TOGETHER ༈ chanlix

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Lee Felix

Eu estava totalmente alheio a tudo em minha vida. Não conseguia prestar atenção em nada do que o professor dizia. Eu olhava para seu rosto pra tentar prestar atenção, mas nada focava. Eu estava no desespero.

Olhei para o relógio em meu pulso e com um logo suspiro me deixei afundar mais ainda na cadeira. Eu não aguentava mais aquele pessoal barulhento, sem pensar no que fazer para aquela maldita dor de cabeça sumir. Apenas deitei a cabeça na carteira, só esperando a dor passar e o tempo. E quando ouvi o tão aclamado sinal e guardei minhas coisa, colocando a mochila em um de meus ombros e sai da sala. Fui em direção à quadra, já decidido que mataria a próxima aula, que no caso seria sociologia, eu até curto a matéria e a professora era ótima, mas não estou com saco de me sentar com a Yuna, e ouvir suas explicações sobre sua ridícula briga com a Ryujin, história que ela insiste em dizer que achou que era outra pessoa, mas eu sei que era mentira, pois eu sabia que a ruiva vivia ameaçando Ryujin. A sua paixonite por mim estava passando dos limites, começar a atacar pessoas ao meu redor por causa de ciúmes, era o cúmulo.

A algum tempo atrás, Hyunjin era completamente apaixonado pela Ryujin, e decidiu chamar ela para irem ao cinema, a mesma acabou aceitando, já que ambos eram amigos. Como o Hwang era tímido naquela época e sabia que não conseguiria ficar muito tempo sozinho com Ryujin, sendo assim, ele decidiu chamar sua prima, a Chaeryeong. Eles foram para o cinema, assistiram o filme, passearam pelo lugar e na hora de irem embora o Hwang ficou para trás já que o mesmo tinha ido no banheiro. E quando foi encontrar as meninas para que pudessem ir, ele as viu abraçadas e se beijando. O mesmo ficou com o coração totalmente partido, e decidiu contar para um amigo, esse que não valia nada, espalhou para o colégio a orientação sexual da minha melhor amiga. Isso fez a mesma mudar de colégio e estudar em outro bairro. E claro, desse dia em diante, todos ficaram sabendo que ela era lésbica, acabou caindo nos ouvidos de Yuna, mas a mesma nega a acreditar nisso.

A quadra em que eu estava logo foi ocupada por alunos do terceiro, coincidentemente a sala do Chan. Logo o enxerguei e fiquei olhando para o mesmo automaticamente, ele acenou com a cabeça e fiz o mesmo, fui para a arquibancada para que o professor não notasse que eu estava ali matando aula.

Depois do confuso ocorrido na sexta-feira, eu não falei nada para o Bang e ele também não, então constatei que aquilo que aconteceu foi culpa da bebida. Nós conversamos normalmente no domingo quando nos juntamos com os meninos e até vamos que dizer que ficamos mais próximos, mas não quero que levem para o outro lado, pois eu não quero pensar nisso. Tudo isso ainda está muito, completamente nítido na minha mente.

Eu queria por tudo que é sagrado esquecer daquele dia. Tudo o que eu sentia e estava reprimido dentro de mim, tinha voltado e estava me fazendo enlouquecer.

Eu olhava atentamente todos os movimentos de Chan naquela quadra, percebia seus olhares sobre mim, eu lutava a todo custo para desviar e ignorar, mas eu não conseguia. Quando consegui, eu sai daquele lugar e fui para o banheiro, chegando lá eu entrei e tranquei a porta, indo até a pia, ligando a torneira e jogando a água em meu rosto, desliguei e fiquei observando meu reflexo. Sai dos meus devaneios quando senti meu celular vibrar, o peguei do meu bolso e li a mensagem.

Chan ♡: Preciso falar com você, me encontre atrás da escola, na hora do intervalo. É urgente.

Tudo o que estava tentando guardar, expandiu. Me deixando mais tenso e pensativo que antes. Eu estava perdido.

༝༝༝

Eu estava sentado no chão, numa parte do colégio bem escondido, onde os alunos iam para ficarem se beijando ou fazerem outras coisas. Meu olhos mantinham colados no celular, onde eu jogava um joguinho totalmente aleatório que tinha achado. Estava tão focado naquilo que nem ouvi e vi alguém sentar-se ao meu lado.

–Felix? –me assustei com sua voz perto de mim e olhei imediatamente para seu rosto.

