c i n c o

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Pov Daniel

A música tocando dentro de casa estava estupidamente alta. Mas foi ele quem começou essa 'guerra' idiota... E não pretendo perdê-la. Quero mostrar quem é que manda aqui.

E, passados alguns minutos, nossa competição ainda estava acontecendo. Sei que daqui a pouco ele vai aparecer na minha porta para reclamar, como sempre faz; Então, decidi ir lá fora esperar por isso, já que com o som nesse volume, não vou ouvir nada; Nem campainha, nem batidas na porta.

Deixei o aparelho de som como estava e fui em direção a porta. Assim que a abri, um homem tombou para frente, caindo nos meus braços. Imagino que ele ia bater na porta no momento em que eu a abri, e então o mesmo levou um susto e só não caiu no chão porque eu estava bem na sua frente.

Involuntariamente, segurei-o para que não caísse, e abaixei meu olhar, fazendo meus olhos se encontrarem com os dele. E que surpresa, é o meu vizinho irritante.

Ele estava nos meus braços, meio que se segurando em mim. Nosso olhar estava conectado, numa espécie de transe. Reparei que seus olhos são de um tom acastanhado e bem brilhantes.

Por um momento, me perdi na imensidão daqueles olhos, até que me toquei do que estava fazendo. Rapidamente desviei meu olhar, voltando ao normal, soltando-o.

─ O que quer aqui? – falei alto, quase gritando, pois precisava competir com o volume dos dois estilos de música tocando.

─ Vim pedir pra você abaixar isso! – respondeu no mesmo tom que o meu. – Tá muito alto!

─ Foi você que começou! – exclamei.

─ Tá, tá! Eu vou abaixar o meu, mas faça isso também, beleza?! – falou. Resolvi ceder, não quero ficar mais tempo perto dele... Não depois disso que aconteceu.

─ Tá. – falei apenas isso. Ele virou-se de costas e entrou no seu apartamento. Fiz o mesmo, fechando a porta. Andei até meu aparelho de som e diminuí o volume, deixando-o bem baixo. Prestei atenção, e ele cumpriu sua parte. Não estou ouvindo mais pagode.

Sentei-me no sofá, ainda meio atordoado com o que acabou de acontecer. "Esse cara realmente tem olhos lindos..." pensei, e assim que percebi que pensei nisso, briguei comigo mesmo. "Por que eu pensei isso? Porra, Daniel! Ele tem olhos castanhos como qualquer outra pessoa, só isso".

( ... )

Deitado na minha cama, pronto para dormir. Fechei meus olhos, esperando pelo sono. "Qualquer um tem olhos castanhos, mas os dele eram diferentes..." fiquei irritado ao perceber no que acabei de pensar.

Inferno! Não sei porque estou pensando nele e nos seus malditos olhos.

Vizinho IrritanteOnde histórias criam vida. Descubra agora