Wendy Jones 20 anos
Depois que voltei para a penitenciária, agora eu estava no lugar onde as mulheres adultas ficavam presas, porque era dividido por categoria de gênero, e as crianças eram separados dos demais.
Agora que eu voltei do bordel, onde fui obrigada a fazer coisas contra minha vontade, como sempre. Eu reencontrei minha melhor amiga Rebecca, que foi a melhor coisa que me aconteceu, nesses tempos. O Raphael, foi para a sala dos homens, e ficou separados de nós. Conheci a Madalena, que era meio estranha, tinha um jeito de mulher durona, não gostava de frescura de "garotinhas".
Acontece que quando me mandaram de volta para cá, era porque estava precisando de mais uma cobaia para os experimentos científicos de drogas. Rebecca e Raphael , que eram os cobaias antigos, tiveram que sair, porque meses depois iriam ganhar liberdade, e eu ainda passaria mais 5 anos lá dentro.
Quando voltei, alguns três meses depois, Rebecca e Raphael foram libertados de seus crimes, e eu fiquei lá sozinha com Madalena. Eu fiquei feliz por eles, mas fiquei muito mais solitária dentro daquele inferno.
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— Sente saudades dela né? – Madalena pergunta olhando a garota sentada no chão com um semblante sério.— Bastante. Ela foi muito importante pra mim aqui dentro, que falta eu sinto dela. – diz Wendy entristecida.
— Negócio de saudade rapaz, isso é uma coisa que depois se esquece.
— Tem uma saudade que nunca vai ser esquecida na minha vida, é a da minha mãe. – a mulher começa a choramingar, com o semblante triste.
— Moça, não demonstre seus sentimentos, isso é uma coisa que nos deixa fraco. Nos deixa vulneráveis. – ela diz comovida ao ver a colega de cela chorando.
— Você entende muito bem né? Esse negócio de esconder seus sentimentos.
Madalena abaixa a cabeça.
— Quando eu era garotinha, eu estava começando a aprender sobre a vida, as meninas da minha classe sempre tiravam onda de mim, sempre fui motivo de chacota, eu comecei a descobrir um sentimento por garotas e eu tinha um jeito diferente das outras meninas, e parece que elas notaram isso e sempre foi motivo de deboche, olha a "Maria Sapatão", olha a ”Maria Homem". – ela diz imitando as vozes que lhe atormentaram a muitos anos atrás.
— Isso deve ter sido péssimo! – concorda a garota.
— Foi sim. Depois eu superei essa minha auto aceitação, e eu conheci Isabel, ela foi a garota que despertou em mim uma coisa muito louca, eu não consigo nem descrever, ela forçou esse sentimento, de uma forma espontânea, apenas surgiu, eu não quis gostar dela, não queria ceder, mas ela chegou com o jeitinho dela e me ganhou de uma forma… Me entreguei a ela, e fiquei uma garotona mole, toda apaixonada. Eu mexia com drogas, sempre vendia, quis sair dos negócios, mas me fizeram uma armadilha e vim parar aqui… e Isabel, mataram a Isabel. Aqueles canalhas. – Madalena deixa escapar lágrimas de seus olhos, mas rapidamente enxuga.
— Poxa Madalena, eu sinto muito mesmo por tudo isso. – Diz Wendy abraçando a mulher.
— Tá bom, vamos parando com essa frescura. – Madalena se afasta do abraço.
Wendy começa a rir.
— Só você Madalena pra mim fazer rir uma hora dessa! – diz sorrindo.
— Resumindo, você não pode se entregar aos sentimentos, não pode amar, isso torna qualquer um, um idiota e um fraco. Então abra seu olho garota. Além de se colocar em perigo, coloca as pessoas que você ama. – Diz a mulher séria.
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MARCAS DO PASSADO
Mistério / SuspenseO passado pode redefinir as pessoas e transformá-las! É dessa forma que acontece com a mulher Wendy Jones, que tem apenas 25 anos de idade e perdeu 15 anos de sua vida aprisionada em uma penitenciária máxima, acusada injustamente de matar sua própri...