–Faz tempo que está aqui? –perguntei enquanto bloqueava e guardava o celular no bolso. O mesmo negou com a cabeça e desviou seu olhar do meu, olhando a parede em nossa frente. Ele respirou bem fundo umas duas vezes antes de abrir a boca para falar algo.

. –A Yeji está me traindo. –abri a boca para falar alguma coisa, mas ele me interrompeu. –E com o Changbin. Eu vi os dois se beijando escondido no corredor, quando estava indo para o banheiro falar com você. –olhou para mim e riu sem humor. –Agora eu entendo todas as vezes que ele odiava quando eu insistia que ela sentasse com a gente no intervalo, ou nas vezes que ele não parecia na minha casa quando ela estava.

–Desculpe, mas eu não sei o que te falar. Sinto muito. –comecei a jogar a pedrinhas que estava perto de meus pés. –Yeji é uma das minhas melhores amigas e Changbin também, eu nunca imaginaria alguma coisa do tipo, por parte deles. –ele balançou a cabeça afirmando e pegou na minha mão, pegando as pedrinhas, ele sorriu fazendo o ato e olhou para mim, não entendi, mas não queria que ele tivesse soltado minha mão tão rápido. –E agora, vai terminar com ela?

–Eu realmente não sei, estou muito confuso. –falou pegando mais pedrinhas do chão. –Parece que minha cabeça está prestes a explodir, até porque estou meio perdido nos meus sentimentos no momento referente a ela, faz tempo que penso sobre isso. –eu observava todos os seus movimentos. Ele riu sem humor e fechou os olhos e continuou a falar. –Talvez eu esteja gostando de outra pessoa, e continuar namorando com ela, não irá me ajudar a resolver. –Assenti com tudo com que ele disse e senti meu peito pesar e doer ao ouvir as palavras dele sobre ter sentimentos em outra pessoa.

Dês que estou na Coreia, fomos os quatro, eu, Ryujin, Chan e Yeji. Claro, depois que a Yuna se distanciou de mim, de nós. Eu gostava dos três na mesma intensidade, por isso não ligava de que Chan e Yeji namorassem, eu até achava que combinavam e implicava com os dois, já que eles estavam sempre junto e me deixavam de lado. Claro que eles tem todo o direito, mas eu adorava fazer um draminha.

Eu gosto de Yeji e fiquei magoado com as palavras de Chan sobre o que ele viu. Se fosse eu no lugar dele, estaria chorando que nem uma criança que sou. Coloquei minha mão em seu cabelo e fiz um leve carinho, mas foi tudo tão automático essa ação que fiquei sem graça e envergonhado, tirando minha mão com rapidez.

༝༝༝

Decidimos matar as próximas aulas e ficarmos ali mesmo, já que não tem câmera. Conversamos sobre vários assuntos, mas nenhum desses, falávamos sobre nós. Eu queria, mas eu não sei se devia, não sei se só eu lembrava do ocorrido. Decidi manter minha mente focada em outra coisa, e não em sexta-feira. Conversamos sobre a briga da Yuna com a Ryujin, rimos sobre a marca que ficou no rosto do Jeongin durante o fim de semana, o que causou sua falta hoje no colégio, a expulsão de um professor do primeiro ano que estava na festa e várias outras coisas.

E lá se passaram o intervalo e duas aulas, apenas jogando conversa fora, ouvindo música e jogando o jogo da velha. Quando deu o sinal nos levantamos, tirei a sujeira da calça com a mão e peguei a bolsa e colocando em meus ombros, fiquei esperando o mais velho fazer o mesmo, e então fomos para o estacionamento. O mais velho tinha me obrigado, praticamente a aceitar sua carona, e claro que eu não iria recusar ir de carro para casa.

Depois de mais ou menos sete minutos de viagem, o mais velho desligou o carro quando parou na calçada em frente a minha casa. Desci do carro quando me despedi de Chan e falei que mandasse mensagem quando chegasse em casa, ou precisasse de algo. E já dentro de casa fiz meu ritual de todo santo dia, trocando de roupa e ficando com uma mais confortável e indo comer algo. Pensei muito no que ocorreu hoje no colégio enquanto eu almoçava, eu estava com meus sentimentos borbulhando, sentimentos que voltaram, estes que estavam guardado a sete chaves dentro de mim.

Pensei e repensei muito sobre várias coisas e suspirei cansado quando ouvi a campainha soar. Levantei preguiçosamente quando tocou pela segunda vez e segui até a mesma. Abri a porta lentamente e fiquei totalmente perdido quando aquilo se repetiu, quando senti pela segunda vez os lábios de Bang sobre o meus.