O início do acerto de contas.

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Wendy Jones 25 anos

Eu sabia o quanto aquilo tudo era importante pra mim, sabia que algo poderia sair errado, mas estava confiante, pois os motivos sempre foram grandes para podermos chegar a essa conclusão. Éramos pessoas “normais”, tínhamos sentimentos de remorso e piedade, mas depois de todas as coisas cruéis e brutais que sofremos, tínhamos excluído esses sentimentos  e qualquer outro lado humano que estivesse ainda em nossas vidas. Sempre estávamos perdendo, sofrendo e sendo humilhados e maltratados, nunca demos um passo sequer na frente, a não ser, se livrar daquela prisão e permanecer vivos.

Gostaria de me defender das más falas que dizem sobre mim, quando minha infância foi roubada, quando minha adolescência foi roubada, foi embora todo meu lado humano, mas eu pedi por isso? Eu escolhi viver tudo isso?... Alguns podem até me culpar, existem muitos, eu sei. Mas essas pessoas são hipócritas. A culpa nunca é das vítimas, aprendam.

Acordei atordoada e não entendia mais o que estava acontecendo, minha vista estava embaçada e eu ainda não conseguia enxergar com nitidez. Estava sentindo uma forte dor no peito!

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Ao abrir os olhos e passar alguns minutos para conseguir enxergar, Wendy se levanta de um sofá sem entender nada. Logo avista Rebecca se aproximando com um copo em suas mãos.

Tome amiga, beba isso. – Diz a mulher entregando-lhe o copo.

O que é isso? – Wendy pergunta ao pegá-lo.

Água com açúcar, para acalmar seus nervos.

Falar em nervos. Me diga, o que aconteceu? Lembro que de repente escutei um barulho de tiro e depois cai no chão. – relembra ela tendo algumas falhas de lembranças.

Alguma pessoa apareceu lá, essa pessoa provavelmente sabia de alguma coisa. Quando você caiu no chão, eu corri preocupada para ajudar você, e quando me abaixei até seu corpo, você estava apagada. Observei direito, e percebi que você estava com o colete, tinha até me esquecido completamente na hora do susto. Acho que por conta do impulso, você caiu no chão e bateu sua cabeça. – Conta Rebecca com mais detalhes, e continua:

Enquanto eu estava arrastando seu corpo até o carro, Raphael estava disparando vários tiros para dar cobertura pra nós, e conseguimos correr do desgraçado, que aparentemente estava de pé.

Mas conseguimos pegar o cretino?

Mais é claro! Está lá no galpão, precisamos agir, alguém vai procurar por ele.

Wendy se levanta animada e acompanha a sua amiga. Cada passo era uma acelerada no coração, pois eles queriam aquilo a muito tempo.

Venham! O frango está quase pronto.  – Raphael debocha ao olhar para o corpo do diretor.

O diretor estava sentando em uma cadeira, aparentemente seus braços e suas pernas estavam presos com correntes, ele estava sem blusa e com algo que cobria seu rosto.

Olá, senhor Alberto. – Wendy afrontou o homem retirando a fenda dos seus olhos.

Que prazer imenso estar com você aqui agora. Você não imagina o quanto sonhamos com esse momento. – continua a falar.

Me soltem, vocês estão cometendo um grande erro, eu sou um diretor de uma prisão!

Prisão! Que prisão é essa? Aquela que deixar as pessoas serem estupradas, maltratadas, humilhadas, e além do mais exploradas. Aquela prisão, que por trás existe vários tráficos de de venda de drogas e armas proibidas. – Raphael interfere se locomovendo para a sua frente.

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