► Atenciosos Cuidados

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Como de costume, Abarai acordou cedo e tomou um banho relaxante, além de um café reforçado e se pôs a arrumar o apartamento onde morava. Não que deixasse as coisas fora de ordem ou com o mínimo de limpeza por dias, apenas aproveitava a parte da manhã para dar uma ajeitava e tirar um pouco do pó, deixando sempre a grande faxina para o fim de semana. Antes do almoço, teria que sair para buscar Rukia na escola e, a partir dai, ficaria na casa dos Kuchiki pelo resto do dia. Porém, essa rotina foi quebrada naquele dia assim que o telefone tocou na sala e o ruivo se apressou a atender, se surpreendendo ao ouvir a voz infantil do outro lado da linha.

— Rukia?!

— Renji! Você está em casa, que bom... — a menina realmente parecia aliviada, mas o outro começou a se preocupar.

— Você deveria estar indo para a escola a uma hora dessas. O que aconteceu? Não vai ter aula?

— Não é isso... É que eu estou preocupada com o Papai, então não quero ir!

— Preocupada? O que ele tem? — agora o desespero de Abarai era ainda maior.

— Ele não acordou bem... Sempre levanta antes de mim e me chama, mas dessa vez eu fui vê-lo no quarto e ele está pálido. — a garota contava com uma voz levemente confusa e chorosa — Papai é forte e quase nunca fica doente, mas acho que dessa vez...

— O que mais ele tem, Rukia?

— Diz que está com dor na cabeça e não quis tomar o café da manhã. O que me deixa brava é que ele quer sair da cama pra me levar pra escola e trabalhar depois!! — o ruivo podia imaginar que a pequena estava toda emburrada do outro lado da linha — Eu não quero deixar ele aqui assim, Renji...

— Mas você não pode faltar na escola! Escute, peça para um vizinho te levar e eu vou ai agora mesmo, prometo cuidar dele.

— Mesmo? — a voz de Rukia agora trazia um tom de alivio.

— Sim, pode deixar comigo. Avise ao seu pai que estou a caminho.

A menina concordou e agradeceu muito ao ruivo, desligando o telefone em seguida. Na verdade, Byakuya não precisava ser avisado porque sua filha havia ligado do telefone que ficava em seu quarto, assim que o viu mal. Claro que não queria que ela falasse com Renji sobre seu estado, detestava ser algum tipo de incomodo e se sentia muito bem para sair da cama – na verdade, era apenas seu lado teimoso falando. Para sua sorte, Rukia parecia ter herdado essa mesma teimosia, pois ignorou as súplicas do pai e foi correndo pedir ajuda para a única pessoa em quem poderia confiar.

— Papai, nem pense em levantar dessa cama... Renji logo estará aqui. Eu vou pedir para a vizinha me levar pra escola. — a pequena dizia com toda a autoridade amorosa de uma filha preocupada, ajeitando a mochila nas costas — Você tem que ligar para o trabalho para avisar que não vai. Quer que eu faça isso por você?

— Não, você já fez muito por mim hoje. — o moreno resmungou, deitado na cama. Entendia que Rukia só estava pensando no seu bem, mas era difícil aceitar a situação, ainda mais que detestava faltar no trabalho — Nem devia ter incomodado o Abarai com isso, ele não tem nada a ver...

— Papai, não vou te deixar nesse estado sozinho! Se ele vier, pelo menos vou ficar mais tranquila. — a menina colocou as mãos na cintura, mostrando que não mudaria de opinião – Trate de ficar quietinho até o Renji chegar para cuidar de você.

O ruivo cuidando dele... Essa definitivamente não era uma situação que esperava viver. Um homem na sua idade e com porte, sempre tão impecável e imponente, agora teria que aceitar os cuidados de um rapaz bem mais jovem e que não tinha qualquer laço familiar com ele. Sem contar à atração que sentia por esse rapaz em questão... Não, Byakuya nem queria pensar nessa parte para não criar alguma ideia precipitada em um momento que teria que ficar sozinho com o ruivo e aceitar toda a sua ajuda. Evitava essas situações de dependência a todo o custo, mas naquele dia teria que dobrar seu orgulho.

My Lovely NannyOnde histórias criam vida. Descubra agora