Dia 4

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- O que houve? - pergunta a irmã ao se assustar com a chegada repentina do irmão.

- Sabe o prato que você deixou cair? Então, olha isso aqui na minha mão. - respondeu o irmão enquanto desenrolava o pano mostrando o que estava ali dentro.

De imediato, Pietra não entendeu o que ele mostrara. Olhou para seu irmão e deu de ombros dizendo que não entendeu. Então Phillip contou o que havia acontecido. Para qualquer um aquilo poderia parecer uma loucura, todavia, para os gêmeos, nada mais parecia loucura, mediante a todos os acontecimentos que vinham pegando-os de surpresa e os apavorando. Nada mais era impossível de acreditar. Pietra ouviu com atenção a tudo o que ele lhe contara.

- Mas como isso aconteceu? O que você fez? - Pietra começou fazer inúmeras perguntas para tentar entender aquilo.

Se ela estava confusa, imagina seu irmão. Todas essas respostas foram respondidas com um aceno com a cabeça feito por Phillip. Os nervos já estavam tão a flor da pele, que eles não tinham cabeça para lidar com isso tudo nequele momento. Então acordaram que seria melhor que fossem dormir para descansar a mente e tentar resolver tudo no dia seguinte.

O despertador toca, são 9:30 da manhã. Com um movimento lento, Phillip pressiona o botão do mesmo para cessar o som do alarme. Após isso, se levanta e senta na beira da cama. Dependendo da pessoa, demoram cerca de alguns segundos para lembrar-se de um sonho ou do que aconteceu antes de dormir. Com Phillip isso foi diferente naquela manhã. Ele começou a ter milhares de flashes do que acontecera anteriormente. Isso lhe causou uma forte dor de cabeça. Colocou as mãos na mesma, na tentativa de amenizar a dor. Fez uma pequena pressão com as mãos e fechou os olhos. Nesse instante não pensou em mais nada. Por alguns segundos, o rapaz se sentiu leve e relaxado. Todos os sons a sua volta ficaram mais baixos e amenos. Tão baixos, que não foi possível ouvir sua irmã batendo na porta do quarto.

- Phillip!! - gritou a irmã ao entrar no quarto. A voz dela entrou como uma furadeira em sua em seus ouvidos.

Ao abrir os olhos, viu que estava em outro lugar que não era sua cama. Ficou confuso e chamou sua irmã, pois o gêmeo ouvira a voz de Pietra, entretanto não a via.

- Olha para baixo! - respondeu Pietra tentando guiar o irmão.

Olhar para baixo?
Como assim?

Ao fazer isso, Phillip viu que sua cama estava embaixo dele. O rapaz estava flutuando no ar como um balão de gás hélio. Estava a cerca de três metros acima da cama e continuava a subir cada vez mais. Viu que o teto do quarto ficara cada vez mais próximo de seu corpo.

- Como você está fazendo isso? - perguntou Pietra.

- Eu não faço a mínima ideia! - respondeu.

- Pois então arrume uma forma de descer, antes que alguém te veja!

Para surpresa de Pietra, seu irmão estava rindo. Parecia que aquilo não o assustou. Depois de tudo o que já aconteceu com eles, aquilo, de longe, era o acontecimento mais divertido. Para acabar com a alegria do rapaz, Megie pergunta a eles, de lá de baixo, o que estava acontecendo e começa à subir as escadas. Eles se olharam com os olhos arregalados. O que antes era elegeria para ele, agora é desespero. Phillip começou a se debater, na esperança de que isso o faria descer, porém nada acontecia. Os sons dos paços, que antes eram batidas dos pés nos degraus, agora são passos, e ficam cada vez mais perto. Dava para ouvir que sua mãe estava na metade do corredor. Pietra decidi sair do quarto e ir de encontro a sua mãe, para dar tempo de Phillip dar um jeito de descer.

- Bom dia, mãe! - gritou Pietra.

- Bom dia, filha. - respondeu Megie com um tom de desconfiança - Aonde está seu irmão? Ouvi alguns gritos de vocês e fiquei preocupada.

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