► O Escritório

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Durante a semana que se seguiu depois do "quase beijo", Renji e Byakuya acabaram ficando mais tranquilos pelo fato de não terem muito contato, afinal o moreno saía cedo para trabalhar enquanto a filha estava na escola e o rapaz ficava com ela da hora do almoço até chegar a noite. O único momento em que se viam era quando o empresário chegava em casa, mas em questão de minutos o ruivo partia dali para o seu apartamento, pois geralmente o horário era bem avançado e o Kuchiki colocava sua filha dormir, depois ele mesmo ia descansar. Com essa rotina tão fixa e agitada, eles não precisaram falar sobre o que tinha acontecido imediatamente, mas sabiam que não poderiam fugir por muito tempo.

Abarai estava quase subindo pelas paredes sem saber o que outro estava pensando dele depois do que aconteceu, sendo que o Kuchiki não estava tratando-o de forma diferente nem nada do tipo. Isso tranquilizava o ruivo de certa forma, mas sentia que aqueles belos olhos azuis evitavam encará-lo na maior parte do tempo. Uma sensação de angustia estava devorando Renji pouco a pouco com a ideia de que, assim que surgisse uma oportunidade, Byakuya diria que não o quer mais por perto pelo que houve, como se fosse um absurdo e um desrespeito. Definitivamente enlouqueceria com isso!

Em um pleno fim de semana, com um sol maravilhoso na rua convidando a todos a sair de suas casas e se divertirem, a única coisa que o ruivo queria era ficar jogado no sofá só de bermuda e tomando uma cerveja gelada. Volta e meia aquele momento nas escadas da casa do Kuchiki invadia seus pensamentos, fazendo-o suspirar ao se lembrar de ter o corpo do outro em seus braços, no entanto logo estava se remoendo de novo com suposições que pareciam querer torturá-lo. Só saiu daquele inferno de pensamentos quando ouviu o telefone tocar e apenas esticou o braço para atender, pois o aparelho ficava ao lado do sofá.

— Alô?

— Caramba Renji, por onde você andou?! — a voz grossa e amigável do outro lado da linha logo fez o ruivo rir.

— Oi Hisagi... Eu disse que estava trabalhando firme como babá agora.

— Pensei que não quisesse ficar nesse tipo de emprego pra sempre.

— E não quero, mas por enquanto é o que posso fazer. — se sentou direito no sofá enquanto conversava com o amigo — E você, como está?

— Muito bem, eu recebi uma promoção nessa semana e subi de cargo, agora estou ganhando bem mais!

— Opa, veio esfregar o seu sucesso na minha cara então?

— Não idiota, vim te convidar para tomar algo pra comemorar. Tem outro compromisso hoje?

— Não, não tenho... — Abarai não estava com muita disposição para sair, mas ficar em casa se remoendo também não era uma boa opção — Tudo bem então, eu só vou me arrumar e nos vemos... No bar de sempre?

— Isso, no bar de sempre... Ah, use aquela camisa azul com alguns botões abertos.

— Por que quer que eu use essa? — o ruivo arqueava uma das sobrancelhas e já tinha uma ideia do que iria ouvir.

— Porque fui eu que te dei e você fica muito gostoso com ela. — seu amigo falava com uma tranquilidade que era impossível para Renji não rir de seu descaramento.

— Ok, seu mandão... Nos vemos daqui a pouco.

Abarai desligou o telefone e deu um longo suspiro, a ligação havia o deixado mais animado. Tratou de se levantar e ir para o banheiro, tomando um banho relaxante sem demorar e quando foi para o quarto, vestiu uma boxer e pegou uma calça jeans com alguns rasgos na perna, por fim encontrando a camisa azul que o amigo citou, vestindo-a. Hisagi lhe dera em um de seus aniversários e admitia que o moreno tinha um ótimo gosto para roupas, pois adorava aquela camisa afinal. Depois de ajeitar os cabelos no costumeiro rabo-de-cavalo, saiu do prédio onde morava levando a chave e a carteira, desejando poder tirar toda aquela angustia enquanto se divertia com o outro.

My Lovely NannyOnde histórias criam vida. Descubra agora