando cada vez mais velocidade.

- Por razões aerodinâmicas - Lauren falou, sem se alterar. - Seria melhor você parar de tremer. - Irritada por ela não ter dado nem um aviso, Camila a mordeu no pescoço. 

- Você me deu um puta susto!

- Por quê?

- Eu tenho medo de altura! - Camila envolveu as pernas de Lauren com as suas.

- Você tem medo de cair. - Corrigiu, roçando os lábios no rosto dela. - Eu jamais deixaria isso acontecer.

Tarde demais. Ela já estava caidinha por Lauren. Camila se perguntou se ela sabia o quanto suas demonstrações ocasionais de ternura eram avassaladoras. Ela ficava de quatro por Lauren todas as vezes que isso acontecia. Quando se tratava de uma simples tática de sedução, ela sabia se defender contra essas pequenas violações de sua intimidade, mas a atitude de Lauren parecia desprovida de segundas intenções. Seus gestos pareciam sinceros... ou então irresistíveis.

A ideia de que o único tratamento que Lauren era capaz de dispensar a ela era a ternura a amedrontou mais do que o fato de voar sem um avião. O medo e a excitação formavam uma mistura poderosa.

Camila enterrou o rosto no pescoço dela e se entregou a seu corpo poderoso, sentindo cada contração de seus músculos à medida que subiam por sobre uma colina rochosa. Ela a segurava com tanta firmeza que o ar não passava por entre seus corpos, e com uma confiança que aplacou totalmente a ansiedade de Camila. Com a carga de adrenalina, ela sentiu um calor se espalhar dentro de si, apesar do frio da manhã e de seus braços desnudos. Seus seios se contraíram, e os mamilos ficaram duros e pontudos. Quando deram uma guinada para a direita, sua camiseta subiu um pouco. Camila ficou sem fôlego ao sentir o contato da pele de Lauren contra a sua, seu calor, seus músculos se flexionando a cada ruflar das asas enormes. Seu cabelo caiu sobre o rosto, e ela fechou os olhos. O vento cantava uma canção feliz.

O contato do abdome rígido de Lauren com a barriga dela era inegavelmente sensual, a contração dos músculos era semelhante à dos movimentos que Lauren faria se estivesse transando com ela. A ereção sob as calças também era impossível de ser ignorada, fazendo-a lembrar de seu próprio estado de excitação. Ela estremeceu, e começou a se esfregar devagar contra o pau duro de Lauren. Elas desabaram alguns metros. Camila gritou. Lauren gritou algo em uma língua estrangeira, com a veemência de quem dizia um palavrão.

- Comporte-se. - Lauren repreendeu, apertando-a até imobilizá-la.

- É você que está aí toda excitada. - A sentinela a apertou com ainda mais força, comprimindo os seios dela contra seu corpo.

- Os seus peitos são uma prova de que não sou só eu, não. - Elas venceram outro morro, depois começaram a descer, aterrissando suavemente em uma pequena clareira em um local afastado. Camila não a largou de imediato. Em vez disso, fez o que sentiu vontade de fazer mais cedo: encostou o nariz na pele dela e respirou fundo. Lauren passou os dedos pelos cabelos dela e envolveu sua cabeça com a mão para mantê-la bem perto. A respiração da serafim se acelerou.

- Você é uma tentação, tzel.

- Eu tenho que ficar ofendida ou com tesão quando você me chamar dessas coisas que eu não entendo? - Ela acariciou com a língua a veia pulsante do pescoço de Lauren, depois a roçou de leve com os dentes. Lauren grunhiu.

- Se você fizer isso de novo, não me responsabilizo pela sua segurança.

- Opa. - Ela deu um passo atrás. Olhou ao redor e percebeu que Lauren não a tinha levado até lá para um encontro romântico secreto. Os arbustos secos e o chão rochoso não eram um ambiente convidativo para quem queria tirar a roupa.

A Touch of CrimsonOnde histórias criam vida. Descubra agora