Capítulo 16 - δεκαέξι

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Mas eu sei, em meu coração,
que você não é algo eterno
E sim, eu te deixei me usar
desde quando nos conhecemos
Mas eu ainda não terminei
De cair em sua armadilha

Jeon Jungkook conseguia oscilar entre um homem e um garoto na concepção de Kim Taehyung. Inocente quando sorria com dentinhos protuberantes e bochechas coradas. Viril quando segurava uma espada na mão, com seus músculos a mostra. Talvez ele só tivesse muitas máscaras, muitas camadas em sua personalidade e muitos mistérios em sua historia. Ninguém ousaria temer Jeon Jungkook, fazendo-o tornar um alvo fácil para ataques como palavras mal intencionadas e fofocas desvairadas. Ele era o chato e arrogante da universidade, sendo assim, nunca o levavam a sério como um ótimo filho de Atena que era. Mas ali, enquanto o garoto rebolava sob os olhos das pessoas mais influentes do campus, ele parecia receber glória, derrubando seus rótulos um a um.

"Interesseiros", pensou Taehyung ao apertar seu pênis duro por cima da roupa com uma das mãos. Gostaria de tê-lo dançando só para si, pois ele mesmo, nunca havia duvidado das habilidades de Jeon Jungkook. Lembrava-se muito bem do garoto correndo para enfrentar cães infernais sozinho com o intuito de salvar os filhos de Dionísio. Lembrava-se das vezes que fora repreendido por ele, depois de agir como um grande babaca. Lembrava-se em como ele havia resistido na cabana de Gapyeom e lembrava-se do dia em que treinaram juntos. Neste dia, especificamente, o filho de Atena havia perdido a luta para Taehyung, mas em compensação, havia ganhado uma parte de seu coração.

O filho de Hades chegou à conclusão que as pessoas deveriam superestima-lo. Assim, envolvido em seus movimentos durante a música alta, deliciava-se ao olhar para o sorriso torto de Jeon, o cabelo pingando de suor e a camisa o marcando nos locais que ele mais gostaria de lamber. Ele era malditamente lindo, assim como a apresentação que acabara de fazer. "Foi para mim", pensou Taehyung ao sentir sua ereção sendo cada vez mais espremida pelo jeans de sua calça.

Então, ansioso com o que provavelmente viria a acontecer entre ele e o filho de Atena, o loiro apagou o cigarro na parede, olhou para os lados e jogou a bituca no chão. O caminho para o banheiro não foi tão difícil quanto pensava – dado que as pessoas estavam muito ocupadas observando o seu garoto –, com excessão de apenas uma garota bêbada que havia agarrado seu pescoço no caminho. Incomodado com o bafo, ele afastou-a devagar e lhe deu um sorriso tímido antes de dizer que estava acompanhado.

Abriu as portas do lavabo e se olhou no espelho. A maquiagem que havia passado debaixo dos olhos ainda estava ali, destacando suas feições belas e simétricas. Ele ajeitou a bandana no cabelo e retirou a jaqueta, colocando-a apoiada em uma das pias para aliviar o seu calor. Calor este não devido ao ar condicionado escasso daquela festa sufocante, mas devido às caras e bocas que Jungkook fazia ao olhá-lo nos olhos e rebolar como um gostoso que era. Deuses, seu pau latejava implorando pela bunda de Jeon. O filho de Hades queria beija-lo.

Era verdade que antes de ir à festa e depois de conversar com Namjoon e Yoongi, ficara um pouco apreensivo com o que exatamente ele tinha com Jungkook. Lembrou-se de todas as vezes que o garoto o fez a pergunta e em todas elas seu coração acelerava, não sabia se era por medo ou ansiedade, mas a palpitação estava lá, junto com uma pressão estranha que sentia perto do seu diafragma e o calor de suas bochechas. Era uma sensação boa no geral e era dolorido pensar que talvez não duraria mais, não depois de ele receber sua punição do Ministério e ir para o Tártaro.

Uma pena de morte para ser torturado por Fúrias no próprio inferno. Quase seria dramático demais, se não fosse verdade.

Era isso. Ele nunca havia deixado Jungkook se apaixonar por ele não porque o considerava apenas uma foda. Não mesmo. Era porque ele nunca mais o veria de novo.

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