► O Parque Aquático

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Em um fim de semana aparentemente comum e extremamente quente, Abarai tinha acordado cedo e estava checando as coisas que havia colocado em sua mochila, afinal não queria deixar nada para trás. Tinha até colocado duas toalhas por precaução e três sungas diferentes para poder escolher no momento certo. Geralmente nos fins de semana era dispensado do serviço de babá e não se envolvia com os dois, mas dessa vez Rukia fez questão de convidá-lo para ir a um parque aquático com seu pai, então não poderia recusar. Soube que a garota também havia chamado Ichigo para ir com eles, então certamente teria trabalho duplo ao lado do Kuchiki, pois imaginava que o moreno não iria conseguir tomar conta das duas crianças sozinho.

Checou o relógio da sala antes de sair de casa, não queria se atrasar e deixá-los esperando, sempre foi pontual e manteria isso naquele dia. Tomou o ônibus no ponto próximo ao seu apartamento e o veículo seguiu rumo ao bairro nobre onde a família morava. Renji estava pensativo durante todo o percurso, já que aquela seria uma grande oportunidade de ver o moreno em um momento mais casual, além de poderem travar uma conversa mais demorada... Sim, pretendia estreitar a relação que tinha com Kuchiki. Se estava interessado nele, tinha que se esforçar para alcançar o moreno e ser visto com outros olhos, por mais que isso lhe parecesse impossível. Não negava o que sentia e sempre foi um homem que corria atrás do que queria, então não desistiria tão fácil.

Assim que desceu no ponto mais próximo da casa dos Kuchiki, caminhou até o local e logo pode visualizar a pequena Rukia na porta da residência, pulando de euforia enquanto segurava a mão do pai. Estava atrasado? Checou o relógio de pulso e se aliviou ao ver que tinha chegado em cima da hora, ainda assim pontual. A garota parecia uma bolinha de energia, correndo até o ruivo assim que o viu e com um sorriso de ponta a ponta que iluminava seu rosto, o abraçando apertado. Os dois voltaram juntos até a frente da casa e Abarai pôde cumprimentar o empresário, ganhando o costumeiro "Bom dia" em resposta com cordialidade. Renji olhou ao redor e deduziu que, pelo jeito, quem estava atrasado era o Ichigo.


- Ruu! – o ruivinho gritou, correndo na direção da menina quando finalmente apareceu, ofegante.

- Ichi! – a menina ficou emburrada inicialmente pela demora do menino, depois abriu o mesmo sorrido cálido e o abraçou.

- Desculpem a demora, nos enrolamos um pouco ao sair de casa... – o pai de Ichigo se explicou assim que conseguiu chegar até o pequeno grupo. – Agradeço pelo convite, ele estava ansioso para chegar. Cuidem bem do meu filho e, quanto a você mocinho – o homem bagunçou os cabelos alaranjados do pequeno – se comporte e não de muito trabalho ao senhor Kuchiki e ao Abarai.


Assim que o garoto prometeu que iria se comportar, o Sr. Kurosaki se despediu e seguiu para a rua onde poderia pegar o ônibus para voltar pra casa. Rukia estava ainda mais animada agora, segurando as mãos de Ichigo enquanto contava como era o parque em que iriam. Renji logo pôde perceber que Byakuya olhava as duas crianças com atenção e teve que tapar a boca com uma das mãos para conter uma risada baixa. Tinha acertado na mosca, o sério Kuchiki era um pai ciumento! Ver sua pequena e preciosa filha tão feliz com a presença do outro menino o perturbou um pouco, era evidente, mas ele logo pediu para que todos entrassem no carro e assim foi feito. As duas crianças ficaram no banco de trás enquanto os dois mais velhos estavam na frente, todos com os cintos de segurança bem presos antes de partirem.

Como o percurso seria um pouco longo, os quatro se distraiam como podiam: Rukia e Ichigo mostravam uma para o outro o que estavam levando para o parque, a menina exibiu uma bola colorida com alegria enquanto o ruivinho mostrava uma pistola d'água com um sorriso triunfante. Byakuya vez ou outra os olhava pelo espelho perto do teto para garantir que estavam bem e o que faziam lá atras, decidindo ligar o radio e deixou num volume baixo para não incomodar ninguém enquanto ouvia as músicas que gostava. Renji por sua vez se distraia analisando o mais velho, tinha virado seu passatempo preferido nos últimos dias e notava o pequeno ciúme presente no olhar do empresário sempre que este olhava as crianças no banco de trás, seus pequenos gestos, as músicas que ouvia... Aprendendo um pouco mais sobre o outro.

My Lovely NannyOnde histórias criam vida. Descubra agora