Pesadelos

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    Yosh adormeceu com a caixa fechada sobre sua cama. Durante a noite teve a idéia de levar a caixa para a escola para que Sabatha e Dimitri pudessem vê-la.

    -Trouxe uma coisa que vocês devem ver. –Disse Yosh abrindo a caixa sobre a mesa antes que algum professor chegasse.

   -O que é...?

   -É a pedra que eu falei. –Disse Yosh. –Não a toquem, pode machucá-los.

   Yosh destampou a caixa. A pedra brilhava fraca, mas brilhava.

   -Viram como é estranha? –Yosh disse ao ver que Dimitri e Sabatha tinham os olhos presos na pedra.

   -Mas o que essa pedra faz? –Dimitri perguntou.

   -Não sei. –Yosh disse. –Só sei que ela queimou a minha mão.

   A pedra continuava a brilhar, e estava chamando a atenção do resto da turma. Britany do outro lado da sala fazia comentários de que se ela partisse a pedra que estava com Yosh ela poderia fazer brincos, anéis e colares perfeitos.

   -O que é isso? –Bruno perguntou se virando para trás.

   -Nada. –Yosh fechou a caixa.

    Pouco tempo depois disso o professor de matemática chegou à sala. O ânimo estava longe dos olhos dos alunos. Todos tinham uma coisa em comum: Odiavam Boris.

    -Abram os livros na página sessenta e dois. –Disse sentando-se sem nem dizer oi.

Yosh abriu o livro, não era nada muito difícil para ele: juros simples. Mas ele não estava a fim de fazer exercícios. Pensou até em se juntar ao bolinho de alunos que não fazem os deveres, mas ele não estava nem um pouco a fim de fazer deveres de matemática até as sete da noite.

    Yosh acabou os exercícios em meia hora.

    -Pra fora. –Disse Boris. –Só volte quando o sinal tocar.

    Os exercícios valiam ponto. E quando era assim Boris fazia como se fosse prova: Na sala só os que ainda estavam fazendo os exercícios.

    Yosh catou a caixa e desceu. Sentou-se na sombra da árvore. Teve que colocar uma pedra para não se sentar na neve.

    Yosh ficou olhando a pedra roxa brilhar. Fez isso por mais ou menos meia hora. Até que...

    -Hiroshi, não é? Não é esse seu nome?

    Yosh olhou para cima. Quem estava ali era Britany. Ela estava falando com ele.

    -Ah... não... é... Yosh... –Yosh disse engasgando com as palavras.

    -Bem, que seja. –Britany disse e jogou o cabelo para trás. –Você dá essa pedra pra mim?

    -Não... sim... é... não... não... posso... –Yosh engasgou.

    -É só uma pedra. –Britany disse se abaixando e segurando a caixa.

    Yosh ficou tentado. Se ele desse a caixa com a pedra ela o amaria, pelo menos por uma hora. Mas ele sabia que não devia dá-la.

    -Não posso. –Yosh disse se levantando. –Sinto muito.

    -Sente? –Britany puxou a caixa da mão de Yosh e pegou a pedra dentro dela.

    Não foi uma boa idéia.

    -Aahh... –Britany deu um berro.

    -Posso ajudá-la. –Disse Yosh vendo Britany olhando para sua mão depois de deixar a pedra roxa cair na neve.

Anelaris - O Encontro dos MundosOnde histórias criam vida. Descubra agora