Capítulo 19 - Δεκαεννέα

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Quando estou perto de você, sinto chamas
Eu toco o fogo. Eu me queimo
Sinto essa pressa debaixo dos meus pés,
é como se eu estivesse caindo
Isso é amor, é esse amor.

Seul, Universidade Triskle

Jung Jeahyun vestia seus sapatos favoritos, os sociais de ponta fina, couro preto e cadarços marrons. Discretos e com um pisar silencioso. O detetive olhou-se no espelho uma última vez, passando o pente nos fios de cabelo e os puxando para trás com pomada. Ele sorriu satisfeito ao vestir o paletó e conferir o distintivo com a gravura "CIS" tão impotente e temida pelos semideuses adoradores de crimes, principalmente os filhos de Hermes, aqueles ladrões hackers e não tão divertidos como a maioria das pessoas achavam. Mas, exclua a prepotência e a malandragem e eles serão seus grandes amigos, se ainda incluir algumas moedas de dracmas, não apenas conseguirá a malandragem, como a parceria. Jung Jaehyun odiava filhos de Hermes, mesmo ele também sendo um tanto convencido devido ao seu status de filho de Afrodite e por portar um cargo de chefia em uma das maiores empresas do mundo semideus.

E naquele dia, Jaehyun parecia extremamente entusiasmado para tentar descobrir a verdade por trás dos crimes dos oráculos. Assim, o detetive caminhava calmamente em direção à Casa Grande, não se importando em sujar seus belos sapatos ao pisar sobre lama que se aglomerara ao redor do local devido à chuva passageira da noite anterior.

- Eu preciso da sua autorização em escrito Lee Taemin, você é o segundo diretor! - pedira para o filho de Hera alguns dias atrás, as mãos no bolso para disfarçar o nervosismo. - Eu sei que a Casa Grande está intocada e a perícia não achou nada de interessante, mas se ao menos se importa com Jeon Jungkook, ajudará eu a não prendê-lo.

O segundo diretor revirou os olhos ao engolir seu último gole do chá, o de framboesa. Na verdade, ele já estava irritadiço por ter pedido o chá de hibisco, não o de framboesa. Hibisco era sempre melhor para ele, uma questão pouco importante em comparação com o suposto assunto que ali se passava.

- Você sabe que sou obrigado a me importar com meus alunos, não é algo que eu realmente gosto de fazer - disse, colocando a xícara de lado e batucando as unhas bem feitas sobre a mesa de mogno. - Esse papo não me convence deveras, não tem como prender o filho de Atena por causa de uma carta e uma denúncia anônima.

- Okay, você está certo... - o detetive levantou os braços em rendição para logo apoiar seu indicador sobre a mesa a fim de fazer seu contentamento ganhar mais voz. Ele encarava o segundo diretor nos olhos. - Mas ele é suspeito. Um grande suspeito e eu sei que você sabe que ele não fez aquilo com o próprio amigo. Não faz sentido, ele tem uma bolsa de estudos aqui, não?

Lee Taemin assentiu e continuou em silêncio. Por esse motivo o outro continuou seu pedido, quase em uma súplica desesperada. Era perceptível no suor que se formava em seu buço.

- Autorize-me a fazer uma perícia individual, afinal, você me concedeu um quarto na Universidade para que eu continuasse a investigação - disse. - O caso está aberto de qualquer forma e quanto mais cedo acabarmos, mais cedo eu vou embora.

- Que seja - Taemin disse, estalando a língua no céu da boca e assinando o papel em sua frente com sua caneta mais cara. - Está tudo queimado e destruído de qualquer forma, vai ser uma perda de tempo. Você não vai achar nada.

"Eu sempre acho algo", Jaehyun pensava repetidamente, com um sorriso ladino no rosto a cada passo que dava para perto da Casa Grande. Convencido? Talvez, mas era questão de sempre pensar positivo e questão de que ele era um grande agente. Mas, apesar do otimismo, ele não conseguiu evitar afundar o pé na madeira podre quando subiu o degrau da escada da frente.

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