Domingo, 21 de abril - 9hrs30min.
— Vamos lá, preguiçosos, acordem. — Olívia entrou no quarto do pai, encontrando-o dormindo ao lado de Brooke.
— É domingo, Olívia, me deixe em paz.
— Justamente, papai, é domingo! — ela gritou. — Eu quero ver o que o coelhinho da Páscoa trouxe para mim!
Ele abriu os olhos, vendo Brooke ao seu lado, sorrindo. Ele suspirou e beijou-lhe a testa.
— Por que não demos um boa noite cinderela para ela ontem? — perguntou. — Esse tormento não estaria acontecendo.
— Eu estou ouvindo, papai. — Olívia revirou os olhos. — Vou me trancar em meu quarto com a Brooke, você tem uma hora para fazer o caça ovos. — advertiu. — Vem Boo!
— Ei, quem te disse que pode chamá-la assim?
— Cara, eu posso tudo. — riu. — Anda mulher, vamos.
— Estou indo, Livy. — Brooke levantou, trajava um conjunto de calça e camisa de moletom azul e mal dera um selinho em Benjamin, quando foi arrastada quarto a fora.Ele revirou os olhos, indo preparar o domingo de Páscoa especial para as suas duas garotas. Começou a esconder os ovos, pensando em como sua vida mudara tão drasticamente desde que ela chegara, lembrando de como estava tudo bem sendo apenas ele e Livy, mas que agora... Pensando nela, em como encaixava-se em sua vida, não era mais suficiente. Nunca seria suficiente apenas ele e Livy a partir daquele momento.
Brooke estava sentada na cama de Olívia, vendo a ruivinha andar de um lado a outro, roendo a unha. Ela sorriu e suspirou.
— Livy?
— Oi? — a menina a olhou.
— Pode falar, o que foi?
— Ah. — ela andou rapidamente até a cama e sentou-se em posição indiana, encarando Brooke. — Aconteceu uma coisa muito louca ontem.
— O que? — perguntou.
Ela olhou para trás em direção da porta e em seguida voltou a encarar Brooke com os olhos verdes esbugalhados.
— Mitch e eu zeramos o jogo, certo? Era quase duas da manhã. A mãe dele é escritora, só funciona a noite e ela adora quando estamos jogando, pois pode escrever em paz e por isso veio me deixar em casa ontem tão tarde e....
— Livy, foco.
— Ah, ok. — ela suspirou. — Então, quando zeramos o jogo, começamos a comemorar, ele me abraçou, eu o abracei e a gente... — ela diminuiu a voz. — Se beijou. — sussurrou.Os enormes olhos verdes lhe encarando, fez com que Brooke tivesse vontade de rir, mas ela não o fez. Ela apenas aproximou-se da garota, colocando uma mecha do cabelo ruivo atrás da orelha dela.
— Vocês se gostam? — Brooke perguntou.
— Eu não sei. Ele é bobo, — revirou os olhos. — como todos os meninos, mas é meu melhor amigo. Eu só... Não sei. Foi nosso primeiro beijo. Foi bom, mas...
— É estranho.
— Isso.
— Talvez devam conversar. — sugeriu. — É normal essa curiosidade, só vá com cuidado e não deixe de ser criança por agora.
— Ele mandou mensagem, disse que não queria que eu me afastasse dele... Que poderíamos esquecer o que houve, se eu quisesse.
— E você quer?
— Eu não sei. — a menina suspirou, dando de ombros.
— Então pense direitinho e converse com ele, mas diga que não vão se afastar.
— Certo, farei isso. — ela sorriu. — Obrigada, Boo. — de repente, num impulso, Livy a abraçou.
— Você não tem que me agradecer, estou aqui pra você sempre. — riu, alisando os cabelos da menina. — Livy, posso te perguntar uma coisa?
— Claro que você pode. — separou o abraço e encarou Brooke.
— Onde está sua mãe?— A minha mãe? — perguntou franzindo o cenho. — Eu não sei. Ela foi embora quando eu era um bebê, meu pai nunca me disse o por que, eu nem gosto de falar ou lembrar dela. Mas a vovó me disse que ela não estava pronta para ser mãe. — suspirou. — Porém papai cuidou de mim, com a ajuda da vovó, ela ficava comigo quando ele decidiu fazer concurso e ser policial. Era difícil, mas nós sempre demos um jeito. Então ele conseguiu esse emprego e deixamos tudo em Los Angeles.
— Você não sente falta da sua mãe?
— Não. — a menina deu de ombros. — Não dá pra sentir falta de quem eu nunca conheci. Estou errada?
— Não, querida. São seus sentimentos, você sente da maneira que quiser. Acho que você está certa.
— Além do mais, sempre foi bom apenas eu e papai, ele me ama por toda uma família e isso compensa tudo, na verdade, agora está melhor porque ele tem você! — sorriu. — Eu fico feliz por ele finalmente ter encontrado alguém que valha a pena, eu sei que ele era solitário, agora... Agora eu sei que tudo ficará bem. Agora está tudo completo.
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Learning to love
RomanceBenjamin Fuller tem uma vida suficientemente complicada, já que o cargo de Agente Especial do FBI lhe toma praticamente todo o tempo, e como se não bastasse sua desorganização natural, é pai solteiro e precisa lidar com os problemas de sua filha, Ol...