Vizinhos estranhos. Uma estranha aparição vindo das sombras

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Eu tentei me distrair com outros pensamentos, mas aquela imagem do pônei manchado de sangue realmente estava me incomodando.
" Sal, vamos continuar nos apresentando para os nossos vizinhos, ok? Quero tirar aquela imagem horrível da minha cabeça. "
Falei um pouco tensa.
" Tudo bem. Vamos então... Para o primeiro andar. "
Respondeu Sal, apertando um botão.
Nós fomos até ao primeiro andar. Saímos do elevador e vimos uma porta com número 101. Sal bateu na porta e uma senhora nos atendeu.
" O que é?! É meio cedo pra usar fantasias de Dia Das Bruxas! "
Gritou a senhora, com raiva.
Quando eu abri a boca pra falar com ela, a senhora fechou a porta na nossa cara.
" Moleques estúpidos que não prestam pra nada. "
Resmungou a senhora.
" Nossos vizinhos são estranhos. "
Comentei olhando para Sal.
" Verdade. Vamos continuar caminhando. "
Disse o meu amigo.
Andamos um pouco e Sal bateu na porta número 103. De repente vimos um par de olhos nos olhando na pequena fechadura, onde passava cartas.
" Oh, meu deus! Que aberra... Perdoem-me. Vou recomeçar. ”
O homem fechou a fechadura e abriu de novo.
" Olá, crianças. Meu nome Addison. Você deve ser Emily, a garota que acabou de se mudar para apartamento 401. E você deve ser Sal, o garoto que se mudou para apartamento 402. "
Disse o homem, se apresentando pra gente.
" Como você sabe que nós acabamos de nos mudar? "
Perguntou Sally.
" Ah, garoto. Sei de tudo que acontece por aqui. "
Respondeu senhor Addison.
" Ah... Sim. Nós podemos entrar? "
Perguntei, me aproximando da porta do senhor.
" Ah... Desculpe. Mas não. Levo muito a sério com a questão de privacidade. Sei que vocês vão me entender. "
O homem respondeu com um pouco de medo.
" Sim, a gente entende. "
Disse Sal.
Nós se afastamos da porta do senhor Addison e continuamos caminhando pelo apartamento. Até que vimos um homem com bloquinho de notas na mão. Decidimos falar com ele.
“ Olá senhor! Você também é daqui? “
Perguntei para o homem.
Ele parou de escrever no seu bloquinho de nota e olhou pra mim.
“ Olá crianças. Vocês acabaram de se mudarem pra cá, correto? “
Olhei para o Sal e ele também me olhou, logo em seguida nós respondemos que sim para o senhor ao balançar a cabeça.
“ Certo, certo. Eu já falei com os pais de vocês. Mas não tem com o que se preocuparem, crianças. “
O homem continuou falando.
“ O senhor é um detetive? O que aconteceu? Houve um assassinato? “
Perguntei cada vez mais tensa e com medo.
“ Sim, sou um detetive. E sinto muito... Não posso responder as suas outras perguntas. Isso é confidencial. “
Respondeu o rapaz.
“ Tudo bem, vamos nos apresentar para o resto dos nossos vizinhos. “
Disse Sal, colocando sua mão no meu ombro.
Nos despedimos do detetive e continuamos caminhando.
“ Sal, estou com má impressão deste lugar. Primeiro eu tinha visto um pônei com manchas de sangue e agora tem um policial e um detetive aqui dentro. Tem alguma coisa errada por aqui. “
Comentei, ao entrar no elevador.
“ Também to achando isso. Mas vamos tentar nos distrair com outras coisas. “
Sal falou, tentando me acalmar.
Ele entrou no elevador e ficou olhando pra mim. Apertei um botão para irmos ao terceiro andar. Chegando lá, vi uma mulher limpando o chão e uma placa de aviso que o chão estava molhado.
“ Olá! Somos novos aqui. “
Cumprimentou Sal, ao se aproximar da moça.
" Minha nossa! Vocês me deram um susto! Eu estava tão concentrada na limpeza, que nem tinha visto vocês chegarem. Enfim, vocês acabaram de se mudar pra cá, certo? Meu nome é Lisa. Qualquer problema que tiver no apartamento, é só me chamar que eu entro em ação. "
Explicou Lisa, toda entusiasmada.
" Prazer! Meu nome é Emily e esse é meu amigo, Sal. "
Falei dando um sorriso para a moça.
" Faz quanto tempo que você trabalha aqui? "
Questionou Sal.
" Não só trabalho aqui, eu moro aqui. Tenho um filho que está no porão do apartamento. "
Respondeu Lisa.
" Que legal. Mas você sabe o que aconteceu por aqui? Nós vimos um policial e um detetive. "
Perguntou Sal.
" Ah... Sinto muito que vocês tenham visto aquilo. Mas não precisam se preocupar. O problema vai ser resolvido bem rapidinho. "
Respondeu Lisa.
Ela não queria tocar no assunto sobre o assassinato.
" Ah... Você está certa. Você disse que tem um filho. Qual é o nome dele? "
Perguntei bem curiosa.
" Ah. O nome dele é Larry. Eu acho que vocês tem quase a mesma idade que ele. Vocês podem dar um oi a ele. Com certeza vocês vão se dar bem. "
Respondeu Lisa, ao nos dar a chave da sua pequena residência.
Nós agradecemos a ela e fomos para o elevador.
Sal ia apertar o botão, pra irmos até ao porão, eu o parei.
" Espera! Não vimos tudo que tem por aqui. Vamos para o Quinto andar. "
Falei, enquanto eu estava segurando a mão do garoto.
" Você tá certa. Vamos conhecer bem esse lugar. "
Sal disse ao apertar o botão número 5.
Quando chegamos no quinto andar, vimos que o lugar era abandonado. Estava tudo destruído.
" Esse lugar me dá arrepios... "
Murmurei com medo.
" Você quer sair daqui? "
Sal perguntou.
" Não. Vamos dar uma bisbilhotada por aqui. "
Respondi, dando um suspiro.
Eu olhei para um lado, tinha notado que havia um buraco na parede. Quando me aproximei do buraco, vi um olho. Estava branco e me observando. Sal estava atrás de mim e também viu o olho.
" Vou fingir que não vi isso. "
Comentou Sal, se afastando do buraco.
" Sal, tem alguma coisa errada com este lugar. Sinto que esse apartamento é mal assombrado. Eu sei, parece ser meio idiota isso, mas eu sinto isso. "
Expliquei, ao dar de costas para o buraco. Não queria mais olhar para o olho.
" Não é idiota esse assunto. Eu também acho que esse lugar é mal assombrado. "
Sal falou todo compreensivo comigo.
Aos poucos, ele estava ganhando a minha confiança. Ele não dava risada de mim, ele não me achava estranha. Eu até me sentia bem ao estar perto dele.

Sally FaceOnde histórias criam vida. Descubra agora